quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Top 10 - Crianças

Todo mundo em algum momento da vida já sentiu saudade da infância. Os medos, os desejos, a vontade de ser grande, a inocência... tudo isso faz parte de uma das melhores fases da nossa vida. Em homenagem ao dia das crianças, selecionei os dez melhores filmes que abordam a temática infantil como tema central da história. A maioria é formada por filmes antigos, mas afinal de contas, recordar é viver...

10º Lugar: Esqueceram de Mim (Home Alone, 1990)

Com o roteiro escrito por John Hughes (diretor de "Curtindo a vida adoidado"), esse clássico da década de 90 conta a história de Kevin (Macaulay Culkin), um menino de oito anos esquecido em casa pela família em pleno Natal. Sozinho em casa ele tira proveito da situação e faz tudo conforme a sua vontade. O que ele não esperava é que sua casa fosse alvo dos (hilariantes) bandidos Harry (Joe Pesci) e Marv (Daniel Stern). Como Kevin é o único que pode garantir a segurança da casa, ele monta diversas armadilhas para afugentar os ladrões intrometidos, enquanto espera o retorno de sua família. Embora seja uma comédia, o filme faz um apelo para o significado e importância da família, representado principalmente pela história de um homem solitário (Roberts Blossom) que chama a atenção de Kevin. O sucesso do filme levou Macaulay Culkin ao estrelato imediato, sendo um dos jovens atores mais bem pagos da história recente do cinema. Este mesmo sucesso fez com que produtores gravassem três continuações da franquia, embora somente a segunda tenha tido sucesso e conte com a presença de Culkin. Os demais são equívocos grosseiros dos produtores e merecem ser esquecidos. Em relação ao primeiro filme da franquia, vale sempre a pena reassistir esse clássico. A diversão é garantida.


9º Lugar: Caravana da Coragem (Caravan of Courage: An Ewok Adventure, 1984)

Um clássico da Sessão da Tarde! Escrito por George Lucas e ambientado no mundo Star Wars, "Caravana da Coragem" conta a história dos irmãos Mace (Eric Walker) e Cindel (Aubree Miller) perdidos na floresta de Endor, à procura de seus pais raptados pelo monstro Gorax. Nessa busca, acabam encontrando um grupo de seres valentes, os Ewoks, que mais parecem pequenos ursos. Apesar dos irmãos não compreenderem a língua dos Ewoks, os pequenos e cativantes nativos irão ajudar Mace e Cindel a encontrar seus pais. O filme é cheio de ação e aventura, e desperta em toda criança a vontade de também participar de algo parecido. Embora o filme tenha sido produzido para a televisão americana como um caça-níquel explícito após o sucesso dos Ewoks em "Star Wars - O Retorno de Jedi", o filme é uma ficção ingênua, com uma história simples (filhos em busca dos pais) que cumpre a função de entreter e cativar o público, principalmente as crianças, e despertar o desejo por aventuras fora dos limites do quarto, algo tão raro nas crianças de hoje em dia.


8º Lugar: O Mágico de Oz (The Wizard of Oz, 1939)

Baseado no filme homônimo de L. Frank Baum e produzido pela Metro-Goldwyn-Mayer em Technicolor, "O Mágico de Oz" conta a história de Dorothy (Judy Garland), a qual é levada por um tornado no Kansas para uma terra mágica habitada por bruxas (Margareth Hamilton), leões covardes (Bert Lahr), espantalhos (Ray Bolger) e homens de lata falantes (Jack Halley). Misturando fantasia e musical, a primeira parte do filme que se passa no Kansas foi gravada em preto-e-branco, enquanto que a parte em Oz foi gravada em colorido. O filme chama a atenção pelo uso das cores, numa época onde pouquíssimos filmes utilizam essa técnica, e cativa o espectador pela busca de um coração para o Homem de Lata, pela coragem para o Leão Covarde e por um cérebro pelo o Espantalho, coisas que todos acreditam que somente o famoso Mágico de Oz (Frank Morgan) poderá conseguir. O filme recebeu seis indicações ao Oscar, incluindo Filme, Direção de Arte, Fotografia e Efeitos Especiais. Ganhou nas categorias de Trilha Sonora e Canção Original. De fato, as músicas de "O Mágico de Oz", como "Somewhere Over the Rainbow", fazem sucesso até hoje. Um fato é interessante a respeito desse filme, dizem que se você tocar o famoso disco do Pink Floyd, "The Dark Side of the Moon", simultaneamente como o filme a partir do terceiro rugido do leão da MGM, uma obra corresponde a outra, fazendo uma sincronia audio-visual. Fato no mínimo interessante, ou obra do acaso, já que o famoso disco do Pink Floyd foi lançado 34 anos após o filme.




7º Lugar: A História Sem Fim (
The Never Ending Story, 1984)

As pessoas sempre dizem que ler um livro é como ser transportado para um outro mundo, e "A História Sem Fim" retrata isso de forma brilhante. O filme conta a história de Bastian (Barret Oliver), um garoto que sofre com a morte da mãe e as constantes brigas na escola. Após uma briga, ele entra em uma livraria e descobre um livro chamado "A História Sem Fim". O livro conta a história do reino de Fantasia, governado pela Imperatriz Menina (Tami Stronach) que está sendo destrúido pelo Nada. Só quem pode salvar Fantasia do Nada é um jovem guerreiro chamado Atreyu (Noah Hathaway), mas há um detalhe: para que ele consiga salvar Fantasia, Bastian tem um papel fundamental nesta verdadeira cruzada contra o Nada. Cheio de seres mitológicos, este filme cativa pela inocência de Bastian e pela simplicidade dos temas tratados: Fantasia, Imperatriz Menina, Nada... Vale a pena pegar uma carona no dragão voador peludo e entrar nesta fantástica história, escrita pelo alemão Michael Ende.




6º Lugar: Quero Ser Grande (Big, 1988)

Embora o filme não seja estrelado por uma criança, como nos filmes anteriores, o personagem, neste caso, é uma criança no corpo de uma adulto. Aquela vontade que as crianças sentem de se tornarem adultas da noite para o dia toma forma neste filme estrelado por Tom Hanks. Josh (Hanks) vai até uma máquina em um parque de diversões e pede para ser grande, após levar um fora de uma colega que queria namorar garotos mais velhos. Fantasticamente o desejo é atendido e agora ele tem que se virar como um adulto: morar sozinho, pagar as contas, arrumar um emprego... A cena mais famosa com certeza é a cena do teclado (ver abaixo). O filme foi um sucesso de crítica e rendeu a Tom Hanks a sua primeira indicação ao Oscar (a primeira de muitas que viriam a seguir). Interessante neste filme é notar o olhar de uma criança sobre o mundo adulto e perceber que vale muito mais a pena aproveitar cada minuto desses 12 anos fantásticos do que pular essa fase.




5º Lugar: O Menino do Pijama Listrado (The Boy in the Striped Pyjamas, 2008)

A inocência infantil tem lugar central nessa comovente história de duas crianças em meio a Segunda Guerra Mundial. Como esse filme já rendeu uma postagem exclusiva para ele, não vou me repetir aqui. Dêem uma olhada nos comentários sobre esse filme aqui.

4º Lugar: E.T. - O Extra-Terrestre
(E.T., the extra-terrestrial, 1982)

Um dos clássicos de Steven Spielberg. Neste filme, Spielberg apresenta os adultos de forma caricatural. Diversas cenas mostram somente as pernas dos adultos e seus comportamentos ante a descoberta de E.T. são totalmente previsíveis. O foco do filme é mesmo as crianças e a relação de amizade entre elas e o visitante extra-terrestre. A crítica completa deste filme você encontra no Top 5: Steven Spielberg e clássica cena da bicicleta, escolhida por mim como a segunda cena mais clássica da história do cinema, aqui.

3º Lugar: Conta Comigo (Stand by Me, 1986)

Baseado num conto de Stephen King, o filme conta a história de quatro amigos que fazem uma jornada em busca de um corpo de um menino de 12 mortos dado como morto pelo noticiário local. O filme é sensacional ao retratar a amizade, as frsutações e anseios que aparecem no final da infância. Destaque absoluto para a frase que encerra o filme dita por Gordie, o narrador e personagem principal da história: "E eu nunca mais tive amigos como quando eu tinha doze anos". Frase para se pensar... Eleito por mim o segundo melhor filme da Sessão da Tarde.




2º Lugar: Os Goonies (The Goonies, 1985)

Ok, a essa altura vocês já podem pensar que essa lista é uma repetição do Top 5 Sessão da Tarde, mas eu estaria cometendo uma enorme injustiça se não incluísse esses filmes. E convenhamos, os filmes antigos tratam a infância com mais brilhantismo e coerência do que os filmes atuais, com raras exceções. "Os Goonies" foi um filme que marcou toda uma geração. Produzido por Steven Spielberg (sim, ele de novo), o filme torna mais próximo das crianças o que "Caravana da Coragem" fez de forma mais distante. Não precisamos ir a outro planeta e encontrarmos seres completamente diferentes para vivermos uma aventura. Quem sabe essa aventura possa acontecer no próprio bairro onde nascemos e vivemos. E é exatamente nisso que esse filme aposta... e ganha. Cinco meninos embarcam numa busca por um navio-pirata onde acreditam que irão encontrar um grande tesouro que irá salvar as casas dos seus pais de um empreendimento financeiro. Destaque para o personagem Sloth, interpretado por John Matuszak, falecido em junho de 1989. Um filme de ação empolgante, curioso e engraçado que merece ser revisitado. Um dos meus filmes prediletos!!




1º Lugar: A Corrente do Bem (Pay It Forward, 2000)

Estrelado por Haley Joel Osment (de "O Sexto Sentido"), e com Kevin Spacey e Helen Hunt no elenco, essa comovente história foca em como pequenos atos podem http://www.blogger.com/img/blank.gifrealmente fazer a diferença na vida das pessoas. Ninguém melhor que uma criança esperançosa para passar essa mensagem. Trevor (Osment) é uma criança que vive sozinho com a sua mãe (Hunt). Após uma aula, onde seu professor (Spacey) apresenta a idéia do "passe adiante" (onde cada favor que você receber, você deve retribuir a outras três pessoas), Trevor decide tocar essa idéia adiante, mesmo desacreditado por algumas pessoas. O fato é que a idéia começa a dar certo, e algumas pessoas começam a achar um sentido na vida, como é o caso da própria mãe de Trevor. A trinca de atores principais (Helen, Haley e Kevin) está em perfeita sintonia ao longo de todo o filme. Com um final tocante e supreendente, o filme passa a mensagem de forma contundente e mostra que ainda há esperança, embora muitos não acreditem nela. Altamente recomendável!

Veja o Trailer do filme aqui!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Top 10: Cenas Clássicas do Cinema

A cada ano são produzidos milhares de filmes por todo o globo, mas nem todos alcançam a fama e o prestígio que gostariam. Ou por que não há muita verba para divulgação ou pelo simples fato de serem ruins mesmo (e convenhamos que há muito mais lixo do que pérolas cinematográficas atualmente). No entanto, alguns filmes conseguiram obter não somente o sucesso e o reconhecimento do público e crítica, mas também fizeram o mais difícil: entrar de tal forma na mente humana que determinada cena se torna inesquecível para quem vê. Isto é ser um clássico!

Abaixo listei os 10 filmes (e suas respectivas cenas) mais clássicas da história do cinema. Cenas que vivem para sempre no imaginário popular...

10º Lugar: Beleza Americana (American Beauty, 1999)

O único filme mais recente da lista. Dirigido por Sam Mendes (ex-marido de Kate Winslet), essa cena é um clássico moderno, assim como o filme. Lester (Kevin Spacey), cansado da sua rotina com a esposa e trabalho, sente-se atraído pela adolescente Angela (Mena Suvari), uma amiga de sua filha. Oscar de Melhor Filme, Direção, Ator (Kevin Spacey), Fotografia e Roteiro Original.

Vale a pena conferir.




9º Lugar: A um passo da eternidade (From here to eternity, 1953)

Talvez a cena de beijo mais clássica de todos os tempos, embora isso gere alguma discussão. Para as pessoas que não viram o filme, com certeza elas já viram essa cena em algum lugar. Cena clássica e sensual, casal de amantes (Burt Lancaster e Deborah Kerr) deita e rola enquanto se beija em uma praia. Algumas mulheres podem até suspirar ao verem isso.



8º Lugar: O pecado mora ao lado (The seven year itch, 1955)

Esse com certeza pouca gente viu, mas não há quem nunca tenha visto, e quem sabe até imitado essa cena clássica protagonizada por Marilyn Monroe. Um clássico sem dúvidas!



7º Lugar: O Iluminado (The Shining, 1980)

Dirigido por Stanley Kubrick, embora não seja o seu melhor filme, é nele que consta a cena mais clássica que ele dirigiu. Jack (Jack Nicholson, brilhante como sempre) vai a loucura e tenta matar a sua esposa Wendy (Shelley Duvall) e seu filho com poderes psíquicos, Danny (Danny Loyd). A cena, além de clássica, é de arrepiar, com destaque para as expressões pavorosas de Wendy. Não foi à toa que Kubrick brigou diversas vezes com Shelley durante as filmagens, pedindo para ela repetir as cenas até conseguir o que ele queria.




6º Lugar: Casablanca (Casablanca, 1942)

Esse filme, assim como os próximos dois, não possuem apenas uma cena clássica. O filme todo é um clássico. "Casablanca" conta a história do antigo romance entre Rick (Humphrey Bogart) e Ilsa (Ingrid Bergmann). Assim como cenas clássicas, o filme também apresenta frases clássicas como: "Eu sei que jamais terei forças para deixá-lo novamente" ou "Nós sempre teremos Paris".
De todas as cenas, acho que a final é a mais emblemática do filme, no momento em que Richard e Ilsa se separam e ele diz para ela ficar com seu novo amor, Victor (Paul Henreid). Oscar de Melhor Filme, Diretor (Michael Kurtiz) e Roteiro.



5º Lugar: O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972)

Qualquer cena desse filme é clássica. Essa obra-prima de Francis Ford Copolla é um dos melhores filmes de todos os tempos. Escolhi a cena inicial do filme, onde somos apresentados a Don Vitto Corleone (Marlon Brando), como a mais clássica do filme, mas qualquer outra poderia substituí-la. A cena de abertura do filme é um longo zoom saindo do rosto do personagem Bonosera e indo parar atrás de Vito Corleone, de onde só ouvimos a sua voz. O seu rosto só é revelado ao telespectador após 3:15 minutos. Simplesmente genial! Oscar de Melhor Filme, Ator (Marlon Brando) e Roteiro Adaptado.



4º Lugar: ... E o vento levou (Gone with the wind, 1939)

Tido por muitos como o clássico dos clássicos, é muito difícil selecionar apenas uma cena em um filme tão grandioso e cheio de cenas memoráveis. Dentre as muitas opções, selecionei uma das cenas mais fortes e significativas do filme. Após a morte do pai, com Tara destruída e tendo que se esconder dos yankees, Scarlet promete que nunca mais passará fome em sua vida.




3º Lugar: Cantando na Chuva
(Singing in the Rain, 1952)

Tido pela crítica especializada com o melhor musical americano de todos os tempos, "Cantando na chuva" é um clássico estrelado por Gene Kelly. Mesmo quem nunca viu o filme, alguma vez já se pegou assobiando ou cantarolando a musica-tema do filme.




2º Lugar: E.T. - O Extra-terrestre
(E.T. - The Extra-Terrestrial, 1982)

O clássico de Steven Spielberg. A cena de ET voando na bicicleta de Elliott (Henry Thomas) com a lua ao fundo é tão clássica e emblemática que essa cena é a marca da Amblin Entertainment, produtora fundada por Spielberg em 1981. Destaque também para a trilha sonora característica do filme. Um clássico.




1º Lugar: Psicose (Psycho, 1960)

Quando pensei nessa lista, automaticamente pensei que essa cena deveria ser a número um. Essa cena de assassinato é a mais imitada em todo o mundo. A trilha é algo que transcende o filme, e ao mesmo tempo é inseparável dele. Ela se tornou sinônimo de suspense. Dirigida por Alfred Hitchcock, essa cena demorou sete dias para ser filmada e usou mais de 70 posições diferentes de câmera, além de um chuveiro extra-grande (com 2 metros de diâmetro), para que todos os jatos d'água fossem captados. Hitchcock teria alcançado o máximo do suspense e a cena mais clássica da história do cinema. Isso tanto é verdade, que ao procurar por "classic scene movies" no Google, "Psicose" foi o único filme que se repetiu (três vezes) na primeira página da busca. Enjoy it!



Até a próxima! (Espero que dessa vez não demore tanto...)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Oscar 2011 sem surpresas e com favorito


Ontem à noite foi realizada a 83ª cerimônia do Oscar, apresentada pelos novatos atores James Franco e Anne Hathaway. Desconsiderando a apresentação sem graça de James Franco, que parecia estar em outra dimensão, Hathaway até que se esforçou e se saiu razoavelmente bem (embora algumas críticas digam o contrário). Bom, mas não estou aqui para discutir a performance dos apresentadores. Vamos ao que interessa:

Antes de qualquer coisa é preciso dizer que a cerimônia não teve nenhuma grande surpresa, todos os favoritos foram premiados em suas respectivas categorias. Começando com as categorias técnicas, "A origem" levou quatro estatuetas: Efeitos Visuais, Fotografia, Mixagem e Edição de Som. Nada mais justo para um filme que apresenta cenários e efeitos exuberantes e cuidadosamente planejados.



Os atores coadjuvantes tiveram destaque em "O vencedor". Christian Bale levou o Oscar como Melhor Ator Coadjuvante e Melissa Leo o de Atriz Coadjuvante (ela parecia não acreditar quando anunciaram o seu nome!). O Oscar de Bale foi mais do que merecido, ele está ótimo como o ex-lutador de boxe viciado em crack, e além do mais a Academia sempre premia atores que mudam a sua aparência física. O Oscar de Atriz Coadjuvante, na minha opinião, estava entre Melissa Leo ("O vencedor") e Jacki Weaver ("Reino Animal"), mas quem deveria mesmo ter ganhado era Julianne Moore ("Minhas mães e meu pai") e que nem sequer foi indicada. Mas ela não foi a única injustiçada da noite...



Como esperado, "Toy Story 3" levou o Oscar de Melhor Animação e levou de quebra o prêmio de Melhor Canção Original. A gigante Disney ainda tem muito fôlego pelo frente....

Agora vamos para as principais categorias:

Melhor Atriz: Como falei na última postagem, a disputa ia ser entre Natalie Portman ("Cisne negro") e Annete Bening ("Minhas mães e meu pai"). Eu gostaria muito que Annete Bening levasse o prêmio, mas foi praticamente impossível concorrer com a atuação visceral de Natalie Portman. A dualidade entre a mulher frágil (representada pelo cisne branco) e a mulher forte e sedutora (representada pelo cisne negro) que beira a loucura em busca da perfeição não podia passar em branco pela Academia. Prêmio mais do que merecido. A personagem Nina de Natalie me lembrou um pouco a clássica personagem de Vivien Leigh em "Uma rua chamada pecado" (1951) que também beira a loucura após ficar viúva. Aliás, esse personagem rendeu a Vivien a sua segunda estatueta como Melhor Atriz.

Melhor Ator: Como previsto em 100% dos bolões, Colin Firth levou o tão aguardado prêmio de Melhor Ator por "O discurso do rei". Realmente, comparando todas as atuações dos demais indicados, a dele foi sem dúvida a melhor.

Agora vem o nó que ainda está na minha garganta.

Melhor diretor para Tom Hooper e Melhor Filme para "O discurso do rei": Quem é Tom Hooper? O que ele fez para ganhar o Oscar de Melhor Diretor? Ok, o filme é bem feito, as atuações são boas, o figurino e a fotografia também são boas, mas "O discurso do rei" não é o melhor filme entre os indicados (pelo menos não pra mim). Levou ainda o Oscar de Melhor Roteiro Original, sendo que ele é baseado em uma história real. Eu gostaria muito que "A origem" levasse como Melhor Filme (veja postagem anterior), e ele deveria no mínimo ganhar na categoria de Roteiro Original. Voltando aos esquecidos, Christopher Nolan foi o grande esquecido da noite. O Oscar de Melhor Diretor deveria ser dele, e nem indicado ele foi. Considerando isso, já previa que "A origem" não ganhasse na principal categoria. Excluindo "A origem" do páreo, o filme que deveria ganhar era "Cisne negro" e Darren Aronofsky como diretor. Dan recontou a clássica história do Lago dos Cisnes, passando pelo drama e suspense, de forma brilhante, além de "brincar" com jogos de imagens nos espelhos, numa edição primorosa. Uma direção que merecia ser reconhecida.



Pior mesmo só para David Fincher ("A rede social"), que mais uma vez viu a estatueta escorrer por entre as suas mãos. Em 2008, seu ótimo "O curioso caso de Benjamin Button" começou como favorito, mas foi perdendo terreno para "Quem quer ser um milionário?" de Danny Boyle, que acabou levando o prêmio máximo da noite. Ontem a história se repetiu: "A rede social" começou como franco favorito e acabou ficando de lado e perdendo para "O discurso do rei". A história de David Fincher está começando a ficar parecida com a de Martin Scorsese, que ganhou como Melhor Diretor por "Os infiltrados", mais como um reconhecimento pela sua obra do que pelo filme em si. Espero que esteja enganado.

Por fim, acho que a minha insatisfação com a premiação de ontem nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Filme deve-se a fraca produção hollywoodiana do último ano. Assisti aos 10 indicados e fatalmente essa lista poderia ser reduzida para cinco filmes, sem grandes prejuízos. Os únicos que eu realmente acho que mereceram a indicação foram: "Cisne negro", "A origem", "O vencedor" e "O discurso do rei". Estão faltando boas histórias em Hollywood, ou melhor, Hollywood está precisando investir em boas histórias. Mark Wahlberg, por exemplo, demorou anos até que um estúdio aceitasse filmar "O vencedor".



Embora na última postagem tenha dito que não havia favoritismo nesta premiação, "O discurso do rei" saiu como o grande vitorioso, com quatro dos cinco Oscars mais cobiçados: Melhor Filme, Diretor, Ator e Roteiro Original. Faltou o de Melhor Atriz para fechar o "quinteto de ouro" do cinema [apenas três filmes ganharam em todas essas categorias: "Aconteceu naquela noite" (1934), "Um estranho no ninho" (1975) e "O silêncio dos Inocentes" (1991)]. Apesar das importantes vitórias nas principais categorias, das 12 indicações que recebeu, "O discurso" ganhou só em quatro. Veja abaixo a lista completa dos vencedores do Oscar 2011.


Melhor direção de arte
- "Alice no País das Maravilhas"

Melhor fotografia
- "A origem"

Melhor atriz coadjuvante:
- Melissa Leo – “O vencedor”

Melhor curta-metragem de animação
- "The lost thing", de Shaun Tan, Andrew Ruheman

Melhor longa-metragem de animação:
- "Toy story 3"

Melhor roteiro adaptado
- “A rede social”

Melhor roteiro original
- “O discurso do rei”

Melhor filme de língua estrangeira
- "Em um mundo melhor" (Dinamarca)

Melhor ator coadjuvante
- Christian Bale – “O vencedor”

Melhor trilha sonora original
- "A rede social" - Trent Reznor e Atticus Ross

Melhor mixagem de som
- "A origem"

Melhor edição de som
- "A origem"

Melhor maquiagem
- "O lobisomem"

Melhor figurino
- "Alice no País das Maravilhas"

Melhor documentário em curta-metragem
"Strangers no more"

Melhor curta-metragem
- "God of love"

Melhor documentário (longa-metragem)
- "Trabalho interno"

Melhores efeitos visuais
- "A origem"

Melhor edição
- "A rede social"

Melhor canção original
- "We belong together", de "Toy story 3"

Melhor diretor
- Tom Hooper – “O discurso do rei”

Melhor atriz
- Natalie Portman – “Cisne negro”

Melhor ator
- Colin Firth – “O discurso do rei”

Melhor filme
- “O discurso do rei”

Até a proxima postagem...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Oscar 2011: há ou não favoritismo?


Como foi alardeado pelos quatro cantos do mundo, saiu hoje pela manhã a lista completa dos indicados ao Oscar 2011. Num ano em que poucas produções se destacaram, não há favoritismo de um único filme em várias categorias. Após a premiação do Globo de Ouro, o anúncio de hoje confirmou as prováveis indicações, principalmente nas categorias Melhor Filme, Atriz, Ator e Diretor.

O badalado e popular 'A rede social' recebeu 8 indicações, incluindo Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator para Jesse Eisenberg e Melhor Diretor para David Fincher. O mérito da indicação de Fincher está no fato de transformar uma história judiciária e turbulenta num filme tolerável. Talvez o maior apelo popular do filme seja por tratar justamente sobre redes sociais (nesse caso a criação do Facebook), num mundo cada vez mais cibernético e individualista. Não é o melhor filme de Fincher ['Clube da Luta' (1999) é muito melhor] e eu cansei logo na primeira fala non-stop de Jesse Eisenberg. O filme todo é acelerado, numa alusão a velocidade da rede, mas também como um novo mau do século, as pessoas não assimilam tanta informação em muito pouco tempo. Eu não consegui terminar de ver...

Como a Academia gosta de mostrar que está por dentro do que anda acontecendo no mundo, não me surpreenderia se 'A rede social' ganhar como Melhor Filme, assim como levou o mesmo prêmio 'Guerra ao terror' ano passado, contextualizando a premiação com a guerra no Iraque, enquanto Bastardos Inglórios e Preciosa eram infinitamente melhores.

Eu gostaria que 'A origem' fosse premiado como Melhor Filme. Já está na hora da Academia premiar um filme de ficção científica. Não só pelo fato de ser um filme de sci-fi, mas pela combinação de roteiro e direção de Christopher Nolan, que foi esquecido esse ano pela Academia. 'A origem' prende o espectador do começo ao fim, e o melhor, ele não dá um final pronto. Pelo contrário, o final gera discussão, e isso é muito interessante. Mas como sempre a Academia 'esquece' de alguém. Outro esquecido foi Julianne Moore, por 'Minhas mães e meu pai' (numa péssima tradução de 'The kids are all right'). Uma excelente atuação que merecia ser indicada. Contudo, sua parceira em cena, a já veterana e sempre excelente Annette Bening recebeu a sua quarta indicação e primeira como Melhor Atriz em papel principal. Ao que tudo indica a disputa ficará entre Bening e a também excelente Natalie Portman, por 'Cisne negro'. Eu torço por Annette Bening, sua atuação em 'Minhas mães e meu pai' é muito boa, com destaque para a cena que ela canta durante o jantar uma música de Joni Mitchel. Poucas atrizes se sairiam bem numa cena dessas.

O prêmio de Melhor Ator parece que já está garantido para Colin Firth por 'O discurso do rei', mas candidatos fortes como Javier Bardem por 'Biutiful', Jesse Eisenberg por 'A rede social' e James Franco por '127 horas' podem gerar um momento-surpresa durante a premiação mais famosa do cinema.


David Fincher deve ganhar o Oscar de Melhor Diretor por 'A rede social', mas quem deveria mesmo receber a estatueta era Christopher Nolan, por 'A origem'. O diretor de 'Cavaleiro das trevas' e 'Amnesia' possui uma forma peculiar e única de contar histórias. Infelizmente não foi dessa vez.

Uma das grandes surpresas foi a indicação de Toy Story 3 ao prêmio de Melhor Filme, sendo a terceira animação a concorrer nessa categoria. Os anteriores foram 'A bela e a fera' (1991) e 'Up - Altas aventuras' (2009). Com certeza deve ganhar na categoria Melhor Animação.

Não acredito que um único filme saia como o grande vencedor da noite no dia 27 de fevereiro. O máximo que eu acredito é que um mesmo filme leve as estatuetas de Melhor Diretor e de Melhor Filme, claro sem contar as categorias técnicas, que imagino que 'A origem' deva levar na maioria (pelo menos nas categorias de som e efeitos).

No mais estou torcendo por uma 'zebra' na categoria de Melhor Filme. Agora é esperar para ver.
Veja abaixo a lista completa dos indicados ao Oscar 2011 e comece a fazer as suas apostas.

Melhor filme:
- “A rede social”
- “O discurso do rei”
- “Cisne negro”
- “O vencedor”
- “A origem”
- “Toy Story 3”
- “Bravura indômita”
- “Minhas mães e meu pai”
- “127 horas”
- “Inverno da alma”

Melhor diretor:
- David Fincher – “A rede social”
- Tom Hooper – “O discurso do rei”
- Darren Aronofsky – “Cisne negro”
- Joel e Ethan Coen – “Bravura indômita”
- David O. Russell – “O vencedor”

Melhor ator:
- Jesse Eisenberg – “A rede social”
- Colin Firth – “O discurso do rei”
- James Franco – “127 horas”
- Jeff Bridges – “Bravura indômita”
- Javier Bardem – “Biutiful”

Melhor atriz:
- Annette Bening – “Minhas mães e meu pai”
- Natalie Portman – “Cisne negro”
- Nicole Kidman - “Rabbit hole”
- Michelle Williams - “Blue valentine”
- Jennifer Lawrence - “Inverno da alma”

Melhor ator coadjuvante:
- Mark Ruffalo – “Minhas mães e meu pai”
- Geoffrey Rush – “O discurso do rei”
- Christian Bale – “O vencedor”
- Jeremy Renner – “Atração perigosa”
- John Hawkes – "Inverno da alma"

Melhor atriz coadjuvante:
- Helena Bonham Carter – “O discurso do rei”
- Melissa Leo – “O vencedor”
- Amy Adams – “O vencedor”
- Hailee Steinfeld – “Bravura indômita”
- Jacki Weaver - “Reino animal”

Melhor roteiro original:
- “Cisne negro”
- “Minhas mães e meu pai”
- “O vencedor”
- “A origem”
- “O discurso do rei”

Melhor roteiro adaptado:
- “A rede social”
- “127 horas”
- “Bravura indômita”
- “Toy Story 3”
- "Inverno da alma"

Melhor longa-metragem de animação:
- "Como treinar o seu dragão"
- "O mágico"
- "Toy Story 3"

Melhor direção de arte:
- "Alice no País das Maravilhas"
- "Harry Potter e as relíquias da morte - Parte 1"
- "A origem"
- "O discurso do rei"
- "Bravura indômita"

Melhor fotografia
- "Cisne negro"
- "A origem"
- "O discurso do rei"
- "A rede social"
- "Bravura indômita"

Melhor figurino
- "Alice no País das Maravilhas"
- "I am love"
- "O discurso do rei"
- "Bravura indômita"
- "The tempest"

Melhor documentário (longa-metragem)
- "Exit through the gift shop"
- "Gasland"
- "Inside job"
- "Restrepo"
- "Lixo extraordinário"

Melhor documentário (curta-metragem)
- "Killing in the name"
- "Poster girl"
- "Strangers no more"
- "Sun come up"
- "The warriors of Qiugang"

Melhor edição
- "Cisne negro"
- "O vencedor"
- "O discurso do rei"
- "127 horas"
- "A rede social"

Melhor filme de língua estrangeira
- "Biutiful"(México)
- "Dogtooth" (Grécia)
- "In a better world" (Dinamarca)
- "Incendies" (Canadá)
- "Outside the law" (Argélia)

Melhor trilha sonora original
- "Como treinar seu dragão" - John Powell
- "A origem" - Hans Zimmer
- "O discurso do rei" - Alexandre Desplat
- "127 horas" - A.R. Rahman
- "A rede social" - Trent Reznor e Atticus Ross

Melhor canção original
- "Coming home", de "Country Strong"
- "I see the light", de "Enrolados"
- "If I rise", de "127 horas"
- "We belong together", de "Toy Story 3"

Melhor curta-metragem
- "The confession"
- "The crush"
- "God of love"
- "Na wewe"
- "Wish 143"

Melhor curta-metragem de animação
- "Day & night"
- "The gruffalo"
- "Let's pollute"
- "The lost thing"
- "Madagascar, carnet de voyage"

Melhor edição de som
- "A origem"
- "Toy Story 3"
- "Tron: o legado"
- "Bravura indômita"
- "Incontrolável"

Melhor mixagem de som
- "A origem"
- "O discurso do rei"
- "Salt"
- "A rede social"
- "Bravura indômita"

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