quarta-feira, 16 de junho de 2010

Falta de criatividade é a marca deste primeiro semestre em Hollywood

Meio ano já se passou e Hollywood até agora não apresentou nenhum filme digno do adjetivo original ou interessante. O que temos visto de janeiro até agora é uma sucessão de idéias antigas que foram reaproveitadas ou vistas por um novo ângulo, mas de original mesmo, muito pouco! Para começar, vamos analisar alguns dos remakes feitos até agora:

Fúria de Titãs (Clash of the Titans)

Refilmagem do clássico de 1981, essa nova versão se apóia nos efeitos efeitos especiais e na onda 3-D para alavancar a bilheteria. O filme conta a trajetória de Perseu (interpretado pelo protagonista de Avatar, Sam Worthington) para salvar a cidade de Argos que será destruída pelo monstro Kraken. Os efeitos especiais são até bons, o problema é que tudo é só efeito especial. A história é mostrada de forma ismiuçada, impedindo a platéia de raciocinar o mínimo que seja. Minha maior curiosidade era saber como fariam a cena em que Perseu enfrenta Medusa, a temida górgona que transforma em pedra qualquer um que olhe em seus olhos. Para minha decepção, colocaram uma Medusa de rosto angelical (onde já se viu?). A cena prima pelos efeitos especiais e não pelo suspense. Lamentável. Embora a versão original tenha sido gravada com animação stop motiom, ela é muito superior a este remake, que de original não tem nem a versão em 3-D, já que o filme foi convertido após as filmagens.

Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland)

Um dos filmes mais esperados do ano, com a visão um tanto quanto sombria de Tim Burton. O filme é como uma sequência do clássico desenho da Disney de 1951. Se no desenho, Alice era uma menina que de repente se vê num mundo completamente diferente do real e que simplesmente acorda de um sonho no final, na obra de Burton, Alice é uma mulher adulta, que entra na País das Maravilhas com uma missão a cumprir: derrotar a Rainha Vermelha. Também com versão em 3-D, os efeitos são bons e a direção de arte é excelente. A Alice (Mia Wasikowska) está bem no papel-título do filme, mas quem rouba a cena é mesmo Johnny Depp e seu Chapeleiro Maluco. O filme não é ruim e merece ser visto, embora quem deseje entender todas as histórias e teorias criadas a partir da história de Alice no País das Maravilhas, como a Teoria da Rainha Vermelha, deve ver o original de 1951.

Esses foram só os remakes que eu fiquei curioso de ver, mas ainda tem O Lobisomen (remake do clássico de 1941) e Robin Hood (em mais uma versão, dessa vez sob o olhar de Ridley Scott). Outro remake que ainda está por estrear nos cinemas é Karatê Kid, dessa vez estrelado por Jackie Chan, que nessa versão treina um pobre menino negro. Para piorar a situação, ouvi boatos, e realmente espero que sejam boatos, que pretendem refilmar Ghost, com Will Smith no papel de Sam, interpretado por Patrick Swayze na versão original, além de Os Pássaros de Hitchcock e Casablanca. Realmente, algumas obras deveriam permanecer intocadas para sempre. Em dezembro, deve (re)estrear A Bela e a Fera, a animação clássica da Disney, dessa vez na versão 3-D. Acho que Hollywood está exagerando. Na verdade, relançar clássicos em 3-D só tem um objetivo claro: bilheteria. É o que também está fazendo James Cameron com Titanic 3-D.

Isso só de refilmagens, mas parece que boa parte do cinema de 2010 foi e vai ser em cima de sequências de filmes de sucesso. As sequências começaram com Homem-de-Ferro 2, com Robert Downey Jr. mais uma vez incorporando o papel do homem metálico, além da aguardadíssima sequência (pelo público feminino) de Sex and the City 2, que agora traz Penélope Cruz no elenco.

As animações de sucesso não poderiam ficar de fora. Toy Story 3 traz novamente, depois de um longo regime de tempo, os brinquedos Woody e Buzz Lightyear em novas aventuras em 3-D depois que seu dono cresceu. Também em 3-D, a aguardada sequência final do ogro mais simpático do cinema, Shrek Para Sempre. O filme é bom, achei melhor que o Shrek Terceiro, mas o ogro e sua trupe já dão sinais de cansaço, e investir em mais uma sequência seria desgastar o carisma criado por todos os personagens do filme. Toy Story 3 deve estrear no cinema dia 18 de junho e Shrek para Sempre em julho.




Mas isso ainda não é tudo. O segundo semestre continua com as suas sequências em busca de bilheterias exorbitantes. A Saga Crepúsculo estréia Eclipse, a terceira sequência da franquia hormonal adolescente em ascensão. Deve bater recordes de bilheteria novamente, já que a segunda sequência, Lua Nova, foi o filme com maior arrecadação no dia de estréia. Realmente o público adolescente é um mercado consumidor ávido, embora precise melhorar o gosto. Outras sequências que devem ser lançadas até o final do ano:

Resident Evil Recomeço
Wall Street 2
Deu a louca na chapeuzinho 2
Tropa de Elite 2
Jogos Mortais 7
Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 1
As Crônicas de Nármia - A Viagem do Peregrino da Alvorada

E agora vem a ponta do iceberg lançada na última postagem: Titanic 2. Sim isso mesmo. Vão afundar o navio mais uma vez. Nessa pseudo-continuação, um transatlântico batizado de Titanic 2 em homenagem ao seu antecessor, também é atingido por um iceberg. O diferencial (se é que se pode usar essa palavra) é que desta vez, um tsunami no mar faz mover um imenso iceberg e este iceberg se choca ao navio. O resto todo mundo já sabe. Isso sim é a mais pura falta de criatividade. Tanto que o filme nem vai ser lançado no cinema, ele já sai direto em versão de DVD. Ainda bem, quem será que pagaria para ver esse filme? Ou pior, quem compraria o DVD?

Voltando ao mundo real.... Claro, algumas obras como As Crônicas de Nármia e Harry Potter seguem o seu rumo natural de multi-sequência, mas outras são caça-níqueis explícitos. Contudo, alguns filmes merecem destaque e devem ser vistos. Tirando os indicados ao Oscar, Invictus e Um Olhar do Paraíso, ambos excelentes, um dos melhores filme que eu vi até agora foi Ilha do Medo, o novo filme de Martin Scorsese. Nesse suspense psicológico estrelado por Leonardo DiCaprio, Scorsese nos leva à uma ilha sombria cercada de mistérios onde fica instalada um hospital psiquiátrico. Foi o filme mais diferente de Scorsese, abordando temas pouco usuais em sua obra como a loucura. Sem falar no ótimo final.



Outro filme que merece ser visto é a comédia de humor negro Zombilândia. Zumbis sempre são temas recorrentes no cinema, mas essa visão misturando comédia e horror é uma receita de diversão garantida. Woody Harrelson comanda um grupo de sobreviventes que tentam escapar a todo preço dos ataques zombis. Destaque para Abigail Breslin, a eterna pequena Miss Sunshine, e para a participação especial com final cômico (e trágico) de Bill Murray, interpretando ele mesmo. Vale a pena conferir.



No mais, espero que o cinema hollywoodiano dê uma melhorada nos roteiros e na sua criatividade. Até a próxima!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Top 10: Melhores histórias de amor


Dias dos Namorados se aproximando, frio em boa parte do Brasil... Nada melhor para os enamorados de plantão do que
tomar um bom vinho e assistir um filme romântico no conforto do sofá ou da cama. Sendo assim, nada mais justo do que listar as dez melhores histórias de amor do cinema para se ver em boa companhia. Das histórias mais comuns às mais improváveis, sempre embaladas por uma canção ou uma frase que fica na cabeça por dias a fio... "E os indicados são":

10º Lugar: ... E o vento levou (Gone with the wind, 1939)


Se há um filme que define a palavra "clássico" no cinema, esse filme com certeza é ... E o vento levou.
Baseado na obra homônima de Margareth Mitchel, essa superprodução da MGM, filmado a cores numa época em que todos os filmes eram em preto e branco, apresenta imagens grandiosas, com figurinos e cenários exuberantes e personagens inesquecíveis. ... E o vento levou conta a história de Scarlett O'Hara (Vivien Leigh), a filha mimada de um colonizador irlandês que vive no sul dos Estados Unidos. Scarlett adora ter a atenção de todos os homens solteiros a sua volta, contudo nutre uma paixão pelo único homem que não lhe dá tanta atenção assim, Ashley Wilkes (Leslie Howard). No entanto, Ashley está comprometido com Melanie Hamilton (Olivia de Havilland). Após se declarar a Ashley e ser dispensada por ele, Scarlett aceita se casar com o irmão de Melanie. Paralelo a isso, os yankees do norte declaram guerra aos estados escravistas do sul. Tinha início a famosa Guerra de Secessão. Imediatamente Ashley e o marido de Scarlett se alistam ao exército. Scarlett fica viúva, seu marido morre antes mesmo de entrar em combate, e ela vai morar em Atlanta na casa de Melanie; a forma que ela encontrou de estar perto de Ashley. Em meio a tudo isso, Scarlett conhece Reth Butler (Clark Gable), um homem interessado mais em si próprio do que nos problemas políticos do país. O que se segue é a invasão de Atlanta pelos yankees e a completa destruição das cidades e fazendas do sul. Com o final da guerra e, numa tentativa de fugir ao ataque yankee, Scarlett pede ajuda a Reth para levá-la de volta a Tara, a fazenda de seu pai. Voltando para Tara, Scarlett encontra sua mãe morta, seu pai louco e a companhia na fome e da miséria. É inclusive nessa parte que ela, com um punhado de terra na mão, fala a famosa frase: "Nunca mais passarei fome em minha vida" (uma das várias cenas clássicas). Com esse pensamento, ela pede a Mammy (Hattie McDaniel) que faça um vestido de uma cortina e segue para Atlanta, onde pedirá ajuda a Reth. Ele a nega, e então Scarlett se casa com o homem que está comprometido com sua irmã, pois vê que seus negócios estão prosperando. Após um tempo, seu marido é assassinado e Reth, que já tinha interesse em Scarlett, a pede em casamento, já que ele diz que ambos são iguais em sua essência. No entanto, Reth sabe que Scarlett não esqueceu Ashley. Somente no final do filme, Scarlett percebe que realmente amava Reth, mas para ele seria tarde demais. O final fica em aberto, com Scarlett voltando a Tara e prometendo reconquistar Reth.

Há que se fazer justiça que o centro do filme não é o romance entre Scarlett e Reth, é sim, muito mais a história da própria Scarlett, que se vê obrigada a deixar o conforto e enfrentar todas as situações impostas por um guerra civil. Contudo, o relacionamento dos dois é impulsivo e cheio de altos e baixos. Vale destacar a postura de Reth, que nos momentos de fúria de Scarlett, só ele sabe como acalmá-la. Com quase quatro horas de duração, é difícil traçar uma sinopse curta dessa obra. ...E o vento levou recebeu treze indicações ao Oscar e levou oito: Melhor Filme, Melhor Diretor (Victor Fleming), Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Hattie McDaniel, a primeira atriz negra a ser indicada e a ganhar um Oscar), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia e Melhor Montagem. Levou ainda dois Oscar honorários: pelo pioneirismo no uso de cores e pela inovação técnica. Naquela época, o cinema ainda não tinha presenciado cenas complexas como incêndios e cenas que exigiam um grande número de atores/figurantes. Duas curiosidades interessantes sobre o filme: (i) os prédios em chamas em Atlanta eram, na verdade, os cenários da versão original de King Kong (1933) e (ii) boa parte dos combatentes sulistas feridos que estavam deitados nas ruas de Atlanta enquanto Scarlett caminha entre eles eram bonecos de pano. As únicas falhas do filme são a longuíssima duração (uma tarefa árdua na correria dos dias de hoje) e a visão extremamente romanceada do escravismo sulista. Os negros são vistos como servos fiéis aos seus senhores, indo cavar trincheiras para os sulistas cantarolando e com um sorriso largo no rosto, além de alguns serem vistos como incompetentes, ou até mesmo, vagabundos. Poderia fazer uma postagem falando somente das histórias desse filme, mas o que fica mesmo é a imponência visual das cenas e seu inesquecível casal protagonista, Scarlett e Reth, numa das obras mais memoráveis da história do cinema.

9º Lugar: Um lugar chamado Nothing Hill (Nothing Hill, 1999)

O amor entre uma estrela de cinema e um sujeito normal, dono de uma pequena livraria. Essa é a história de amor entre Anna Scott (Julia Roberts) e Will (Hugh Grant). Anna conhece Will na sua pequena livraria enquanto divulga seu novo filme na Inglaterra. Ela compra uns exemplares e vai embora, e Will fica com aquele olhar de "nunca mais a verei". Entretanto, enquanto caminha na rua com seu capuccino, ele trompa em Anna deixando a sua roupa completamente manchada. Ela vai até a casa dele, onde pode vestir outra peça e, ela acaba se interessando por Will, um rapaz mais do que atrapalhado. O filme é cheio de idas e vindas entre os dois, mas um dos grandes destaques do filme são os amigos de Will, que apesar de serem "perdedores" sempre encontram motivos para rirem de si próprios. O filme é cheio de clichês, como por exemplo o namorado que surge do nada quando a relação parece estar indo no caminho certo e a corrida para alcançar Anna antes que ela embarque, até o final feliz. Um prato cheio para o deleite dos casais, sem comentar na belíssima canção interpretada por Elvis Costello, She, que encerra com chave de ouro o filme. Uma das melhores comédias românticas com Julia Roberts.

8º Lugar: Romeu + Julieta (Romeu + Julieta, 1996)

Claro que a história de amor mais famosa do mundo não poderia ficar de fora dessa lista. Esta adaptação da obra clássica de William Shakespeare, traz Romeu e Julieta dentro de um contexto urbano moderno e violento, onde as famílias Capuleto e Montecchio dominam boa parte da cidade. Esta, na minha opinião, é a melhor adaptação da obra de Shakespeare, tendo Leonardo DiCaprio no papel de Romeu e Claire Danes no papel de Julieta. O casal de jovens atores se saiu muito bem e convenceram nos papéis. Acho que não cabe aqui fazer uma sinopse da história de Romeu e Julieta, mas cabe indicar essa interessante adaptação que atraiu o público jovem para uma história secular.

7º Lugar: Uma linda mulher (Pretty Woman, 1990)

O sonho de toda mulher romântica, pode ser traduzido no filme que levou Julia Roberts ao estrelato e lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Uma linda mulher conta a história de uma prostituta, Vivian (Julia Roberts) que é contratada por Edward (Richard Gere) para ser sua acompanhante durante uma semana de negócios em Los Angeles. Edward dá acesso ilimitado ao seu cartão de crédito para que Vivian compre roupas mais adequadas nas botiques mais caras de Beverlly Hills, numa das sequências mais engraçadas do filme. Como era de se esperar, Vivian se apaixona por Edward. E, como toda comédia-romântica, o casal se separa em determinado momento e depois reata com declarações em públicos. Clichê? Sim, mas é o que todos esperam quando assistem a filmes desse gênero. Na verdade, Uma linda mulher impulsionou boa parte dos comédias românticas vistas nos últimos 20 anos e atraiu muitos telespectadores que apreciam esse gênero. Julia Roberts foi alçada a "queridinha da América", curiosamente, interpretando uma prostituta, fato que é facilmente ignorado pelo telespectador ao longo do filme pelo seu charme e carisma. Na verdade, Julia Roberts deve agradecer imensamente a Molly Ringwald, a queridinha de John Hughes durante os anos 80 que fez filmes como Gatinhas e Gatões e A garota de rosa-choque, que recusou o convite de Garry Marshall para viver o papel de Vivian. Sorte para Julia Roberts e azar para Molly, que dos anos 90 para cá fez somente participações em poucos filmes B. Vale destacar a trilha sonora de Uma linda mulher, principalmente a canção-tema do filme, Pretty Woman, interpretada por Roy Orbison. Uma história cativante e engraçada, que com certeza está na memória de muitas pessoas mundo a fora.

6º Lugar: Brilho eterno de uma mente sem lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004)

Eleito por mim como um dos dez melhores filmes da década (2000-2009), Brilho eterno não poderia ficar de fora dessa lista. Clementine (Kate Winslet) decide apagar da memória todas as lembranças que tem de seu namorado Joel (Jim Carrey) porque acredita que sua relação com ele está fadada ao fracasso. Ao saber disso, Joel também resolve se submeter a esse processo de limpeza de memória, mas durante tal processo ele luta dentro de suas memórias para guardar alguma lembrança de Clementine. Como já falei aqui, o roteiro é originalíssimo e vale muito a pena conferir.

5º Lugar: Casablanca (Casablanca, 1942)

Outro filme que leva o título de "clássico". Casablanca é nome de uma cidade marroquina sob domínio da França, tida como o penúltimo ponto de partida para a América, durante a Segunda Guerra Mundial. A história é sobre Rick (Humprey Bogart), o dono de um bar-cassino, cujo local abriga todo tipo de facção política, desde americanos tentando voltar para casa, nazistas, franceses... Rick não é do tipo que tem muito amigos, justamente por isso Ugarte (Peter Lorre), um vigarista que consegue passagens para quem quiser voltar para a América, entrega para Rick duas passagens. Em seguida, Ugarte é preso e assassinado. A polícia tenta localizar as passagens, mas Rick se faz de desentendido, mantendo-as consigo. Contudo, Rick não sabia que as passagens eram para Victor Lazlo (Paul Henreid) e sua grande paixão do passado, Ilsa (Ingrid Bergman). A história de amor vivida por Rick e Ilsa é contada na forma de flashback, durante a época em que eles viviam na França ainda não ocupada pelos nazistas. Um amor intenso, repleto de juras e planos para o futuro. Um pouco antes da invasão alemã, Rick planeja fugir com Ilsa, e combinam de se encontrar na estação de trem. Para a desilução de Rick, Ilsa não aparece. Após o reencontro em Casablanca, ambos sentem saudades do amor vivido na França ("Nós sempre teremos Paris", em umas das frases clássicas), Rick então descobre o motivo de Ilsa tê-lo abandonado, e mais uma vez planejam fugir, dessa vez com Ilsa abandonando Victor. Se a fuga sairá como planejada, fica para quem ver ou para quem já viu o filme. Com um roteiro inteligente, Casablanca cativa o telespectador com a história de Richard e Ilsa, ainda mais embalada com a inesquecível canção "As time goes by", que quase transporta o telespectador para dentro do filme, além de frases clássicas como "Esse é o início de uma bela amizade" e "Eu sei que jamais terei forças para deixá-lo novamente". Uma excelente história que vale a pena ser vista. Casablanca é tido como um dos melhores filmes de todos os tempos pela crítica especializada, sendo premiado com o Oscar de Melhor Filme, Melhor Direção (Michael Curtiz) e Melhor Roteiro. Realmente vale a pena conferir.

4º Lugar: Cidade dos Anjos (City of Angels, 1998)

O amor na sua forma mais improvável acontece em Cidade dos Anjos. Seth (Nicolas Cage) é um anjo que consola aqueles que estão a beira da morte. Maggie (Meg Ryan) é uma médica que não acredita em fenômenos sobrenaturais, mas após perder um paciente fica muito abalada e começa a perceber a presença de algo que não consegue explicar. Seth vai se aproximando cada vez mais de Maggie, mas como é um anjo ele não sente o toque, calor, frio, vento... Decidido a viver esse amor, ele abre mão da sua condição e se torna mortal. Cidade dos Anjos é um belíssimo filme, que foge do clichê final e mistura romantismo com espiritualidade muito bem. Destaque para a música-tema do filme, Iris, interpretada pelo Go Go Dolls.

3º Lugar: Diário de uma paixão (The notebook, 2004)

O amor de uma vida inteira. Assim pode ser definido a história vivida por Allie (Rachel McAdams) e Noah (Ryan Gosling). O filme começa em uma clínica geriátrica, onde uma idosa está internada por sofrer do mal de Alzheimer. Duke, um amigo dessa idosa que também está internado, conta a história de amor vivida pelos jovens Allie e Noah. O jovem casal de apaixonou em 1940, mas a relação não era bem vista pela mãe de Allie, já que Noah era um rapaz de classe inferior. Como forma de evitar o relacionamento da filha com Noah, a família de Allie se muda para longe. Contudo, a mudança não apaga o amor de Noah, que escreve para Allie diariamente. Infelizmente, as cartas nunca chegaram nas mãos de Allie, pois sua mãe as escondia. Passado um tempo, e como nunca mais tivera notícias de Noah, Allie aceita o pedido de casamento de Lon Hammond Jr. (James Marsden, o Ciclope de X-Men). No entanto, ela reencontraria Noah no futuro, e todo o sentimento que ela julgava ter acabado ressurge. A história não é tão original, mas o grande valor do filme está no final, que apesar de ser previsível, emociona. O elenco, apesar de jovem, se sai muito bem. No quesito romance, não há como não indicar esse filme. Vale a pena conferir.


2º Lugar: Titanic (Titanic, 1997)

Uma história de amor a bordo do maior navio até então já construído. Titanic, como o mundo inteiro sabe, conta a história de Jack (Leonardo DiCaprio), um jovem pintor sem paradeiro certo, e Rose (Kate Winslet), uma jovem de família nobre. Jack conhece Rose quando esta tenta saltar do navio, cansada da sua vida de aparências na alta sociedade. Como forma de retribuição por ter salvado a vida de Rose, Cal (Billy Zane), noivo de Rose, convida Jack para um jantar. A partir disso, o interesse de Jack por Rose só aumenta, e culmina por fim na clássica cena em que ambos estão na proa do navio, e ela com os braços abertos diz: "Estou voando, Jack". Após a frase, Jack canta uma música ao pé do ouvido de Rose, há o toque delicado das mãos, o abraço e por fim, o primeiro beijo do casal, na cena mais romântica do filme.

Os adoradores de Avatar que me desculpem, mas essa com certeza é a cena mais clássica produzida por James Cameron. Entretanto, como na maioria das histórias de amor no cinema, nem todos os finais são felizes. Após colidir com um iceberg, o Titanic encontra seu final, antes mesmo de chegar ao seu destino. Inicia-se uma violenta luta pela sobrevivência, já que não há botes salva-vidas para todos. O "insubmergível" navio titânico, finalmente afunda, numa das sequências mais espetaculares e reais do cinema moderno. Jack e Rose conseguem escapar do naufrágio com vida, mas como o resgate dos botes demora a chegar, Jack acaba morrendo e somente Rose é resgatada. James Cameron acertou o tom em todos os focos que o filme deu, no romance entre Jack e Rose e no trágico final, com cenas grandiosas e complexas. A cena que o Titanic se parte ao meio é uma cena que eu não me canso de rever, dado o imenso realismo e perfeição com que foi feita. Aliás a perfeição é a obsessão de James Cameron. Ele exigiu cópias fiéis de tudo que havia no navio, desde a prataria até os cômodos, incluindo uma réplica de 230m do transatlântico, o que tornou Titanic um dos filmes mais caros já produzidos. Isso não foi problema, porque ele faturou a maior bilheteria do mundo, sendo superado somente por Avatar, também de Cameron. Alías, enquanto a febre 3-D não termina, Cameron está convertendo a sua versão original de Titanic para uma versão 3-D. Sinceramente, não sei para quê. Pior ainda é a pseudo-sequência que está para ser lançada, Titanic 2 (sim, é verdade, mas isso é assunto para a próxima postagem). Por fim, falem o que quiserem, mas Titanic é sim um clássico e merece o seu lugar ao sol, ao lado de obras como ...E o vento levou (1939) e Casablanca (1942).


1º Lugar: Ghost, do outro lado da vida (Ghost, 1990)

Um clássico! Uma história de amor além da vida. Sam (Patrick Swayze) e Molly (Demi Moore) fazem um bonito e promissor casal, até que, numa noite Sam é assassinado. No entanto, sua alma fica para proteger Molly das más intenções de seu ambicioso colega de trabalho Carl (Tony Goldwin). Como não consegue se comunicar com Molly, Sam pede ajuda a Oda Mae Brown (Whoopi Goldberg), uma falsa médium que acaba descobrindo que realmente possui o dom. A partir de então, Oda Mae tenta de todas as formas convencer Molly de que Sam ainda está com ela. O filme é muito bem feito, com doses de drama, romance e humor na medida certa. Aliás, o humor é devido à participação de Whoopi Goldberg, numa interpretação hilária, que a rendeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Levou ainda o Oscar de Melhor Roteiro Original, e foi indicado a Melhor Filme, Melhor Montagem e Melhor Trilha Sonora, com a inesquecível a canção Unchained Melody, interpretada por Righteous Brothers. O casal formado por Patrick Swayze e Demi Moore é um dos mais cativos de toda a história do cinema e um dos que mais emocionaram. Boa parte do público feminino, e porque não dizer de alguns machões também, derramaram algumas lágrimas na despedida de Sam e Molly. Um amor tão forte, que nem a morte foi capaz de separar só pode render a melhor história de amor do cinema.


É difícil falar desses filmes sem soar piegas, mas tentei mostrar o lado romântico de cada um e as várias formas de amor que o cinema já representou. Afinal, o amor é e ainda será tema de muitos filmes que estão por vir. Então, escolha um da lista, chame a sua (seu) namorada (o) e aproveitem. Bom filme e até a próxima!