sexta-feira, 6 de abril de 2012

Dica de vídeo: Confiar (Trust, 2011)




Estupro e pedofilia não são temas fáceis de retratar no cinema. Tudo depende do foco que o diretor quer dar a trama. Pode ser algo mais explícito e indigesto como no francês “Irreversível” (Irréversible, 2002), conhecido popularmente como ‘o filme do estupro’, ou algo mais delicado e não tão explícito, focado nas conseqüências psicológicas dos fatos. Esse último é o caso de “Confiar” (Trust, 2011), segundo filme do diretor David Schwimmer, o eterno Ross Geller do seriado Friends. “Confiar” conta a história de uma família norte-americana cujos pais, Will (Clive Owen) e Lynn (Catherine Keener), mantêm uma boa relação com os três filhos. Annie (Liana Liberato), a filha de 14 anos joga no time de vôlei da escola e não é tão popular quanto gostaria. Na noite de seu aniversário, Annie ganha de presente do pai um notebook. A partir de então, ela começa a se comunicar com Charlie em salas de bate-papo on line. Charlie se diz um garoto de 16 anos e que também pratica vôlei. A ‘amizade’ de Charlie e Annie começa a aumentar e aos poucos Charlie vai se revelando mais velho, mas de uma maneira convincente faz a diferença de idade não parecer um problema. Quando os pais de Annie saem da cidade para levar o filho mais velho para a faculdade, Annie se encontra com Charlie em um shopping de Chicago e percebe que ele, na verdade, é bem mais velho do que ele dizia ser. Medindo cada palavra que Charlie diz a Annie, ele vai aos poucos reconquistando a confiança dela. E aí o pior acontece. Mesmo após o FBI bater a sua porta, Annie está tão envolvida com Charlie que não consegue acreditar que ele a estuprou. O filme tem alguns picos de tensão, como por exemplo, na cena-chave do filme culminando com o crime em um quarto de hotel. As cenas não são explícitas, e nem poderiam, mas perturbam. É fácil se imaginar na pele de Will, atormentado durante todo o filme após saber do ocorrido com a sua filha. 

O filme é uma denúncia sobre a pedofilia e abuso sexual, mas como na vida real o final dessa história não tem um final feliz. A última cena é para deixar o espectador prostrado na poltrona. O perigo pode estar muito mais perto do que se imagina. Schwimmer conseguiu conduzir a trama muito bem, mostrando os diversos lados da história: o pai obcecado em achar o molestador, a mãe protetora, a ajuda da psicóloga (vivida por Viola Davis), o trabalho do FBI, e acima de tudo o ponto de vista de Annie. Aliás, esse é um dos pontos altos do filme. Schwimmer optou por uma atriz de 14 anos para viver a protagonista, ao invés de optar pelo óbvio e escolher uma atriz mais velha. 


Aparentemente David Schwimmer é o que está se saindo melhor em relação aos seus outros cinco companheiros da série Friends, ou pelo menos escolhendo trabalhos menos óbvios, como é o caso de Jennifer Aniston. É difícil escapar do estereótipo de personagens tão famosos e carismáticos. “Confiar” não é nenhuma obra-prima do cinema, mas possui um ótimo elenco e excelentes atuações. É um filme que serve de alerta e merece ser visto. Bom filme!


Assista o trailer abaixo e faça o download do filme em


http://tup-cine.blogspot.com.br/2011/06/confiar-trust-2011-dvdrip-e-bdrip-ac3.html

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

E a palavra do Oscar 2012 foi: saudosismo


Ontem à noite a Academia de Cinema de Hollywood premiou as melhores produções e atuações de 2011 (e início de 2012), em uma festa que nitidamente possuía um clima saudosista. O saudosismo começou com a escolha do apresentador, Billy Cristal, peça carimbada nas cerimônias da década de 90, comandou pela nona vez a premiação. Na década de 90 ele chegou a apresentar quatro premiações seguidas, de 1990 a 1993. Mas o saudosismo não acabou por aí, com a exibição de cenas clássicas do cinema da década de 30-50 e a epresentação do Cirque du Soleil convidando o público para ir aos cinemas, fato cada vez menos comum hoje em dia, dada a facilidade de assistir aos filmes nos mais diversos aparelhos eletrônicos. A festa teve ainda a distribuição de pipoca por mulheres devidamente caracterizadas lembrando os tempos áureos do cinema. Tudo isso foi uma indicação do que estaria por vir na noite mais aguardada do cinema. 



Nomes de peso compareceram a festa, como Martin Scorsese, Steven Spielberg e Meryl Streep, mas a presença na platéia não foi garantia de premiação. Que o diga Woody Allen, vencedor do Melhor Roteiro Original por "Meia-Noite em Paris" (que era o meu palpite inicial) e que mais uma vez não estava presente na entrega do prêmio. Isso já era de certa forma esperado, dado que quando ele ganhou o Oscar de Melhor Diretor por "Noivo Neurótico, Noiva Nervosa" em 1978, preferiu ficar no bar com os amigos. "Meia-noite" tem um roteiro bastante interessante e também exalta o saudosismo dos tempos idos da bela Paris. O prêmio de Roteiro Adpatado foi para "Os Descendentes", o qual concorria com "A Invenção de Hugo Cabret" (o meu favorito para o prêmio) e "Cavalo de Guerra". "Os Descendentes" era considerado um dos favoritos ao prêmio de Melhor Filme e Ator logo após o anúncio dos indicados, mas como vimos, não se concretizou. George Clooney está muito bem no papel, com uma interpretação muito mais discreta do que exaltada. No entanto, achei que tanto Brad Pitt ("O homem que mudou o jogo") como Jean Dujardin ("O Artista") estavam melhores que Clooney. A história de "Os descendentes" não me convenceu. É um filme médio e que diz muito pouco quando acaba.  



Os prêmios de Atriz e Ator Coadjuvante não tiveram surpresas. Octavia Spencer ("Histórias Cruzadas") e Christopher Plummer ("Toda Forma de Amor") foram os grandes vencedores. Plummer se tornou o ator mais velho a ganhar um Oscar aos 82 anos e ainda fez um trocadilho com a idade do Oscar, 84 anos. Ainda não vi "Toda Forma de Amor", mas Octavia Spencer realmente roubou a cena em "Histórias Cruzadas" com a sua famosa torta de "chocolate". "Histórias Cruzadas", uma adaptação do best-seller "The Help" conta a história de servidão a que as empregadas domésticas negras eram submetidas no sul dos Estados Unidos na década de 60. Embora a história do filme seja de época, basta dar uma caminhada no Leblon ao final da tarde para ver que essa história ainda não terminou. Talvez não nos mesmos moldes apresentados no filme, mas a hierarquia racial ainda é uma realidade, infelizmente. O elenco, composto quase que exclusivamente por mulheres, está em perfeita sintonia e garante ótimas atuações. Vale a pena conferir. 

O iraniano "A Separação" confirmou o seu favoritismo e levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. O Brasil ficou de fora dessa categoria, mas estava indicado a Melhor Canção Original pelo filme "Rio" com a música "Real in Rio", composta por Carlinhos Brown e Sérgio Mendes. Competiu com "Man or Muppet", trilha de "Os Muppets" e infelizmente perdeu. Parece que na noite da tradição e do saudosismo não teve espaço para o balanço e a alegria do samba. Carlinhos Brown e Sergio Mendes sequer foram filmados durante a cerimônia. Realmente uma pena, a música de "Rio" é muito superior à dos "Muppets", mas a Academia preferiu premiar uma música sem graça com piano ao fundo. Só faltou ser jazz .... Além disso, nem "Rio" ou "As Aventuras de Tintin" foram indicados a Melhor Animação (um "esquecimento" lamentável). Ao invés disso, preferiu indicar filmes caça-níqueis como "Kung-Fu Panda 2" e "Gato de Botas". Mas felizmente, a minha decepção na 84ª Cerimônia do Oscar, acabou por aí. 



Em sua 17ª indicação, Meryl Streep finalmente levou a sua terceira (e merecida) estatueta para casa. Recorde de indicações entre os atores, Meryl foi aplaudida de pé quando subiu ao palco do Kodak Theater, um reconhecimento pela consistência e indiscutível credibilidade que ela dá a todos os papéis que desempenha, desde a mãe hippie de "Mamma Mia" até a mãe desesperada de "A escolha de Sofia". "A Dama de Ferro" é um filme médio, não se aprofunda em nenhum tema político da vida de Margareth Tatcher, mas logo na primeira cena em que Tatcher (Meryl) aparece já velhinha comprando uma caixa de leite no supermercado, sabemos que uma grande atuação está por vir. Meryl está praticamente irreconhecível com a maquiagem que a transformou em uma senhora senil (e que ganhou também o Oscar de Melhor Maquiagem). "A dama de ferro" vale a pena exclusivamente pela atuação de Meryl. Só uma atriz como ela é capaz de segurar um filme com uma história não tão interessante assim. 

Infelizmente, a repetição de vencedores parou por aqui. Martin Scorsese, indicado a Melhor Diretor por "A invenção de Hugo Cabret", não levou o seu segundo Oscar. Particularmente, gostaria que ele levasse mais uma vez. Scorsese possui um tipo de filme característico a que está acostumado a fazer, mas a sua performance em "Hugo" surpreende, você tem que se esforçar para lembrar que é um Scorsese. Para mim "Hugo" já é o melhor filme de 2012. Quando comecei a assistir, não dava nada por ele, mas ainda assim estava curioso para ver. Conforme a história se desenvolve, o filme nos cativa de uma tal maneira que é impossível não gostar dele. O filme também faz uma homenagem ao início do cinema em preto e branco, mostra qual foi o primeiro filme produzido (um trem chegando na estação) e como eram feitos os efeitos especiais - modificando a película quadro-a-quadro manualmente. O filme ganhou 5 dos 11 Oscars a que foi indicado, todos em categorias técnicas, incluindo Melhor Fotografia, Efeitos Visuais, Mixagem e Edição de Som e Direção de Arte, todos merecidíssimos. É incrível como Scorsese conseguiu aliar toda a tecnologia 3-D disponível atualmente para contar uma história simples e cativante que remonta aos primórdios do cinema-mudo. Realmente vale muito a pena assistir.

Falando em cinema mudo, o francês "O Artista" levou os principais prêmios da noite: Melhor Filme, Diretor (Michel Hazanavicius) e Ator (Jean Dujardin), além de Melhor Trilha Sonora. O filme é realmente muito bom, não somente porque relembra a beleza dos filmes em branco e branco, mas porque relembra que boas histórias e atuações independem de cor e efeitos especiais. Além disso, o filme dá a oportunidade aos mais jovens de se interessarem e buscarem filmes mais antigos, com menos explosões e mais conteúdo. É claro que esse tipo de filme ainda existe hoje em dia. Eles só não são tão badalados como no tempo de outrora, o que leva a uma meia duzia cult ignorar e detestar o Oscar. Claro que a premiação foi feita para os filmes americanos e que Holywood foi a base fundamental para homogeneizar o cinema mundial, mas mesmo assim ela foi capaz de contar belíssimas histórias e de popularizar uma arte tão bonita e rica como o cinema. 


A premiação de "O Artista" foi uma das que mais me agradou nos últimos  tempos, onde a Academia tem premiado filmes como "Guerra ao Terror" e "Onde os fracos não tem vez", com histórias não tão interessantes assim. No clima de saudosismo que a Academia transmitiu esse ano, o grande vencedor não poderia ser outro, embora para mim tanto "O Artista" como "A invenção de Hugo Cabret" mereciam os prêmios máximos. Ambos saíram com cinco estatuetas, embora o peso dos prêmios de "O Artista" seja maior, "Hugo" já é um clássico do cinema e mostra que Scorsese, assim como Spielberg, pode ser um camaleão do cinema. Aliás, Scorsese "imitou" um outro ícone do cinema, Alfred Hitchcock, ao aparecer rapidamente em uma cena de "Hugo". Ainda espero um dia ver ele ganhar o seu segundo Oscar. 



Jean Dujardin conseguiu o inimaginável: atuando em filme mudo em plena era tecnológica ganhou quase todos os principais prêmios do cinema mundial: Oscar, Globo de Ouro, Spirit Awards e o Festival de Cannes. Resta saber o que virá pela frente na carreira desse babalado ator francês. 

Em resumo, gostei bastante das premiações e das indicações, com exceção de alguns esquecidos como "Tintin", "Rio", Leonardo DiCaprio e Clint Eastwood. O clima saudosista indica que Hollywood não anda gostando muito das produções atuais, mas novos caminhos são possíveis. Basta Hollywood apostar em novos nomes e boas histórias. Mas também não há nenhum problema em relembrar o passado. Como disse o personagem de Owen Wilson em "Meia-noite em Paris": O passado não está morto. O passado não passou". Até a próxima.

Confira abaixo os vencedores da 84ª premiação do Oscar:

Melhor diretor: Michel Hazanavicius, "O Artista"
Melhor ator coadjuvante: Christopher Plummer, "Toda Forma de Amor"
Melhor atriz coadjuvante: Octavia Spencer, "Histórias Cruzadas"
Melhor roteiro adaptado: "Os Descendentes"
Melhor roteiro original: "Meia-noite em Paris"
Melhor animação: "Rango"
Melhor filme estrangeiro: "A Separação"
Melhor trilha sonora: "O Artista"
Melhor canção original: "Man or Muppet", de "Os Muppets"
Melhores efeitos visuais: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor fotografia: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor direção de arte: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor figurino: "O Artista"
Melhor edição: "Os Homens que Não Amavam as Mulheres"
Melhor edição de som: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor mixagem de som: "A Invenção de Hugo Cabret"
Melhor documentário: "Undefeated"
Melhor curta-metragem: "The Shore"
Melhor curta-metragem de animação: "The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore"
Melhor documentário em curta-metragem: "Saving Face"

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Oscar 2012: Os bons tempos estão de volta


Hoje a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood finalmente revelou quem são os indicados ao Oscar 2012. Apresentado pela jovem atriz Jennifer Lawrence (indicada ao Oscar de Melhor Atriz na última premiação por "O inverno da alma"), a lista com os indicados não surpreendeu aqueles que já vinham acompanhando as premiações anteriores, como o Globo de Ouro. No entanto, é extremamente curioso que tenhamos entre os grandes favoritos da premiação do cinema norte-americano um filme francês, mudo e filmado em preto e branco.

Essa 84ª cerimônia do Oscar promete ser uma das mais interessantes da história recente da premiação. A cerimônia irá com grandes nomes do cinema como Martin Scorsese, Woody Allen, Steven Spielberg, Brad Pitt, George Clooney e Meryl Streep. Entre os diretores é difícil apontar um favorito. Scorsese pela primeira vez dirige um filme em que o protagonista é um garoto e a história é voltada para o publico infantil. "A invenção de Hugo Cabret" inclusive é a que domina a lista, com 11 indicações, incluindo Melhor Filme. Parece que a troca de filmes violentos por filmes para a família agradou a Academia, embora isso não vá alterar o estilo Scorsese de fazer cinema.



Logo atrás de "A invenção de Hugo Cabret", está o francês "O Artista" com 10 indicações, sendo que entre essas estão quatro dos principais prêmios da noite: Melhor Filme, Melhor Ator para Jean Dujardin, Melhor Diretor para Michel Hazanavicius e Melhor Roteiro Original. "O artista" tem sido bem recebido pela crítica especializada. Não posso deixar de comentar a grata surpresa de ver um filme mudo em preto e branco em 2012 obter tamanho sucesso. O que pode parecer um contra-senso para a maior parte público acostumado a ver grandes efeitos especiais na tela, na verdade é uma indicação de que boas histórias independem da cor e dos efeitos.



"O artista" pode, de fato, causar grandes surpresas na premiação do dia 26 de fevereiro, tanto para o prêmio de diretor como de ator, estragando a noite de George Clooney, mas acho improvável que isso aconteça. Na sua terceira indicação ao Oscar de Melhor Ator, Clooney é o favorito (e o queridinho da Academia) para levar a estatueta dourada para casa. Vale lembrar que ele já ganhou um Oscar de Ator Coadjuvante por "Syriana" em 2006. Ele é o protagonista de "Os descendentes", um drama-comédia sobre a relação entre o pai e suas filhas. "Os descendentes" ganhou recentemente o Globo de Ouro de Melhor Filme e Clooney o de Melhor Ator.



Woody Allen voltou em grande estilo com "Meia-noite em Paris", após passar algum tempo longe das premiações, mas não longe das câmeras. Indicado a Melhor Filme, Diretor e Roteiro Original, acredito que tenha maiores chances nesta última categoria, onde Allen encontrou uma forma bastante original de nos apresentar todas as fases culturais de Paris, afinal "o ontem sempre é melhor que o hoje".



Um filme que divide opiniões é "A árvore da vida" dirigido por Terrence Malick e com Brad Pitt e Sean Penn no elenco. Indicado a Melhor Filme, Diretor e Fotografia, definitivamente merece ganhar como Melhor Fotografia. As imagens apresentadas no filme (cenas do Big Bang, a extinção dos dinossauros e a evolução da vida) e acima de tudo, o ângulo preferido para a gravação das cenas tornam esse filme uma viagem visual única, poucas vezes vista no cinema.



Steven Spielberg está de volta e em grande estilo (embora não figure em nenhuma das categorias), com dois filmes indicados: "Cavalo de Guerra" (Melhor Filme) e "As aventuras de Tintim" (Melhor Trilha Sonora Original para John Williams). Para quem não sabe, John Williams foi o criador das emblemáticas trilhas de Star Wars, Indiana Jones e E.T. Ele sozinho acumula 45 indicações ao Oscar, e já ganhou cinco vezes [Um violino no telhado (1971), Tubarão (1975), Star Wars (1977), E.T. (1982), A lista de Schindler (1993)].



Se entre os diretores o vencedor ainda é incerto, entre os atores/atrizes há grandes favoritos. Como já mencionei, George Clooney deve levar o prêmio de Melhor Ator. Entre as cinco indicadas para Melhor Atriz, nenhuma parece superar o favoritismo de Meryl Streep no papel de Margareth Tatcher em "A dama de ferro". Em sua 17º indicação ao Oscar, um recorde insuperável, ela deve levar a sua terceira (e merecida) estatueta para casa. Caso ganhe, ela ainda não será a atriz que mais venceu no Oscar: Katharine Hepburn venceu quatro vezes. Apesar disso, Meryl já é um ícone insuperável e considerada a melhor atriz viva.



O Brasil, mais uma vez, ficou de fora da premiação de Melhor Filme Estrangeiro. A indicação de "Tropa de Elite 2" não chegou até a seleção dos nove finalistas divulgada na semana passada. Mesmo a animação "Rio", que pensei que seria indicada a Melhor Animação, também ficou de fora (embora "Rio" seja muito melhor do que "Gato de Botas", um caça-níquel explícito e mesmo assim, indicado a Melhor Animação). Felizmente, "Rio" tem uma indicação em Melhor Canção Original. "Real in Rio", gravada por Carlinhos Brown e Sergio Mendes, concorre com "Os Muppets". O páreo vai ser duro! (Veja e ouça "Real in Rio" no vídeo abaixo)



No geral, gostei da lista dos indicados, principalmente a Melhor Filme. Há filmes de todos os estilos e dos mais variados gêneros. A Academia conseguiu mesclar bem os indicados e retomar o tempo áureo do cinema em preto e branco, falando de Paris (como em "Casablanca") e de amizade e de guerra (como em "A lista de Schindler"). Com certeza nesta premiação, sairão novos clássicos do cinema, que o passar do tempo só os fará melhorar, pois como bem mostrou Woddy Allen em "Meia-noite em Paris": os tempos idos serão sempre melhores que os tempos que virão.

Confira abaixo a lista completa com os indicados ao Oscar 2012 e façam as suas apostas!

Melhor filme

"Cavalo de guerra"
"O artista"
"O homem que mudou o jogo"
"Os descendentes"
"A árvore da vida"
"Meia-noite em Paris"
"História cruzadas"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Tão forte e tão perto"

Diretor
Michel Hazanavicius - "O artista"
Alexander Payne - "Os descendentes"
Martin Scorsese - "A invenção de Hugo Cabret"
Woody Allen - "Meia-noite em Paris"
Terrence Malick - "A árvore da vida"

Melhor ator
Demián Bichir - "A better life"
George Clooney - "Os descendentes"
Jean Dujardin - "O artista"
Gary Oldman - "O espião que sabia demais"
Brad Pitt - "O homem que mudou o jogo"

Melhor atriz
Glenn Close - "Albert Nobbs"
Viola Davis - "Histórias cruzadas"
Rooney Mara - "Os homens que não amavam as mulheres"
Meryl Streep - "A dama de ferro"
Michelle Williams -"Sete dias com Marilyn

Ator coadjuvante
Kenneth Branagh - "Sete dias com Marilyn" (trailer ao lado)
Jonah Hill - "O homem que mudou o jogo"
Nick Nolte - "Warrior"
Max Von Sydow - "Tão forte e tão perto"
Christopher Plummer - "Beginners"

Melhor atriz coadjuvante
Octavia Spencer - "Histórias cruzadas"
Bérénice Bejo - "O artista"
Jessica Chastain - "Histórias cruzadas"
Janet McTeer - "Albert Nobbs"
Melissa McCarthy - "Missão madrinha de casamento"

Melhor roteiro original
"O artista"
"Missão madrinha de casamento"
"Margin Call"
"Meia-noite em Paris"
"A separação"

Melhor animação
"A Cat in Paris"
"Chico & Rita"
"Kung Fu Panda 2"
"Gato de Botas"
"Rango"

Trilha sonora original
"As aventura de Tintim" - John Williams
"O Artista" - Ludovic Bource
"A invenção de Hugo Cabret" - Howard Shore
"O espião que sabia demais" - Alberto Iglesias
"Cavalo de guerra" - John Williams

Canção original
"Man or Muppet", de "Os Muppets", música e letra de Bret McKenzie
"Real in Rio", de "Rio", música de Sergio Mendes e Carlinhos Brown, letra de Siedah Garrett

Maquiagem
"Albert Nobbs"
"Harry Potter"
"A dama de ferro"

Direção de arte

"O artista"
"Harry Potter"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Meia-noite em Paris
"Cavalo de guerra"

Fotografia
"O artista"
"Os homens que não amavam as mulheres"
"A invenção de Hugo Cabret"
"A árvore da vida"
"Cavalo de guerra"

Figurino
"Anonymous"
"O artista"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Jane Eyre"
"W.E."

Documentário (longa-metragem)
"Hell and Back Again"
"If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front"
"Paradise Lost 3: Purgatory"
"Pina"
"Undefeated"

Documentário (curta-metragem)
"The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement"
"God Is the Bigger Elvis"
"Incident in New Baghdad"
"Saving Face"
"The Tsunami and the Cherry Blossom"

Edição
"O artista"
"Os descendentes"
"Os homens que não amavam as mulheres"
"A invenção de Hugo Cabret"
"O homem que mudou o jogo"

Melhor filme em língua estrangeira
"Bullhead" - Bélgica
"Footnote" - Israel
"In Darkness" - Polônia
"Monsieur Lazhar" - Canadá
"Separação" - Irã

Curta-metragem de animação
"Dimanche"
"The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore"
"La Luna"
"A Morning Stroll"
"Wild Life"

Curta-metragem
"Pentecost"
"Raju"
"The Shore"
"Time Freak"
"Tuba Atlantic"

Edição de som
"Drive"
"Os homens que não amavam as mulheres"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Transformers: o lado oculto da lua"
"Cavalo de guerra"

Mixagem de som
"Os homens que não amavam as mulheres"
"A invenção de Hugo Cabret"
"O homem que mudou o jogo"
"Transformers: o lado oculto da lua"
"Cavalo de guerra"

Efeitos visuais
"Harry Potter"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Gigantes de aço"
"Planeta do macacos"
"Transformers: o lado oculto da lua"

Roteiro adaptado
"Os descendentes"
"A invenção de Hugo Cabret"
"Tudo pelo poder"
"O homem que mudou o jogo"
"O espião que sabia demais"