sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Top 5: Melhores Continuações

Como apontado na postagem de junho, boa parte da produção cinematográfica desse ano está sendo de sequências. Na maioria das vezes, querendo se apoiar no enorme sucesso de um filme, os produtores mais gananciosos emendam uma sequência atrás na outra, querendo repetir o sucesso da primeira fita. Algumas vezes conseguem, outras nem tanto. Fato é que algumas sequências são realmente muito superiores ao primeiro ou segundo filme. Já que o cinema é recheado de sequências, listei as cinco melhores continuações, aquelas em que o segundo ou terceiro filme da série é considerado melhor que o primeiro. Vale um adendo: o ranqueamento da lista foi feita comparando-se o quão melhor um filme é em relação ao seu predecessor, e não em relação aos outros que compõem esta lista.

5º Lugar: Indiana Jones e a Última Cruzada (Indiana Jones and the Last Crusade, 1989)


Tido na época para ser o último filme da franquia, Steven Spielberg realmente fez um filme a altura da grandiosidade do personagem de Harrison Ford como obra de despedida do personagem Indiana Jones. Depois de uma sequência morna, mas ainda assim interessante, em "Indiana Jones e o Templo da Perdição" (1984), agora Indiana está acompanhado de seu pai Henry Jones (Sean Connery) na busca pelo lendário Santo Graal, o calíce utilizado por Jesus Cristo durante a Última Ceia e que também recebeu seu sangue durante a crucificação. Com a promessa de dar a imortalidade para quem beber no Santo Graal, logo a localização do Sagrado Cálice desperta o interesse nazista. Os seguidores do Terceiro Reich assim, capturam o pai de Indiana. Segue-se uma sequência de fuga e espionagem até finalmente Indiana Jones encontrar o lendário cálice. Apesar de "Os Caçadores da Arca Perdida" (1981) estar entre os melhores filmes da série, esse foi o que mais me chamou a atenção. Talvez, pelo tom de despedida dado ao filme, com a cena final de Indiana Jones e seus parceiros cavalgando em direção ao por-do-sol. Contudo, 19 anos mais tarde, Spielberg e George Lucas se juntaram novamente para produzir o último filme da série. Um belo presente para os fãs de Indiana Jones, que assim como eu, até então, não tinha tido a oportunidade de ver o herói na tela grande.


4º Lugar: O Exterminador do Futuro 2 - O Julgamento Final (Terminator 2, 1991)


Poucas obras de ficção se tornaram tão populares como "O Exterminador do Futuro". Dirigido por James Cameron, nessa sequência, após a falha em matar Sarah Connor (Linda Hamilton), agora é enviado um novo exterminador chamado T-100 (Robert Patrick), encarregado de matar John Connor (Edward Furlong), filho de Sarah, e que no futuro iria liderar a revolução contra as máquinas. Ao mesmo tempo em que T-100 é enviado para matar John, um outro exterminador, o T-101 (Arnold Schwarzenegger), é enviado para protegê-lo. Interessante notar a diferença no porte físico entre o personagem T-100 e T-101. James Cameron selecionou Robert Patrick justamente para constrastar as diferenças físicas, mas para dizer que apesar disso, o T-100 poderia ser tão mortal ou mais do que o personagem de Schwarzenegger. "O Exterminador do Futuro 2" ganhou quatro Oscar, todos em categorias técnicas, incluindo Melhor Efeitos Visuais. Só James Cameron consegue superar a si mesmo. Foi assim depois com "Titanic" (1997) e, recentemente com o vislumbrante "Avatar" (2009). Com efeitos especiais impresionantes para a época e uma história em que faz o telespectador refletir sobre o seu futuro e a dependência tecnológica, o filme é definitivamente o melhor de todos da franquia. Vale a pena ver e rever esse clássico, afinal como disse a personagem de Linda Hamilton: "Se uma máquina pode aprender a amar, talvez nós possamos também".

3º Lugar: O Poderoso Chefão - Parte II (The Godfather - Part II, 1974)


Incrível como é difícil falar sobre esse filme, ou qualquer um da trilogia. Acho que cabe ao leitor ler a crítica a respeito desse filme na última postagem. O que vou reafirmar aqui é que esse filme é mais complexo do que o primeiro, mostrando ao mesmo tempo a história de Vito Corleone jovem e as ações de Dom Michael Corleone como o novo "padrinho". Com excelentes interpretações de Al Pacino e Robert De Niro esse filme conseguiu o que muita gente duvidava: superar a primeira parte em técnica e enredo e também levar a estatueta de Melhor Filme, assim como o seu antecessor. Parada obrigatória para quem gosta de bom cinema.

2º Lugar: Shrek 2 (Shrek 2, 2004)


Muita gente pode estar se perguntando como "Shrek 2" superou "O Poderoso Chefão - Parte II"? A resposta está no fato de que essa sequência simplesmente engoliu a antecessora e todas as sequências posteriores. Como já falei sobre esse filme na postagem sobre os 10 melhores filmes década (2000-2009) não vou me repetir aqui. O que me chama atenção além de toda a inversão dos contos de fadas, é a quantidade de referências que o filme faz a outras películas. Se no primeiro há uma referência a filmes como "Matrix", nessa nova sequência a quantidade de referências é imensa: "Alien, o 8º passageiro", "E.T. - O Extra-Terrestre", "Missão Impossível", "Flashdance", entre outros que eu devo ter esquecido. Referências, aliás, copiadas por outros filmes como Madagascar, que se refere a filmes como "Náufrago" e "Beleza Americana". Mas o melhor é mesmo a inversão de papéis entre ogros e príncipes encantados e fadas-madrinhas, cultuados durante décadas pela Disney. Ainda bem que Walt Disney está congelado, se não estaria se revirando no caixão.

1º Lugar: Tropa de Elite 2 (Tropa de Elite 2, 2010)



"Qualquer semelhança com a realidade é apenas uma coincidência. Essa é uma obra de ficção".

É simplesmente sensacional a capacidade que um filme tem de mexer com a população, gerando discussões e questionamentos sobre o sistema em que estão imersos. Se o primeiro filme de José Padilha já tinha atingido um nível altíssimo de popularidade e discussões acerca das ações da polícia nas favelas do Rio de Janeiro, agora em "Tropa de Elite 2" o foco não são as ações isoladas da polícia, mas sim todo o sistema e jogos de poder que estão por trás dos tomadores de decisão.
Wagner Moura reencarna o seu personagem mais popular, o capitão Nascimento. Nesse filme ele é retirado do BOPE devido a um "acidente" no presídio de Bangu. Assume então a chefia da Secretaria de Inteligência. O que ele não sabia porém, é que a aparente paz nas favelas se deve às milícias formadas por policiais que invadem e com a promessa de proteger as comunidades obrigam a população a consumir os serviços oferecidos por eles. Fazendo uma denúncia social poucas vezes vistas no cinema brasileiro, Padilha mostra as ações combinadas de policiais e políticos corruptos que não medem "forças" para conseguir os votos das comunidades carentes sobre uma falsa promessa de proteção. Com cenas de difíceis de esquecer, como quando os capangas de um policial arrancam os dentes do crânio queimado de uma jornalista que investigava a polícia, o filme deixa o telespectador com uma sensação de impotência, daquelas de não querer levantar da cadeira do cinema e ir para a rua. Uma história contundente e de uma realismo revelador. Wagner Moura novamente se sai muito bem como protagonista do filme, em uma atuação, que na minha opinião, é digna de Oscar. Falando em Oscar, vamos ver qual filme brasileiro os especialistas irão indicar para concorrer a uma entre as cinco vagas para o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. Ouvi boatos de que seria "Nosso Lar". Esperar pra ver... "Tropa de Elite 2", ainda em cartaz, já foi visto por mais de 10 milhões de espectadores, superando os blockbusters espíritas "Chico Xavier" e "Nosso Lar" (parece que as pessoas estão mais interessadas sobre o que anda acontecendo no plano terrestre, ainda bem!) e deve superar a maior bilheteria brasileira de 10,7 milhões de espectadores mantida por Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976). Adaptando o que foi dito por Zuenia Ventura sobre "Cidade de Deus", mas que se aplica muito bem nesse caso: "Assistir Tropa de Elite 2 é um dever cívico"!

Essa foi a minha lista com as cinco melhores sequências do cinema. Na próxima postagem eu vou para o lado escuro da força e irei listar as piores sequências do cinema. "Hasta la vista, baby!".