Listas sobre qualquer coisa sempre dão o que falar. Já que todo mundo faz uma lista dos 10 ou 20 mais ou melhores sei lá o que, eu resolvi eleger os cinco (sim só 5 mesmo, meu conhecimento não é tão grande assim) finais mais surpreendentes do cinema. Então lá vamos nós:
5º Lugar: Hair (Hair, 1979)
Como bem disse Marcelo Janot uma vez: "Com uma trilha sonora antológica", esse filme conta a história de Claude (John Savage) que sai do interior para ir lutar no Vietnã. Em Nova York conhece um grupo de hippies liderados por Berger (Treat Williams) (foto acima) e uma moça de família rica, Sheila (Beverly D'Angelo), por qual Claude se apaixona. Encurtando a história, Claude vai para o treinamento militar um pouco antes de ir para o Vietnã e os seus amigos hippies e Sheila vão resgatá-lo da vida militar. Tramam uma estratégia para conseguir entrar no campo de instrução e é aí que vem o final surpresa do filme. A cena final com uma multidão cantando o clássico
Let the sunshine in na frente da Casa Branca fecha o filme com chave de ouro. Vale a pena conferir...
4º Lugar: Um Corpo que Cai (Vertigo, 1958)
É claro que na minha lista tinha que ter um filme do Hitchcock. Este que em várias listas especializadas está entre os 10 melhores filmes de todos os tempos, conta a história do detetive Scottie (James Stewart, o mesmo de
Janela Indiscreta) que se aposenta após deixar um companheiro de polícia cair de um prédio, devido ao seu medo de altura, que acaba o deixando com vertigem (daí o nome em inglês do filme). Gavin (Tom Helmore) contrata os serviços de Scottie para vigiar a sua mulher Madeleine (Kim Novak), a qual tem um comportamento suicida e não lembra de coisas recentes que acaba de fazer. No desenvolver da história, Scottie acaba se envolvendo com Madeleine, mas novamente devido ao seu medo de altura, não consegue impedir o suicídio de Madeleine. Acontece que um tempo depois, surge Judy (Kim Novak), uma moça idêntica a Madeleine. Será que Scottie está tendo alucinações? Judy seria uma irmã gêmea de Madeleine? Bom, descubra o segredo da morte de Madeleine e a cura do trauma de Scottie vendo esse filme que, com certeza, possui um dos finais mais surpreendentes do cinema.
3º Lugar: Os Outros (The Others, 2001)
É normal que em uma lista de filmes sobre os finais mais surpreendentes seja dominada por filmes de suspense. Afinal, esse é combustível que leva o telespectador ficar sentado por um bom tempo até descobrir o que realmente está acontecendo.
Os Outros é um filme que te deixa ligado do começo ao final, e no final ele te deixa de boca aberta. O filme conta a história de Grace (Nicole Kidman) e seus dois filhos, Charles (Christopher Eccleston) e Anne (Alakina Mann), que vivem isolados de tudo e de todos numa mansão sombria. Quando Grace contrata três empregados para a ajudarem a tomar conta da casa, situações estranhas começam a acontecer. A partir daí Grace parte em busca de quem são "os outros" que a querem fora da sua própria casa. O clímax do filme, obviamente, é a parte final, um final totalmente inesperado! O clima criado pela fraca iluminação, já que os filhos de Grace não podem ter contato com luz, é um dos pontos altos do filme, o que proporciona excelentes
takes e truques de iluminação
. Com certeza, um dos melhores filmes recentes de suspense. Mas a graça dele é só na primeira vez!!
2º Lugar: Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, 2006)
Pode parecer estranho esse filme estar nessa lista. Mas uma coisa que eu sempre digo: "O melhor do filme é o final". E esse filme me ganhou no final. Eu quase dormi a primeira vez que eu vi, mas quando chegou no fim, eu entendi a genialidade do filme. Uma pena que não ganhou o Oscar de Melhor Filme em 2007 (naquele ano, o prêmio foi para
Os Infiltrados, de Martin Scorsese, que com certeza não é o melhor filme dele). Mas a Academia não tem sido coerente há muito tempo....(um dia eu ainda escrevo sobre isso). A história é sobre uma família norte-americana formada pelo pai obcecado pela vitória, Richard (Greg Kinnear), mas que na verdade é um perdedor total, a mãe Sheryl (Toni Collette), o filho mais velho que fez voto de silêncio e é fissurado em Nietzsche, Dwayne (Paul Dano), o avô viciado em heroína (Alan Arkin), o irmão de Sheryl, um escritor homossexual suicida, Frank (Steve Carrel) e a pequena barrigudinha Olive (Abigail Breslin). A história começa quando Olive é chamada para um concurso de beleza infantil, o Pequena Miss Sunshine, e a família parte para a Califórnia realizar o sonho da filha. Durante a ida, em uma kombi que só pega no tranco, vários problemas familiares vem à tona. Finalmente, na hora da apresentação solo de Olive no concurso, o mais inesperado e incrível acontece. É um filme com uma história simples e excelentes interpretações, com destaque para Abigail Breslin, indicada a melhor atriz coadjuvante, e Steve Carrel, um ator reconhecidamente de comédia, mas que se saiu muito bem, além de Alan Arkin (o avô), que ganhou o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante. Realmente um filme pra ser ver e rever. Nesse, ver o final não é motivo para não voltar a vê-lo.
1º Lugar: Psicose (Psycho, 1960)
Obviamente o primeiro lugar tinha que ser um filme de suspense. E no quesito suspense e finais surpreendentes, ninguém supera Alfred Hitchcock (é, já ta ficando repetitivo...). Em Psicose, a obra máxima de Hitchcock na minha opinião, o suspense percorre todo o filme a partir do momento em que a secretária Marion Crane (Janet Leigh) rouba 40 mil dólares do seu chefe, foge a acaba passando o pernoite em um motel de beira de estrada. Quem a recebe é o dono do motel, Norman Bates (Anthony Perkins). Ele mora sozinho com a sua mãe e não costuma receber muitas visitas. Esse filme possui uma das cenas mais clássicas da história do cinema, quando a secretária é morta a facadas durante o banho com aquela música penetrante, virou sinônimo de cena de suspense. A partir dai o que se desenrola é a busca de Lila (Vera Miles) e Sam (John Gavin), respectivamente a irmã e o affair de Marion, pela secretaria desaparecida. Para descobrirem o que aconteceu com Marion eles se hospedam no motel e acabam mergulhando num mundo sombrio e doentio vivido por Norman Bates e sua mãe. Nenhum outro filme me deixou tão perplexo no final como esse. Para mim o final mais surpreendente da história do cinema!!! Esse sim é obrigatório para qualquer um que goste de cinema. Mas vejam a versão original em preto e branco (já tinha a opção de gravar colorido, mas Hitchcock preferiu em preto e branco para não parecer tão sangrento, e isso não altera em nada a qualidade do filme).
Bom, essa foi a minha lista e as minhas recomendações...Bom filme!!!
