sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Top 5: Melhores Continuações

Como apontado na postagem de junho, boa parte da produção cinematográfica desse ano está sendo de sequências. Na maioria das vezes, querendo se apoiar no enorme sucesso de um filme, os produtores mais gananciosos emendam uma sequência atrás na outra, querendo repetir o sucesso da primeira fita. Algumas vezes conseguem, outras nem tanto. Fato é que algumas sequências são realmente muito superiores ao primeiro ou segundo filme. Já que o cinema é recheado de sequências, listei as cinco melhores continuações, aquelas em que o segundo ou terceiro filme da série é considerado melhor que o primeiro. Vale um adendo: o ranqueamento da lista foi feita comparando-se o quão melhor um filme é em relação ao seu predecessor, e não em relação aos outros que compõem esta lista.

5º Lugar: Indiana Jones e a Última Cruzada (Indiana Jones and the Last Crusade, 1989)


Tido na época para ser o último filme da franquia, Steven Spielberg realmente fez um filme a altura da grandiosidade do personagem de Harrison Ford como obra de despedida do personagem Indiana Jones. Depois de uma sequência morna, mas ainda assim interessante, em "Indiana Jones e o Templo da Perdição" (1984), agora Indiana está acompanhado de seu pai Henry Jones (Sean Connery) na busca pelo lendário Santo Graal, o calíce utilizado por Jesus Cristo durante a Última Ceia e que também recebeu seu sangue durante a crucificação. Com a promessa de dar a imortalidade para quem beber no Santo Graal, logo a localização do Sagrado Cálice desperta o interesse nazista. Os seguidores do Terceiro Reich assim, capturam o pai de Indiana. Segue-se uma sequência de fuga e espionagem até finalmente Indiana Jones encontrar o lendário cálice. Apesar de "Os Caçadores da Arca Perdida" (1981) estar entre os melhores filmes da série, esse foi o que mais me chamou a atenção. Talvez, pelo tom de despedida dado ao filme, com a cena final de Indiana Jones e seus parceiros cavalgando em direção ao por-do-sol. Contudo, 19 anos mais tarde, Spielberg e George Lucas se juntaram novamente para produzir o último filme da série. Um belo presente para os fãs de Indiana Jones, que assim como eu, até então, não tinha tido a oportunidade de ver o herói na tela grande.


4º Lugar: O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final (Terminator 2, 1991)


Poucas obras de ficção se tornaram tão populares como "O Exterminador do Futuro". Dirigido por James Cameron, nessa sequência, após a falha em matar Sarah Connor (Linda Hamilton), agora é enviado um novo exterminador chamado T-100 (Robert Patrick), encarregado de matar John Connor (Edward Furlong), filho de Sarah, e que no futuro iria liderar a revolução contra as máquinas. Ao mesmo tempo em que T-100 é enviado para matar John, um outro exterminador, o T-101 (Arnold Schwarzenegger), é enviado para protegê-lo. Interessante notar a diferença no porte físico entre o personagem T-100 e T-101. James Cameron selecionou Robert Patrick justamente para constrastar as diferenças físicas, mas para dizer que apesar disso, o T-100 poderia ser tão mortal ou mais do que o personagem de Schwarzenegger. "O Exterminador do Futuro 2" ganhou quatro Oscar, todos em categorias técnicas, incluindo Melhor Efeitos Visuais. Só James Cameron consegue superar a si mesmo. Foi assim depois com "Titanic" (1997) e, recentemente com o vislumbrante "Avatar" (2009). Com efeitos especiais impresionantes para a época e uma história em que faz o telespectador refletir sobre o seu futuro e a dependência tecnológica, o filme é definitivamente o melhor de todos da franquia. Vale a pena ver e rever esse clássico, afinal como disse a personagem de Linda Hamilton: "Se uma máquina pode aprender a amar, talvez nós possamos também".

3º Lugar: O Poderoso Chefão - Parte II (The Godfather - Part II, 1974)


Incrível como é difícil falar sobre esse filme, ou qualquer um da trilogia. Acho que cabe ao leitor ler a crítica a respeito desse filme na última postagem. O que vou reafirmar aqui é que esse filme é mais complexo do que o primeiro, mostrando ao mesmo tempo a história de Vito Corleone jovem e as ações de Dom Michael Corleone como o novo "padrinho". Com excelentes interpretações de Al Pacino e Robert De Niro esse filme conseguiu o que muita gente duvidava: superar a primeira parte em técnica e enredo e também levar a estatueta de Melhor Filme, assim como o seu antecessor. Parada obrigatória para quem gosta de bom cinema.

2º Lugar: Shrek 2 (Shrek 2, 2004)


Muita gente pode estar se perguntando como "Shrek 2" superou "O Poderoso Chefão - Parte II"? A resposta está no fato de que essa sequência simplesmente engoliu a antecessora e todas as sequências posteriores. Como já falei sobre esse filme na postagem sobre os 10 melhores filmes década (2000-2009) não vou me repetir aqui. O que me chama atenção além de toda a inversão dos contos de fadas, é a quantidade de referências que o filme faz a outras películas. Se no primeiro há uma referência a filmes como "Matrix", nessa nova sequência a quantidade de referências é imensa: "Alien, o 8º passageiro", "E.T. - O Extra-Terrestre", "Missão Impossível", "Flashdance", entre outros que eu devo ter esquecido. Referências, aliás, copiadas por outros filmes como Madagascar, que se refere a filmes como "Náufrago" e "Beleza Americana". Mas o melhor é mesmo a inversão de papéis entre ogros e príncipes encantados e fadas-madrinhas, cultuados durante décadas pela Disney. Ainda bem que Walt Disney está congelado, se não estaria se revirando no caixão.

1º Lugar: Tropa de Elite 2 (Tropa de Elite 2, 2010)



"Qualquer semelhança com a realidade é apenas uma coincidência. Essa é uma obra de ficção".

É simplesmente sensacional a capacidade que um filme tem de mexer com a população, gerando discussões e questionamentos sobre o sistema em que estão imersos. Se o primeiro filme de José Padilha já tinha atingido um nível altíssimo de popularidade e discussões acerca das ações da polícia nas favelas do Rio de Janeiro, agora em "Tropa de Elite 2" o foco não são as ações isoladas da polícia, mas sim todo o sistema e jogos de poder que estão por trás dos tomadores de decisão.
Wagner Moura reencarna o seu personagem mais popular, o capitão Nascimento. Nesse filme ele é retirado do BOPE devido a um "acidente" no presídio de Bangu. Assume então a chefia da Secretaria de Inteligência. O que ele não sabia porém, é que a aparente paz nas favelas se deve às milícias formadas por policiais que invadem e com a promessa de proteger as comunidades obrigam a população a consumir os serviços oferecidos por eles. Fazendo uma denúncia social poucas vezes vistas no cinema brasileiro, Padilha mostra as ações combinadas de policiais e políticos corruptos que não medem "forças" para conseguir os votos das comunidades carentes sobre uma falsa promessa de proteção. Com cenas de difíceis de esquecer, como quando os capangas de um policial arrancam os dentes do crânio queimado de uma jornalista que investigava a polícia, o filme deixa o telespectador com uma sensação de impotência, daquelas de não querer levantar da cadeira do cinema e ir para a rua. Uma história contundente e de uma realismo revelador. Wagner Moura novamente se sai muito bem como protagonista do filme, em uma atuação, que na minha opinião, é digna de Oscar. Falando em Oscar, vamos ver qual filme brasileiro os especialistas irão indicar para concorrer a uma entre as cinco vagas para o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. Ouvi boatos de que seria "Nosso Lar". Esperar pra ver... "Tropa de Elite 2", ainda em cartaz, já foi visto por mais de 10 milhões de espectadores, superando os blockbusters espíritas "Chico Xavier" e "Nosso Lar" (parece que as pessoas estão mais interessadas sobre o que anda acontecendo no plano terrestre, ainda bem!) e deve superar a maior bilheteria brasileira de 10,7 milhões de espectadores mantida por Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976). Adaptando o que foi dito por Zuenia Ventura sobre "Cidade de Deus", mas que se aplica muito bem nesse caso: "Assistir Tropa de Elite 2 é um dever cívico"!

Essa foi a minha lista com as cinco melhores sequências do cinema. Na próxima postagem eu vou para o lado escuro da força e irei listar as piores sequências do cinema. "Hasta la vista, baby!".

sábado, 2 de outubro de 2010

Top Five: Trilogias

Depois de um longo regime sem postagens, volto agora com as cinco melhores trilogias. Uma trilogia pode ser composta por três filmes que contam partes diferentes da história, como se fosse um começo, meio e fim; pode contar diferentes histórias com os mesmos personagens; ou ainda, terem personagens completamente diferentes em cada filme, mas com uma temática em comum entre eles. Algumas trilogias estão entre as obras mais memoráveis já feitas pelo cinema mundial, como é o caso de "O Senhor dos Anéis", outras depois de um primeiro filme excepcional, perderam completamente o rumo da história, como foi o caso de "Matrix". Alguns filmes tidos como trilogias, como "Star Wars" e os filmes sobre Hannibal Lecter foram excluídos da lista, devido as séries conterem seis e quatro filmes, respectivamente.
A falta de postagens também é justificável, além de ver todos os filmes que estão listados aqui, ainda vi as trilogias que não entraram na lista, ou seja, trabalho em triplo! Então vamos ao que interessa...e os ganhadores são:

5º Lugar: X-Men

Poucos filmes sobre super-heróis baseados em quadrinhos fizeram tanto sucesso como X-Men. Os três filmes tiveram uma boa bilheteria e crítica.

No primeiro filme, "X-Men - O Filme" (X-Men, 2000), os mutantes comandados por Charles Xavier (Patrick Stewart) lutam para ser aceitos na sociedade, enquanto Magneto (Ian McKellen) tenta transformar todos os humanos em mutantes.

Em "X-Men 2" (X-2, 2003), um antigo militar chamado William Stryker (Brain Cox) lidera uma verdadeira caça aos mutantes. Diante dessa situação, os mutantes de Xavier se juntam a Magneto para evitarem a própria morte. Destaque para a participação de Noturno (Alan Cumming) e para a cena de luta entre Wolverine (Hugh Jackman) e Lady Letal (Kelly Hu) nessa sequência.

No último filme da série, "X-Men - O Confronto Final" (X-Men - The Last Stand, 2006), os humanos encontram uma chamada "cura" para os mutantes, que os transformariam em pessoas normais. Agora além de lutar contra a "cura", Wolverine e Tempestade (Halle Bary) terão que enfrentar o exército de mutantes comandados por Magneto além de encarar a fúria da Fênix (Famke Janssen).

Algumas questões lúdicas podem ser tiradas da trilogia sobre os X-Men, como o uso da força para o bem e a aceitação das diferenças. Como sou fã de carteirinha da série, sou suspeito para falar. Os grandes destaques da série são Magneto e Wolverine. Os efeitos especiais são excelentes e a trama é bem desenvolvida ao longo dos três filmes. Vale um adendo, há uma cena final em "X-Men - O confronto final" que só aparece ao término dos créditos finais. Um cena que deve deixar ou deixou muita gente com a pulga atrás da orelha.

Na maioria das trilogias, o terceiro filme sempre tende a ser mais fraco, como é o caso de "Homem-Aranha 3", que nos apresenta um Peter Parker emo e exagerado, embora essas atitudes tenham a ver com a história, eu senti um clima de "forçação" do personagem ao longo de todo o filme. Por mais que os três filmes não tenham nada a ver com as histórias dos quadrinhos e haja um quarto filme sobre os mutantes (X-Men Origins: Wolverine, 2009), que não tem nenhuma relação com as histórias anteriores, X-Men como uma trilogia funciona muito bem, com os três filmes bem conduzidos e cada película superando a anterior.


4º Lugar: Trilogia da Vingança

Pouco conhecida do grande público, essa produção sul-coreana levou o cinema oriental para o mundo todo. Como o próprio nome da trilogia sugere, são três filmes que tem em comum a busca por vingança, advinda das mais variadas causas. Nessa trilogia, não há ligação entre os filmes, cada fita pode ser vista de uma forma independente da outra.

O primeiro filme da trilogia, "Mr. Vingança" (2001), conta a história de Ryu (Shin Ha-kyun), um surdo-mudo que mora com a irmã que precisa com urgência de um transplante de rim. Acreditando conseguir um rim que seja compatível com o de sua irmã, Ryu procura traficantes de órgãos para retirar o seu rim em troca de um para a sua irmã. Ele é enganado pelos traficantes que somem com o órgão. Desiludido, sua amiga revolucionária Cha Yeong-mi (Bae Du Na) dá a idéia de sequestrar a filha de um rico empresário para assim conseguir o dinheiro para o transplante. Infelizmente algo dá errado durante o sequestro, e sucessivas ações de vingança são levadas a cabo. O interessante nesse filme é perceber como um simples acidente pode mudar o destino de várias pessoas.

"Oldboy" (2003), o segundo filme da Trilogia da Vingança, é fantástico. Com certeza, se tivesse visto há mais tempo, ele entraria como um dos melhores filmes da década de 2000-2009 . Oh Dae-su (Min-sik Choi) é aprisionado por um desconhecido durante 15 anos. Após esse período, ele é simplesmente libertado pelo seu detentor. Querendo compreender o porquê de permanecer preso durante 15 anos, Oh Dae-su trava uma busca por vingança, tentando encontrar a qualquer custo aquele que o manteve preso. Porém, ele não sabia dos planos de seu detentor. Misturando hipnose, flashbacks, incesto, romance e violência, esse filme possui um desenrolar extremamente revelador e completamente atraente. Uma obra-prima do cinema sul-coreano. Altamente recomendável!

O último filme da série, "Lady Vingança" (2005), traz agora uma mulher Lee Geum-Ja (Lee Yeong-Ae) buscando por vingança. Lee foi condenada a 13 anos de prisão por participar de um assassinato de uma criança, mas sua prisão foi injusta. Dentro da cadeia ela arquiteta um plano de vingança para punir o verdadeiro assassino. Comparado aos demais filmes da trilogia, esse parece ter uma causa mais nobre para a vingança da protagonista, com meios mais sutis do que os "vingadores" dos filmes anteriores. O interessante nesse filme é a virada da protagonista ao longo do filme: de vilã à mocinha. E quando descobrimos o real motivo que a conduz, a vingança em si não parece nada mais do que justiça.

Uma trilogia muito interessante e que vale a pena ser vista, apresentando os vários aspectos e motivações que levam as pessoas a buscarem por vingança. Para quem está cansado de vampiros branquelos e histórias insonssas, a Trilogia da Vingança do diretor Park Chan-Wook é uma excelente pedida.

3º Lugar: A trilogia do diretor Alejandro González Iñárritu

Novamente aqui não temos filmes que se ligam diretamente, eles podem ser vistos de forma independente. O tema que liga "Amores Brutos", "21 Gramas" e "Babel" são as fortes emoções e os grandes contrastes entre as consequências de determinados fatos que afetam a vida de pessoas que não se conhecem.

"Amores Brutos" (Amores Perros, 2000) foi eleito por mim como um dos dez melhores filmes da década 200-2009 (veja a última postagem de dezembro de 2009). O filme conta a história de três personagens completamente diferentes, um jovem suburbano, uma modelo e um mendigo que se envolvem num acidente de carro que geram consequências distintas para cada um. Além do acidente, o que liga os três personagens é a afeição que cada um possui por cães.

"21 Gramas" (21 Grams, 2003) segue o ritmo do primeiro filme: intenso e perturbador. Vinte e uma gramas é o peso que uma pessoa perde ao morrer, e a morte é o que liga os três personagens desse filme. Jack (Benicio del Toro), um ex-detento convertido, atropela e mata acidentalmente o marido e as duas filhas de Cristina (Naomi Watts). O coração do marido de Cristina é tranplantado para Paul (Sean Penn). Quando Paul descobre como conseguiu o transplante, ele encontra Cristina e tenta consolá-la. Muitos sentimentos são expressos no filme: culpa, redenção, justiça e vingança. Destaque para as excelentes atuações do trio protagonista, sendo Naomi Watts indicada ao Oscar de Melhor Atriz e Benicio del Toro ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.


"Babel" (Babel, 2006) mostra a globalização da consequência dos atos individuais. No Marrocos, duas crianças brincam com uma arma e acabam disparando contra um ônibus cheio de turistas americanos. A bala atinge Susan (Cate Blanchett), que está visitando o país com seu marido Richard (Brad Pitt). Os jornais já chamam o ataque de terrorista. Paralelo a isso, no Japão, a jovem surdo-muda Chieko (Rinko Kikuchi) se nega a falar em decorrência do trauma da morte da mãe, tem uma má relação com seu pai Yasujiro (Kôji Yakusho) e tenta se liberar sexualmente como forma de ser aceita na sociedade. E mais, no continente americano, Amélia (Adriana Barraza) e Santiago (Gael Garcia Bernal) levam os filhos de Susan e Richard para um casamento no México, já que ela teve que ficar por mais tempo com as crianças do que o previsto. Vários problemas acontecem na hora de cruzar a fronteira entre o México e os Estados Unidos. Vários temas são abordados como o terrorismo, xenofobia, egoísmo e sexualidade, mostrando que os seres humanos impõem outras barreiras, além da geográfica para compreender e respeitar o próximo. Com grandes atuações de todo o elenco, "Babel" teve sete indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção. Ganhou somente como Melhor Trilha Sonora Original. Trilogia mais do que recomendável para quem gosta de cinema de qualidade.

2º Lugar: O Senhor dos Anéis

Em nenhuma outra lista, a decisão da ordem entre o primeiro e segundo lugar foi tão difícil. Uma obra monumental, com cenas incrivelmente reais e bem produzidas. Efeitos visuais de tirar o fôlego e personagens que entraram para sempre no imaginário popular. Essa ainda é uma descrição fraca para caracterizar a obra máxima de Peter Jackson, "O Senhor dos Anéis". Nessa trilogia, os eventos são conectados temporalmente e os três filmes "A sociedade do anel", "As duas torres" e "O retorno do rei" devem ser vistos como parte de uma única obra.

"O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel" (The Lord of the Rings - The Fellowship of the Ring, 2001) é a parte fundamental para se entender a história. Um anel mágico (o Um Anel) é encontrado por hobbits. Esse anel desperta o poder e a cobiça presente no espírito dos homens e é tido como um elemento malévolo, já que foi criado pelo senhor das trevas Sauron que precisa desse anel para escravizar toda a Terra Média. O hobbit Frodo (Elijah Wood) fica encarregado de levar o anel até o único local onde ele pode ser destruído: no mesmo local onde ele foi feito, em Mordor. Para ajudá-lo nessa tarefa cria-se a Sociedade do Anel formada por elfos, anões, hobbits, magos e homens.

Em "O Senhor dos Anéis - As Duas Torres" (The Lord of the Rings - The Two Towers, 2002), a sociedade do anel já não existe e agora cabe a Frodo e Sam (Sean Astin) a difícil tarefa de levar o anel até Mordor, guiados por Gollum, que ao ao mesmo tempo em que ajuda Frodo e Sam tenta recuperar o anel que um dia já foi seu. Quem não lembra da frase: "My precious"?. Também há o combate entre o exército dos homens e o exército de orcs criado por Saruman (Christopher Lee) para ajudar Sauron.

Na última parte da história, "O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei" (The Lord of the Rings - The Return of the King, 2003) é contado como surgiu Gollum, logo no começo do filme, e o restante é basicamente a guerra entre o exército de Sauron e o exército dos mortos liderados por Aragorn (Viggo Mortensen), o único herdeiro legítimo de Gondor. "O Retorno do Rei" recebeu 11 indicações ao Oscar e ganhou em todas as categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor para Peter Jackson. Um recorde só feito por "Titanic" (1997) e "Ben-Hur" (1959). Verdade seja dita, a Academia não premiou "O Retorno do Rei" como Melhor Filme, ela premiou sim o conjunto da obra. Com cenas panorâmicas incríveis, um ser totalmente digital e uma história que mistura magia e mitologia, "O Senhor dos Anéis" se torna um clássico instantâneo do cinema, figurando ao lado de grandes filmes como "Star Wars".

1º Lugar: O Poderoso Chefão

Assim como o segundo lugar, "O Poderoso Chefão" também é a adptação de um livro. Saindo do mundo da fantasia de Tolkien e entrando no mundo real da obra escrita por Mario Puzo, Francis Ford Coppolla retrata com fidelidade e realismo surpreendente o cotidiano da máfia italiana nos Estados Unidos.

"O Poderoso Chefão" (The Godfather, 1972) conta a história de Don Vito Corleone (Marlon Brando) e sua família, composta principalmente pelos seus cinco filhos. Já no casamento de sua filha Connie (Talia Shire), Don Vito recebe visitas em seus escritório onde conhecidos e amigos vem lhe pedir favores. Já na primeira cena em que aparece o personagem de Brando, percebe-se o tom dado a ele, primeiro mostra-se o rosto do amigo e conforme a câmera avança surge o vulto do personagem filmado pelas costas. Somente depois de alguma palavras é mostrado ao espectador as feições de Don Vito. Simplesmente genial! Como todo mafioso ele utiliza métodos nada convencionais para conseguir aquilo que deseja. Alguns críticos veem Don Corleone como um vilão. Eu não interpreto dessa forma. Apesar de tudo ele valoriza, e muito, a fidelidade e amizade dos amigos e nada do que ele faz é em vão. Destaque para a atuação de Al Pacino como Michael, o filho mais novo de Don Vito, e virá a se tornar o novo "padrinho" após a morte de Don Vito. O filme foi e continua sendo um sucesso de crítica e público, com cenas memoráveis como o casamento de Connie, o assassinato de Sonny (James Caan), um dos filhos de Vito, e a cabeça do cavalo na cama de um produtor de cinema. O filme recebeu 11 indicações ao Oscar, vencendo nas categorias Melhor Filme, Melhor Roteiro e Melhor Ator para Marlon Brando. Brando se recusou a recebeu o prêmio e mandou uma falsa índia em seu lugar para protestar sobre como os nativos são tratados nos EUA. "O Poderoso Chefão" é um dos recordistas em indicações por atuação masculina. Além da indicação de Marlon Brando para Melhor Ator, o filme teve outras três indicações para Melhor Ator Coadjuvante: Al Pacino, James Caan e Robert Duvall, totalizando quatro indicações para atores. Como toda premiação, cometeram uma injustiça, ao invés de premiarem Al Pacino como Ator Coadjuvante, quem ganhou o Oscar foi Joel Gray por "Cabaret". Al Pacino foi indicado posteriormenteao Oscar de Melhor Ator por "O Poderoso Chefão Parte II" (1974), mas não venceu. A Academia só iria se redimir com Al Pacino em 1992, quando ele finalmente venceu por "Perfume de Mulher". Mas as suas atuações em qualquer filme da trilogia de "O Poderoso Chefão" é superior a de "Perfurme". Coisas da Academia...


Em "O Poderoso Chefão Parte II" (1974), Michael (Al Pacino) é o novo "padrinho". Interessante notar no primeiro filme a evolução do personagem até se tornar Don Michael. O filme é igualmente interessante ao primeiro e mantém o mesmo ritmo. Nessa sequência, Michael luta contra a perseguição de outras famílias mafiosas e contra o governo federal, que tenta incriminá-lo a qualquer preço. Paralela a história de Michael, há flashbacks contando a juventude de Vito Corleone na Itália e após a imigração para os Estados Unidos, interpretado brilhantemente por Robert De Niro, mantendo as características criadas por Brando para o persnagem. O filme vai mais fundo na personalidade de Michael, com difíceis escolhas a serem tomadas, como a morte encomendada de seu irmão Fredo (John Cazale), após uma traição. O filme teve 11 indicações ao Oscar, vencendo nas categorias Melhor Filme, Melhor Diretor para Francis Ford Coppola, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator Coadjuvante para Robert De Niro, Melhor Direção de Arte e Melhor Música. Também teve quatro indicações para as atuações masculinas: Al Pacino (indicado a Melhor Ator), Robert De Niro, Michael Gazzo e Lee Strasberg (indicados a Melhor Ator Coadjuvante).

"O Poderoso Chefão Parte III (1990)" mostra um Michael atormentado pelas atitudes do passado: divórcio, assassinato do irmão e o distanciamento dos filhos. Arrependido, Michael tenta legalizar os negócios da família com a ajuda da igreja e vê no sobrinho Vincent (Andy Garcia), filho de Sony, a chance de passar o bastão de "padrinho" e esperar por uma redenção. O filme não é tão bom quanto os dois primeiros, mas mantém o interesse do espectador ao longo das suas quase três horas de duração. A cena final da morte de Michael é belíssima, assim como a cena da morte de Vito Corleone na primeira fita. O único porém do filme é a atuação de Sofia Coppola como a filha Mary de Michael. É visível que ela está perdida em cena, mas não chega a danificar a obra com um todo. "O Poderoso Chefão Parte III" foi indicado a sete categorias no Oscar incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor para Coppola e Melhor Ator Coadjuvante para Andy Garcia.

Apesar de Coppola não considerar "O Poderoso Chefão" como uma trilogia (seriam dois filmes e um epílogo), o diretor fez a sua obra máxima e três obras clássicas e obrigatórias para se ver. "O Poderoso Chefão" conseguiu o que nenhum outro filme de Hollywood jamais conseguiu: ter duas partes das suas sequências premiadas com o Oscar de Melhor Filme. E não poderia ser diferente. Um verdadeiro clássico com personagens e cenas inesquecíveis. Definitivamente a melhor trilogia que eu já vi.

Bom, estas foram as minhas dicas. Escolha um final de semana e uma dessas cinco trilogias e boa sessão! Bons filmes!

sábado, 10 de julho de 2010

Top Five: Adolescentes

Tida como uma das fases mais controversas da vida, adorada por uns e odiada por outros, a adolescência é uma fase de mudança e firmação da personalidade humana. Uma fase cercada por medos, receios e incertezas, revolta e experimentações dos mais variados tipos. Com um grande misto de sensações, essa fase fornece para o cinema enredo para excelentes histórias, que vão desde a comédia ao drama. Alguns diretores se destacaram notadamente abordando filmes para e sobre adolescentes. O mais evidente com certeza é John Hughes, um dos nomes mais aclamados do cinema dos anos 80, que produziu e dirigiu clássicos adolescentes como "Curtindo a vida adoidado", "A garota de rosa choque" e "O clube dos cinco". Esse Top Five indica os cinco melhores filmes com temática adolescente.

5º Lugar: Juno (Juno, 2007)

Abordando um tema bastante atual, Juno (Ellen Page) é uma menina de 16 anos que engravida logo na sua primeira vez do seu colega de classe Bleeker (Michael Cera). Decidida a não levar essa gravidez adiante ela decide imediatamente fazer um aborto. Chegando na clínica, ela desiste e resolve então, continuar com a gravidez. Pensando não ter maturidade suficiente, ela busca um casal perfeito para adotar seu filho. Encontra, então, o jovem casal Vanessa (Jennifer Garner) e Mark (Jason Bateman), que parece que irão resolver todos os problemas de Juno. Ao abordar temas delicados como a gravidez na adolescência, aborto e adoção o filme é exato e sem idealizações. Interessante notar o comportamento dos colegas de classe de Juno à medida que sua barriga cresce. O roteiro do filme é digno de nota, sendo premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original, mas o grande destaque do filme é, sem dúvida, a atuação de Ellen Page. Uma atuação extremamente natural que lhe rendeu a sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Atriz e para mim é uma das melhores jovens atrizes que surgiu nos últimos tempos. Juno também foi indicado a Melhor Filme e Melhor Diretor para Jason Reitman. Realmente vale a pena conferir.

4º Lugar: Curtindo a vida adoidado (Ferris Bueller's Day Off, 1986)

Realmente uma postagem sobre adolescentes sem a presença de Ferris Bueller não seria possível. Aparecendo pela terceira vez nos Top Five, "Curtindo a vida adoidado" reflete tudo aquilo que um adolescente normal gostaria de fazer: matar aula num dia ensolarado, aproveitar o que a cidade oferece de melhor e, o melhor de tudo, não ser pego! Além da mensagem de aproveitar a vida, dita no começo do filme e repetida no final, o filme questiona algumas ordens sociais como o casamento e a relação pai/filho, fato que fica evidente durante os diálogos de Cameron (Alan Ruck) com Ferris (Matthew Broderick). Outro ponto alto do filme é a crítica em relação aos métodos de ensino: aulas chatas e sonolentas abordando temas nem um pouco interessantes para quem está com 16 ou 17 anos. Por mais que o filme passe a ideia de aproveitar o dia, um dos locais visitados por Ferris, Sloane (Mia Sara) e Cameron é um museu, comprovando que cultura também é divertimento. Fato é que hoje em dia os jovens só vão a museus se forem obrigados pela escola. Dirigido por John Hughes, este filme é um clássico com cenas igualmente clássicas como a dança no desfile das ruas de Chicago, o acidente com a Ferrari na garagem do pai de Cameron, até o empolgante final com Ferris correndo para chegar em casa antes das 18 horas e o encontro de Jeanie (Jennifer Gray) e um deliquente (Charlie Sheen) na delegacia. Um filme alegre e divertido que o tempo só fez melhorar, sendo visto e revisto por admiradores de Ferris por todo o mundo. "Save Ferris!"

3º Lugar: Juventude Transviada (Rebel Without a Case, 1955)

Estrelado por um dos maiores ícones do cinema, James Dean, "Juventude Transviada" conta a história de Jim Stark (Dean) que se muda com a família para uma nova cidade, tendo como foco a aparente rebeldia "sem causa", como sugerido no nome original e pessimamente traduzido para o português. A rebeldia de Jim deve-se a apatia de seu pai frente às decisões autoritárias de sua mãe. Essa rebeldia é extravasada na forma de rachas, brigas, álcool e cigarros. Na delegacia, Jim se interessa por Judy (Natalie Wood), que é ignorada pelo pai. Completa o elenco principal, o jovem Plato (Sal Mineo), que foi praticamente criado pela empregada, durante as ausências paternas. Com tantas afinidades, surge uma amizade tão intensa entre os três, que eles a vêem como a substituta de suas famílias problemáticas. Assim como em outros filmes retratando a adolescência, boa parte do comportamento dos jovens é fruto do relacionamento e da forma como vêem os seus pais.

O valor do filme está no fato de que foi um dos primeiros a tratar do tema rebeldia na juventude e expor as suas causas e consequências. Um fato misterioso que envolve esse filme foi a morte pré-matura dos três protagonistas: James Dean em acidente de carro, Natalie Wood afogada e Sal Mineo assassinado. Para quem gosta de filmes clássicos, "Juventude Transviada" é um prato cheio. Vale a pena conferir.

2º Lugar: Preciosa, uma história de esperança (Precious: Based on the Book "Push" by Sapphire, 2009)

Preciosa (Gabourey Sidibe), 16 anos, negra, gorda, pobre, abusada pelo pai, desrespeitada pela mãe e grávida do próprio pai pela segunda vez. Ao ler essa descrição, o leitor pode achar que esse filme é deprimente e que é apenas mais um a abordar a pobreza da natureza humana. Pelo contrário, "Preciosa" nos apresenta uma vontade de viver e de vencer obstáculos poucas vezes vista no cinema. Todos os problemas enfrentados por Preciosa são abordados de forma real e convincente, chegando a causar um certo mal-estar em determinadas cenas. Contudo, lembre-se que Preciosa tem somente 16 anos, e como toda garota nessa idade possui sonhos: ser famosa, ter um namorado bonito e branco e uma família que a ame e a respeite. Em alguns momentos, ela se olha no espelho e se vê magra, bonita e loira (o padrão rotulado de beleza).

Esses sonhos e visões, mostrados em flashes, é um dos pontos altos do filme. Apesar de todo o sofrimento vivido pela protagonista, o diretor sempre lembra ao espectador de que ela ainda é uma jovem com sonhos. "Preciosa" aborda de forma magistral e com um realismo impressionante a violência doméstica e sexual. Uma das cenas mais reveledoras e de "difícil digestão" é o diálogo que sua mãe (Mo'Nique) conta para a assistente social como começaram os abusos e qual foi seu comportamento diante dessa situação. Apesar de todo sofrimento, o filme termina com a esperançosa canção "It Took a Long Time" de Labelle, enquanto Preciosa carrega seus dois filhos, em uma cena belíssima.
O filme recebeu seis indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Atriz para Gabourey Sidibe e Melhor Direção para Lee Daniels. Venceu nas categorias Melhor Atriz Coadjuvante para Mo'Nique e Melhor Roteiro Adaptado. "Preciosa" pode ser visto como um "tapa na cara", como definiu o meu amigo Lucas, e ainda como uma preciosidade cinematográfica. Altamente recomendável!




1º Lugar: O Clube dos Cinco (The Breakfast Club, 1985)


Nenhum filme foi mais a fundo na mente adolescente do que "O Clube dos Cinco". Dirigido por John Hughes, o filme conta a história de cinco adolescentes completamente diferentes que por terem cometidos infrações, são obrigados a passar um sábado na escola e escreverem uma redação onde reflitam quem eles são. O grupo é compostos por Andrew (Emilio Estevez), o esportista; Claire (Molly Ringwald), a patricinha; John (Judd Nelson), o deliquente; Allison (Ally Sheedy), a estranha e Brian (Anthony Michael Hall), o cdf. Poucas vezes o cinema abordou de forma tão clara como os adolescentes vêem a sociedade e a família, através de seus medos e anseios (tão característicos dessa época). Entretanto, esses medos não são em vão. Tendo os pais como principal referência, o grupo de cinco se preocupa se acabarão como seus pais. Discutem a cobrança que sofrem para sempre serem os melhores ou como são ignorados pelos pais. De outro lado, Hughes mostra a visão dos adultos através dos diálogos entre o diretor da escola Richard (Paul Gleason) e o faxineiro Carl (John Kapellos). O grande clímax do filme é quando cada um expõe o real motivo de por quê estão ali. Os diálogos são o grande atrativo do filme. Seguem abaixo algumas frases:
"Os garotos não mudaram, você mudou". (Carl para Richard)
"Quando você se torna adulto, o seu coração morre". (Allison)
"Eu não vou tolerar nenhum perdedor em minha família". Andrew repetindo a frase dita por seu pai.
Frases para se pensar... Ao final, eles entregam a redação onde dizem que por mais que eles escrevam a redação pensando em quem eles realmente são, o diretor da escola sempre os verá da mesma forma como sempre viu, encerrando o filme ao som da clássica "Don't you (Forget about me)" do Simple Minds (veja o clipe da música no vídeo abaixo). Se "Curtindo a vida adoidado" é o filme mais popular de John Hughes, com certeza "O Clube dos Cinco" é a sua obra-prima. Vale a pena ver e rever esse clássico!



quarta-feira, 16 de junho de 2010

Falta de criatividade é a marca deste primeiro semestre em Hollywood

Meio ano já se passou e Hollywood até agora não apresentou nenhum filme digno do adjetivo original ou interessante. O que temos visto de janeiro até agora é uma sucessão de idéias antigas que foram reaproveitadas ou vistas por um novo ângulo, mas de original mesmo, muito pouco! Para começar, vamos analisar alguns dos remakes feitos até agora:

Fúria de Titãs (Clash of the Titans)

Refilmagem do clássico de 1981, essa nova versão se apóia nos efeitos efeitos especiais e na onda 3-D para alavancar a bilheteria. O filme conta a trajetória de Perseu (interpretado pelo protagonista de Avatar, Sam Worthington) para salvar a cidade de Argos que será destruída pelo monstro Kraken. Os efeitos especiais são até bons, o problema é que tudo é só efeito especial. A história é mostrada de forma ismiuçada, impedindo a platéia de raciocinar o mínimo que seja. Minha maior curiosidade era saber como fariam a cena em que Perseu enfrenta Medusa, a temida górgona que transforma em pedra qualquer um que olhe em seus olhos. Para minha decepção, colocaram uma Medusa de rosto angelical (onde já se viu?). A cena prima pelos efeitos especiais e não pelo suspense. Lamentável. Embora a versão original tenha sido gravada com animação stop motiom, ela é muito superior a este remake, que de original não tem nem a versão em 3-D, já que o filme foi convertido após as filmagens.

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland)

Um dos filmes mais esperados do ano, com a visão um tanto quanto sombria de Tim Burton. O filme é como uma sequência do clássico desenho da Disney de 1951. Se no desenho, Alice era uma menina que de repente se vê num mundo completamente diferente do real e que simplesmente acorda de um sonho no final, na obra de Burton, Alice é uma mulher adulta, que entra na País das Maravilhas com uma missão a cumprir: derrotar a Rainha Vermelha. Também com versão em 3-D, os efeitos são bons e a direção de arte é excelente. A Alice (Mia Wasikowska) está bem no papel-título do filme, mas quem rouba a cena é mesmo Johnny Depp e seu Chapeleiro Maluco. O filme não é ruim e merece ser visto, embora quem deseje entender todas as histórias e teorias criadas a partir da história de Alice no País das Maravilhas, como a Teoria da Rainha Vermelha, deve ver o original de 1951.

Esses foram só os remakes que eu fiquei curioso de ver, mas ainda tem O Lobisomen (remake do clássico de 1941) e Robin Hood (em mais uma versão, dessa vez sob o olhar de Ridley Scott). Outro remake que ainda está por estrear nos cinemas é Karatê Kid, dessa vez estrelado por Jackie Chan, que nessa versão treina um pobre menino negro. Para piorar a situação, ouvi boatos, e realmente espero que sejam boatos, que pretendem refilmar Ghost, com Will Smith no papel de Sam, interpretado por Patrick Swayze na versão original, além de Os Pássaros de Hitchcock e Casablanca. Realmente, algumas obras deveriam permanecer intocadas para sempre. Em dezembro, deve (re)estrear A Bela e a Fera, a animação clássica da Disney, dessa vez na versão 3-D. Acho que Hollywood está exagerando. Na verdade, relançar clássicos em 3-D só tem um objetivo claro: bilheteria. É o que também está fazendo James Cameron com Titanic 3-D.

Isso só de refilmagens, mas parece que boa parte do cinema de 2010 foi e vai ser em cima de sequências de filmes de sucesso. As sequências começaram com Homem-de-Ferro 2, com Robert Downey Jr. mais uma vez incorporando o papel do homem metálico, além da aguardadíssima sequência (pelo público feminino) de Sex and the City 2, que agora traz Penélope Cruz no elenco.

As animações de sucesso não poderiam ficar de fora. Toy Story 3 traz novamente, depois de um longo regime de tempo, os brinquedos Woody e Buzz Lightyear em novas aventuras em 3-D depois que seu dono cresceu. Também em 3-D, a aguardada sequência final do ogro mais simpático do cinema, Shrek Para Sempre. O filme é bom, achei melhor que o Shrek Terceiro, mas o ogro e sua trupe já dão sinais de cansaço, e investir em mais uma sequência seria desgastar o carisma criado por todos os personagens do filme. Toy Story 3 deve estrear no cinema dia 18 de junho e Shrek para Sempre em julho.




Mas isso ainda não é tudo. O segundo semestre continua com as suas sequências em busca de bilheterias exorbitantes. A Saga Crepúsculo estréia Eclipse, a terceira sequência da franquia hormonal adolescente em ascensão. Deve bater recordes de bilheteria novamente, já que a segunda sequência, Lua Nova, foi o filme com maior arrecadação no dia de estréia. Realmente o público adolescente é um mercado consumidor ávido, embora precise melhorar o gosto. Outras sequências que devem ser lançadas até o final do ano:

Resident Evil Recomeço
Wall Street 2
Deu a louca na chapeuzinho 2
Tropa de Elite 2
Jogos Mortais 7
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1
As Crônicas de Nármia - A Viagem do Peregrino da Alvorada

E agora vem a ponta do iceberg lançada na última postagem: Titanic 2. Sim isso mesmo. Vão afundar o navio mais uma vez. Nessa pseudo-continuação, um transatlântico batizado de Titanic 2 em homenagem ao seu antecessor, também é atingido por um iceberg. O diferencial (se é que se pode usar essa palavra) é que desta vez, um tsunami no mar faz mover um imenso iceberg e este iceberg se choca ao navio. O resto todo mundo já sabe. Isso sim é a mais pura falta de criatividade. Tanto que o filme nem vai ser lançado no cinema, ele já sai direto em versão de DVD. Ainda bem, quem será que pagaria para ver esse filme? Ou pior, quem compraria o DVD?

Voltando ao mundo real.... Claro, algumas obras como As Crônicas de Nármia e Harry Potter seguem o seu rumo natural de multi-sequência, mas outras são caça-níqueis explícitos. Contudo, alguns filmes merecem destaque e devem ser vistos. Tirando os indicados ao Oscar, Invictus e Um Olhar do Paraíso, ambos excelentes, um dos melhores filme que eu vi até agora foi Ilha do Medo, o novo filme de Martin Scorsese. Nesse suspense psicológico estrelado por Leonardo DiCaprio, Scorsese nos leva à uma ilha sombria cercada de mistérios onde fica instalada um hospital psiquiátrico. Foi o filme mais diferente de Scorsese, abordando temas pouco usuais em sua obra como a loucura. Sem falar no ótimo final.



Outro filme que merece ser visto é a comédia de humor negro Zombilândia. Zumbis sempre são temas recorrentes no cinema, mas essa visão misturando comédia e horror é uma receita de diversão garantida. Woody Harrelson comanda um grupo de sobreviventes que tentam escapar a todo preço dos ataques zombis. Destaque para Abigail Breslin, a eterna pequena Miss Sunshine, e para a participação especial com final cômico (e trágico) de Bill Murray, interpretando ele mesmo. Vale a pena conferir.



No mais, espero que o cinema hollywoodiano dê uma melhorada nos roteiros e na sua criatividade. Até a próxima!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Top 10: Melhores histórias de amor


Dias dos Namorados se aproximando, frio em boa parte do Brasil... Nada melhor para os enamorados de plantão do que
tomar um bom vinho e assistir um filme romântico no conforto do sofá ou da cama. Sendo assim, nada mais justo do que listar as dez melhores histórias de amor do cinema para se ver em boa companhia. Das histórias mais comuns às mais improváveis, sempre embaladas por uma canção ou uma frase que fica na cabeça por dias a fio... "E os indicados são":

10º Lugar: ... E o vento levou (Gone with the wind, 1939)


Se há um filme que define a palavra "clássico" no cinema, esse filme com certeza é ... E o vento levou.
Baseado na obra homônima de Margareth Mitchel, essa superprodução da MGM, filmado a cores numa época em que todos os filmes eram em preto e branco, apresenta imagens grandiosas, com figurinos e cenários exuberantes e personagens inesquecíveis. ... E o vento levou conta a história de Scarlett O'Hara (Vivien Leigh), a filha mimada de um colonizador irlandês que vive no sul dos Estados Unidos. Scarlett adora ter a atenção de todos os homens solteiros a sua volta, contudo nutre uma paixão pelo único homem que não lhe dá tanta atenção assim, Ashley Wilkes (Leslie Howard). No entanto, Ashley está comprometido com Melanie Hamilton (Olivia de Havilland). Após se declarar a Ashley e ser dispensada por ele, Scarlett aceita se casar com o irmão de Melanie. Paralelo a isso, os yankees do norte declaram guerra aos estados escravistas do sul. Tinha início a famosa Guerra de Secessão. Imediatamente Ashley e o marido de Scarlett se alistam ao exército. Scarlett fica viúva, seu marido morre antes mesmo de entrar em combate, e ela vai morar em Atlanta na casa de Melanie; a forma que ela encontrou de estar perto de Ashley. Em meio a tudo isso, Scarlett conhece Reth Butler (Clark Gable), um homem interessado mais em si próprio do que nos problemas políticos do país. O que se segue é a invasão de Atlanta pelos yankees e a completa destruição das cidades e fazendas do sul. Com o final da guerra e, numa tentativa de fugir ao ataque yankee, Scarlett pede ajuda a Reth para levá-la de volta a Tara, a fazenda de seu pai. Voltando para Tara, Scarlett encontra sua mãe morta, seu pai louco e a companhia na fome e da miséria. É inclusive nessa parte que ela, com um punhado de terra na mão, fala a famosa frase: "Nunca mais passarei fome em minha vida" (uma das várias cenas clássicas). Com esse pensamento, ela pede a Mammy (Hattie McDaniel) que faça um vestido de uma cortina e segue para Atlanta, onde pedirá ajuda a Reth. Ele a nega, e então Scarlett se casa com o homem que está comprometido com sua irmã, pois vê que seus negócios estão prosperando. Após um tempo, seu marido é assassinado e Reth, que já tinha interesse em Scarlett, a pede em casamento, já que ele diz que ambos são iguais em sua essência. No entanto, Reth sabe que Scarlett não esqueceu Ashley. Somente no final do filme, Scarlett percebe que realmente amava Reth, mas para ele seria tarde demais. O final fica em aberto, com Scarlett voltando a Tara e prometendo reconquistar Reth.

Há que se fazer justiça que o centro do filme não é o romance entre Scarlett e Reth, é sim, muito mais a história da própria Scarlett, que se vê obrigada a deixar o conforto e enfrentar todas as situações impostas por um guerra civil. Contudo, o relacionamento dos dois é impulsivo e cheio de altos e baixos. Vale destacar a postura de Reth, que nos momentos de fúria de Scarlett, só ele sabe como acalmá-la. Com quase quatro horas de duração, é difícil traçar uma sinopse curta dessa obra. ...E o vento levou recebeu treze indicações ao Oscar e levou oito: Melhor Filme, Melhor Diretor (Victor Fleming), Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Hattie McDaniel, a primeira atriz negra a ser indicada e a ganhar um Oscar), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Montagem. Levou ainda dois Oscar honorários: pelo pioneirismo no uso de cores e pela inovação técnica. Naquela época, o cinema ainda não tinha presenciado cenas complexas como incêndios e cenas que exigiam um grande número de atores/figurantes. Duas curiosidades interessantes sobre o filme: (i) os prédios em chamas em Atlanta eram, na verdade, os cenários da versão original de King Kong (1933) e (ii) boa parte dos combatentes sulistas feridos que estavam deitados nas ruas de Atlanta enquanto Scarlett caminha entre eles eram bonecos de pano. As únicas falhas do filme são a longuíssima duração (uma tarefa árdua na correria dos dias de hoje) e a visão extremamente romanceada do escravismo sulista. Os negros são vistos como servos fiéis aos seus senhores, indo cavar trincheiras para os sulistas cantarolando e com um sorriso largo no rosto, além de alguns serem vistos como incompetentes, ou até mesmo, vagabundos. Poderia fazer uma postagem falando somente das histórias desse filme, mas o que fica mesmo é a imponência visual das cenas e seu inesquecível casal protagonista, Scarlett e Reth, numa das obras mais memoráveis da história do cinema.

9º Lugar: Um lugar chamado Nothing Hill (Nothing Hill, 1999)

O amor entre uma estrela de cinema e um sujeito normal, dono de uma pequena livraria. Essa é a história de amor entre Anna Scott (Julia Roberts) e Will (Hugh Grant). Anna conhece Will na sua pequena livraria enquanto divulga seu novo filme na Inglaterra. Ela compra uns exemplares e vai embora, e Will fica com aquele olhar de "nunca mais a verei". Entretanto, enquanto caminha na rua com seu capuccino, ele trompa em Anna deixando a sua roupa completamente manchada. Ela vai até a casa dele, onde pode vestir outra peça e, ela acaba se interessando por Will, um rapaz mais do que atrapalhado. O filme é cheio de idas e vindas entre os dois, mas um dos grandes destaques do filme são os amigos de Will, que apesar de serem "perdedores" sempre encontram motivos para rirem de si próprios. O filme é cheio de clichês, como por exemplo o namorado que surge do nada quando a relação parece estar indo no caminho certo e a corrida para alcançar Anna antes que ela embarque, até o final feliz. Um prato cheio para o deleite dos casais, sem comentar na belíssima canção interpretada por Elvis Costello, She, que encerra com chave de ouro o filme. Uma das melhores comédias românticas com Julia Roberts.

8º Lugar: Romeu + Julieta (Romeu + Julieta, 1996)

Claro que a história de amor mais famosa do mundo não poderia ficar de fora dessa lista. Esta adaptação da obra clássica de William Shakespeare, traz Romeu e Julieta dentro de um contexto urbano moderno e violento, onde as famílias Capuleto e Montecchio dominam boa parte da cidade. Esta, na minha opinião, é a melhor adaptação da obra de Shakespeare, tendo Leonardo DiCaprio no papel de Romeu e Claire Danes no papel de Julieta. O casal de jovens atores se saiu muito bem e convenceram nos papéis. Acho que não cabe aqui fazer uma sinopse da história de Romeu e Julieta, mas cabe indicar essa interessante adaptação que atraiu o público jovem para uma história secular.

7º Lugar: Uma linda mulher (Pretty Woman, 1990)

O sonho de toda mulher romântica, pode ser traduzido no filme que levou Julia Roberts ao estrelato e lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Uma linda mulher conta a história de uma prostituta, Vivian (Julia Roberts) que é contratada por Edward (Richard Gere) para ser sua acompanhante durante uma semana de negócios em Los Angeles. Edward dá acesso ilimitado ao seu cartão de crédito para que Vivian compre roupas mais adequadas nas botiques mais caras de Beverlly Hills, numa das sequências mais engraçadas do filme. Como era de se esperar, Vivian se apaixona por Edward. E, como toda comédia-romântica, o casal se separa em determinado momento e depois reata com declarações em públicos. Clichê? Sim, mas é o que todos esperam quando assistem a filmes desse gênero. Na verdade, Uma linda mulher impulsionou boa parte dos comédias românticas vistas nos últimos 20 anos e atraiu muitos telespectadores que apreciam esse gênero. Julia Roberts foi alçada a "queridinha da América", curiosamente, interpretando uma prostituta, fato que é facilmente ignorado pelo telespectador ao longo do filme pelo seu charme e carisma. Na verdade, Julia Roberts deve agradecer imensamente a Molly Ringwald, a queridinha de John Hughes durante os anos 80 que fez filmes como Gatinhas e Gatões e A garota de rosa-choque, que recusou o convite de Garry Marshall para viver o papel de Vivian. Sorte para Julia Roberts e azar para Molly, que dos anos 90 para cá fez somente participações em poucos filmes B. Vale destacar a trilha sonora de Uma linda mulher, principalmente a canção-tema do filme, Pretty Woman, interpretada por Roy Orbison. Uma história cativante e engraçada, que com certeza está na memória de muitas pessoas mundo a fora.

6º Lugar: Brilho eterno de uma mente sem lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004)

Eleito por mim como um dos dez melhores filmes da década (2000-2009), Brilho eterno não poderia ficar de fora dessa lista. Clementine (Kate Winslet) decide apagar da memória todas as lembranças que tem de seu namorado Joel (Jim Carrey) porque acredita que sua relação com ele está fadada ao fracasso. Ao saber disso, Joel também resolve se submeter a esse processo de limpeza de memória, mas durante tal processo ele luta dentro de suas memórias para guardar alguma lembrança de Clementine. Como já falei aqui, o roteiro é originalíssimo e vale muito a pena conferir.

5º Lugar: Casablanca (Casablanca, 1942)

Outro filme que leva o título de "clássico". Casablanca é nome de uma cidade marroquina sob domínio da França, tida como o penúltimo ponto de partida para a América, durante a Segunda Guerra Mundial. A história é sobre Rick (Humprey Bogart), o dono de um bar-cassino, cujo local abriga todo tipo de facção política, desde americanos tentando voltar para casa, nazistas, franceses... Rick não é do tipo que tem muito amigos, justamente por isso Ugarte (Peter Lorre), um vigarista que consegue passagens para quem quiser voltar para a América, entrega para Rick duas passagens. Em seguida, Ugarte é preso e assassinado. A polícia tenta localizar as passagens, mas Rick se faz de desentendido, mantendo-as consigo. Contudo, Rick não sabia que as passagens eram para Victor Lazlo (Paul Henreid) e sua grande paixão do passado, Ilsa (Ingrid Bergman). A história de amor vivida por Rick e Ilsa é contada na forma de flashback, durante a época em que eles viviam na França ainda não ocupada pelos nazistas. Um amor intenso, repleto de juras e planos para o futuro. Um pouco antes da invasão alemã, Rick planeja fugir com Ilsa, e combinam de se encontrar na estação de trem. Para a desilução de Rick, Ilsa não aparece. Após o reencontro em Casablanca, ambos sentem saudades do amor vivido na França ("Nós sempre teremos Paris", em umas das frases clássicas), Rick então descobre o motivo de Ilsa tê-lo abandonado, e mais uma vez planejam fugir, dessa vez com Ilsa abandonando Victor. Se a fuga sairá como planejada, fica para quem ver ou para quem já viu o filme. Com um roteiro inteligente, Casablanca cativa o telespectador com a história de Richard e Ilsa, ainda mais embalada com a inesquecível canção "As time goes by", que quase transporta o telespectador para dentro do filme, além de frases clássicas como "Esse é o início de uma bela amizade" e "Eu sei que jamais terei forças para deixá-lo novamente". Uma excelente história que vale a pena ser vista. Casablanca é tido como um dos melhores filmes de todos os tempos pela crítica especializada, sendo premiado com o Oscar de Melhor Filme, Melhor Direção (Michael Curtiz) e Melhor Roteiro. Realmente vale a pena conferir.

4º Lugar: Cidade dos Anjos (City of Angels, 1998)

O amor na sua forma mais improvável acontece em Cidade dos Anjos. Seth (Nicolas Cage) é um anjo que consola aqueles que estão a beira da morte. Maggie (Meg Ryan) é uma médica que não acredita em fenômenos sobrenaturais, mas após perder um paciente fica muito abalada e começa a perceber a presença de algo que não consegue explicar. Seth vai se aproximando cada vez mais de Maggie, mas como é um anjo ele não sente o toque, calor, frio, vento... Decidido a viver esse amor, ele abre mão da sua condição e se torna mortal. Cidade dos Anjos é um belíssimo filme, que foge do clichê final e mistura romantismo com espiritualidade muito bem. Destaque para a música-tema do filme, Iris, interpretada pelo Go Go Dolls.

3º Lugar: Diário de uma paixão (The notebook, 2004)

O amor de uma vida inteira. Assim pode ser definido a história vivida por Allie (Rachel McAdams) e Noah (Ryan Gosling). O filme começa em uma clínica geriátrica, onde uma idosa está internada por sofrer do mal de Alzheimer. Duke, um amigo dessa idosa que também está internado, conta a história de amor vivida pelos jovens Allie e Noah. O jovem casal de apaixonou em 1940, mas a relação não era bem vista pela mãe de Allie, já que Noah era um rapaz de classe inferior. Como forma de evitar o relacionamento da filha com Noah, a família de Allie se muda para longe. Contudo, a mudança não apaga o amor de Noah, que escreve para Allie diariamente. Infelizmente, as cartas nunca chegaram nas mãos de Allie, pois sua mãe as escondia. Passado um tempo, e como nunca mais tivera notícias de Noah, Allie aceita o pedido de casamento de Lon Hammond Jr. (James Marsden, o Ciclope de X-Men). No entanto, ela reencontraria Noah no futuro, e todo o sentimento que ela julgava ter acabado ressurge. A história não é tão original, mas o grande valor do filme está no final, que apesar de ser previsível, emociona. O elenco, apesar de jovem, se sai muito bem. No quesito romance, não há como não indicar esse filme. Vale a pena conferir.


2º Lugar: Titanic (Titanic, 1997)

Uma história de amor a bordo do maior navio até então já construído. Titanic, como o mundo inteiro sabe, conta a história de Jack (Leonardo DiCaprio), um jovem pintor sem paradeiro certo, e Rose (Kate Winslet), uma jovem de família nobre. Jack conhece Rose quando esta tenta saltar do navio, cansada da sua vida de aparências na alta sociedade. Como forma de retribuição por ter salvado a vida de Rose, Cal (Billy Zane), noivo de Rose, convida Jack para um jantar. A partir disso, o interesse de Jack por Rose só aumenta, e culmina por fim na clássica cena em que ambos estão na proa do navio, e ela com os braços abertos diz: "Estou voando, Jack". Após a frase, Jack canta uma música ao pé do ouvido de Rose, há o toque delicado das mãos, o abraço e por fim, o primeiro beijo do casal, na cena mais romântica do filme.

Os adoradores de Avatar que me desculpem, mas essa com certeza é a cena mais clássica produzida por James Cameron. Entretanto, como na maioria das histórias de amor no cinema, nem todos os finais são felizes. Após colidir com um iceberg, o Titanic encontra seu final, antes mesmo de chegar ao seu destino. Inicia-se uma violenta luta pela sobrevivência, já que não há botes salva-vidas para todos. O "insubmergível" navio titânico, finalmente afunda, numa das sequências mais espetaculares e reais do cinema moderno. Jack e Rose conseguem escapar do naufrágio com vida, mas como o resgate dos botes demora a chegar, Jack acaba morrendo e somente Rose é resgatada. James Cameron acertou o tom em todos os focos que o filme deu, no romance entre Jack e Rose e no trágico final, com cenas grandiosas e complexas. A cena que o Titanic se parte ao meio é uma cena que eu não me canso de rever, dado o imenso realismo e perfeição com que foi feita. Aliás a perfeição é a obsessão de James Cameron. Ele exigiu cópias fiéis de tudo que havia no navio, desde a prataria até os cômodos, incluindo uma réplica de 230m do transatlântico, o que tornou Titanic um dos filmes mais caros já produzidos. Isso não foi problema, porque ele faturou a maior bilheteria do mundo, sendo superado somente por Avatar, também de Cameron. Alías, enquanto a febre 3-D não termina, Cameron está convertendo a sua versão original de Titanic para uma versão 3-D. Sinceramente, não sei para quê. Pior ainda é a pseudo-sequência que está para ser lançada, Titanic 2 (sim, é verdade, mas isso é assunto para a próxima postagem). Por fim, falem o que quiserem, mas Titanic é sim um clássico e merece o seu lugar ao sol, ao lado de obras como ...E o vento levou (1939) e Casablanca (1942).


1º Lugar: Ghost, do outro lado da vida (Ghost, 1990)

Um clássico! Uma história de amor além da vida. Sam (Patrick Swayze) e Molly (Demi Moore) fazem um bonito e promissor casal, até que, numa noite Sam é assassinado. No entanto, sua alma fica para proteger Molly das más intenções de seu ambicioso colega de trabalho Carl (Tony Goldwin). Como não consegue se comunicar com Molly, Sam pede ajuda a Oda Mae Brown (Whoopi Goldberg), uma falsa médium que acaba descobrindo que realmente possui o dom. A partir de então, Oda Mae tenta de todas as formas convencer Molly de que Sam ainda está com ela. O filme é muito bem feito, com doses de drama, romance e humor na medida certa. Aliás, o humor é devido à participação de Whoopi Goldberg, numa interpretação hilária, que a rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Levou ainda o Oscar de Melhor Roteiro Original, e foi indicado a Melhor Filme, Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora, com a inesquecível a canção Unchained Melody, interpretada por Righteous Brothers. O casal formado por Patrick Swayze e Demi Moore é um dos mais cativos de toda a história do cinema e um dos que mais emocionaram. Boa parte do público feminino, e porque não dizer de alguns machões também, derramaram algumas lágrimas na despedida de Sam e Molly. Um amor tão forte, que nem a morte foi capaz de separar só pode render a melhor história de amor do cinema.


É difícil falar desses filmes sem soar piegas, mas tentei mostrar o lado romântico de cada um e as várias formas de amor que o cinema já representou. Afinal, o amor é e ainda será tema de muitos filmes que estão por vir. Então, escolha um da lista, chame a sua (seu) namorada (o) e aproveitem. Bom filme e até a próxima!