Mostrando postagens com marcador aventura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador aventura. Mostrar todas as postagens

sábado, 2 de outubro de 2010

Top Five: Trilogias

Depois de um longo regime sem postagens, volto agora com as cinco melhores trilogias. Uma trilogia pode ser composta por três filmes que contam partes diferentes da história, como se fosse um começo, meio e fim; pode contar diferentes histórias com os mesmos personagens; ou ainda, terem personagens completamente diferentes em cada filme, mas com uma temática em comum entre eles. Algumas trilogias estão entre as obras mais memoráveis já feitas pelo cinema mundial, como é o caso de "O Senhor dos Anéis", outras depois de um primeiro filme excepcional, perderam completamente o rumo da história, como foi o caso de "Matrix". Alguns filmes tidos como trilogias, como "Star Wars" e os filmes sobre Hannibal Lecter foram excluídos da lista, devido as séries conterem seis e quatro filmes, respectivamente.
A falta de postagens também é justificável, além de ver todos os filmes que estão listados aqui, ainda vi as trilogias que não entraram na lista, ou seja, trabalho em triplo! Então vamos ao que interessa...e os ganhadores são:

5º Lugar: X-Men

Poucos filmes sobre super-heróis baseados em quadrinhos fizeram tanto sucesso como X-Men. Os três filmes tiveram uma boa bilheteria e crítica.

No primeiro filme, "X-Men - O Filme" (X-Men, 2000), os mutantes comandados por Charles Xavier (Patrick Stewart) lutam para ser aceitos na sociedade, enquanto Magneto (Ian McKellen) tenta transformar todos os humanos em mutantes.

Em "X-Men 2" (X-2, 2003), um antigo militar chamado William Stryker (Brain Cox) lidera uma verdadeira caça aos mutantes. Diante dessa situação, os mutantes de Xavier se juntam a Magneto para evitarem a própria morte. Destaque para a participação de Noturno (Alan Cumming) e para a cena de luta entre Wolverine (Hugh Jackman) e Lady Letal (Kelly Hu) nessa sequência.

No último filme da série, "X-Men - O Confronto Final" (X-Men - The Last Stand, 2006), os humanos encontram uma chamada "cura" para os mutantes, que os transformariam em pessoas normais. Agora além de lutar contra a "cura", Wolverine e Tempestade (Halle Bary) terão que enfrentar o exército de mutantes comandados por Magneto além de encarar a fúria da Fênix (Famke Janssen).

Algumas questões lúdicas podem ser tiradas da trilogia sobre os X-Men, como o uso da força para o bem e a aceitação das diferenças. Como sou fã de carteirinha da série, sou suspeito para falar. Os grandes destaques da série são Magneto e Wolverine. Os efeitos especiais são excelentes e a trama é bem desenvolvida ao longo dos três filmes. Vale um adendo, há uma cena final em "X-Men - O confronto final" que só aparece ao término dos créditos finais. Um cena que deve deixar ou deixou muita gente com a pulga atrás da orelha.

Na maioria das trilogias, o terceiro filme sempre tende a ser mais fraco, como é o caso de "Homem-Aranha 3", que nos apresenta um Peter Parker emo e exagerado, embora essas atitudes tenham a ver com a história, eu senti um clima de "forçação" do personagem ao longo de todo o filme. Por mais que os três filmes não tenham nada a ver com as histórias dos quadrinhos e haja um quarto filme sobre os mutantes (X-Men Origins: Wolverine, 2009), que não tem nenhuma relação com as histórias anteriores, X-Men como uma trilogia funciona muito bem, com os três filmes bem conduzidos e cada película superando a anterior.


4º Lugar: Trilogia da Vingança

Pouco conhecida do grande público, essa produção sul-coreana levou o cinema oriental para o mundo todo. Como o próprio nome da trilogia sugere, são três filmes que tem em comum a busca por vingança, advinda das mais variadas causas. Nessa trilogia, não há ligação entre os filmes, cada fita pode ser vista de uma forma independente da outra.

O primeiro filme da trilogia, "Mr. Vingança" (2001), conta a história de Ryu (Shin Ha-kyun), um surdo-mudo que mora com a irmã que precisa com urgência de um transplante de rim. Acreditando conseguir um rim que seja compatível com o de sua irmã, Ryu procura traficantes de órgãos para retirar o seu rim em troca de um para a sua irmã. Ele é enganado pelos traficantes que somem com o órgão. Desiludido, sua amiga revolucionária Cha Yeong-mi (Bae Du Na) dá a idéia de sequestrar a filha de um rico empresário para assim conseguir o dinheiro para o transplante. Infelizmente algo dá errado durante o sequestro, e sucessivas ações de vingança são levadas a cabo. O interessante nesse filme é perceber como um simples acidente pode mudar o destino de várias pessoas.

"Oldboy" (2003), o segundo filme da Trilogia da Vingança, é fantástico. Com certeza, se tivesse visto há mais tempo, ele entraria como um dos melhores filmes da década de 2000-2009 . Oh Dae-su (Min-sik Choi) é aprisionado por um desconhecido durante 15 anos. Após esse período, ele é simplesmente libertado pelo seu detentor. Querendo compreender o porquê de permanecer preso durante 15 anos, Oh Dae-su trava uma busca por vingança, tentando encontrar a qualquer custo aquele que o manteve preso. Porém, ele não sabia dos planos de seu detentor. Misturando hipnose, flashbacks, incesto, romance e violência, esse filme possui um desenrolar extremamente revelador e completamente atraente. Uma obra-prima do cinema sul-coreano. Altamente recomendável!

O último filme da série, "Lady Vingança" (2005), traz agora uma mulher Lee Geum-Ja (Lee Yeong-Ae) buscando por vingança. Lee foi condenada a 13 anos de prisão por participar de um assassinato de uma criança, mas sua prisão foi injusta. Dentro da cadeia ela arquiteta um plano de vingança para punir o verdadeiro assassino. Comparado aos demais filmes da trilogia, esse parece ter uma causa mais nobre para a vingança da protagonista, com meios mais sutis do que os "vingadores" dos filmes anteriores. O interessante nesse filme é a virada da protagonista ao longo do filme: de vilã à mocinha. E quando descobrimos o real motivo que a conduz, a vingança em si não parece nada mais do que justiça.

Uma trilogia muito interessante e que vale a pena ser vista, apresentando os vários aspectos e motivações que levam as pessoas a buscarem por vingança. Para quem está cansado de vampiros branquelos e histórias insonssas, a Trilogia da Vingança do diretor Park Chan-Wook é uma excelente pedida.

3º Lugar: A trilogia do diretor Alejandro González Iñárritu

Novamente aqui não temos filmes que se ligam diretamente, eles podem ser vistos de forma independente. O tema que liga "Amores Brutos", "21 Gramas" e "Babel" são as fortes emoções e os grandes contrastes entre as consequências de determinados fatos que afetam a vida de pessoas que não se conhecem.

"Amores Brutos" (Amores Perros, 2000) foi eleito por mim como um dos dez melhores filmes da década 200-2009 (veja a última postagem de dezembro de 2009). O filme conta a história de três personagens completamente diferentes, um jovem suburbano, uma modelo e um mendigo que se envolvem num acidente de carro que geram consequências distintas para cada um. Além do acidente, o que liga os três personagens é a afeição que cada um possui por cães.

"21 Gramas" (21 Grams, 2003) segue o ritmo do primeiro filme: intenso e perturbador. Vinte e uma gramas é o peso que uma pessoa perde ao morrer, e a morte é o que liga os três personagens desse filme. Jack (Benicio del Toro), um ex-detento convertido, atropela e mata acidentalmente o marido e as duas filhas de Cristina (Naomi Watts). O coração do marido de Cristina é tranplantado para Paul (Sean Penn). Quando Paul descobre como conseguiu o transplante, ele encontra Cristina e tenta consolá-la. Muitos sentimentos são expressos no filme: culpa, redenção, justiça e vingança. Destaque para as excelentes atuações do trio protagonista, sendo Naomi Watts indicada ao Oscar de Melhor Atriz e Benicio del Toro ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.


"Babel" (Babel, 2006) mostra a globalização da consequência dos atos individuais. No Marrocos, duas crianças brincam com uma arma e acabam disparando contra um ônibus cheio de turistas americanos. A bala atinge Susan (Cate Blanchett), que está visitando o país com seu marido Richard (Brad Pitt). Os jornais já chamam o ataque de terrorista. Paralelo a isso, no Japão, a jovem surdo-muda Chieko (Rinko Kikuchi) se nega a falar em decorrência do trauma da morte da mãe, tem uma má relação com seu pai Yasujiro (Kôji Yakusho) e tenta se liberar sexualmente como forma de ser aceita na sociedade. E mais, no continente americano, Amélia (Adriana Barraza) e Santiago (Gael Garcia Bernal) levam os filhos de Susan e Richard para um casamento no México, já que ela teve que ficar por mais tempo com as crianças do que o previsto. Vários problemas acontecem na hora de cruzar a fronteira entre o México e os Estados Unidos. Vários temas são abordados como o terrorismo, xenofobia, egoísmo e sexualidade, mostrando que os seres humanos impõem outras barreiras, além da geográfica para compreender e respeitar o próximo. Com grandes atuações de todo o elenco, "Babel" teve sete indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme e Melhor Direção. Ganhou somente como Melhor Trilha Sonora Original. Trilogia mais do que recomendável para quem gosta de cinema de qualidade.

2º Lugar: O Senhor dos Anéis

Em nenhuma outra lista, a decisão da ordem entre o primeiro e segundo lugar foi tão difícil. Uma obra monumental, com cenas incrivelmente reais e bem produzidas. Efeitos visuais de tirar o fôlego e personagens que entraram para sempre no imaginário popular. Essa ainda é uma descrição fraca para caracterizar a obra máxima de Peter Jackson, "O Senhor dos Anéis". Nessa trilogia, os eventos são conectados temporalmente e os três filmes "A sociedade do anel", "As duas torres" e "O retorno do rei" devem ser vistos como parte de uma única obra.

"O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel" (The Lord of the Rings - The Fellowship of the Ring, 2001) é a parte fundamental para se entender a história. Um anel mágico (o Um Anel) é encontrado por hobbits. Esse anel desperta o poder e a cobiça presente no espírito dos homens e é tido como um elemento malévolo, já que foi criado pelo senhor das trevas Sauron que precisa desse anel para escravizar toda a Terra Média. O hobbit Frodo (Elijah Wood) fica encarregado de levar o anel até o único local onde ele pode ser destruído: no mesmo local onde ele foi feito, em Mordor. Para ajudá-lo nessa tarefa cria-se a Sociedade do Anel formada por elfos, anões, hobbits, magos e homens.

Em "O Senhor dos Anéis - As Duas Torres" (The Lord of the Rings - The Two Towers, 2002), a sociedade do anel já não existe e agora cabe a Frodo e Sam (Sean Astin) a difícil tarefa de levar o anel até Mordor, guiados por Gollum, que ao ao mesmo tempo em que ajuda Frodo e Sam tenta recuperar o anel que um dia já foi seu. Quem não lembra da frase: "My precious"?. Também há o combate entre o exército dos homens e o exército de orcs criado por Saruman (Christopher Lee) para ajudar Sauron.

Na última parte da história, "O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei" (The Lord of the Rings - The Return of the King, 2003) é contado como surgiu Gollum, logo no começo do filme, e o restante é basicamente a guerra entre o exército de Sauron e o exército dos mortos liderados por Aragorn (Viggo Mortensen), o único herdeiro legítimo de Gondor. "O Retorno do Rei" recebeu 11 indicações ao Oscar e ganhou em todas as categorias, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor para Peter Jackson. Um recorde só feito por "Titanic" (1997) e "Ben-Hur" (1959). Verdade seja dita, a Academia não premiou "O Retorno do Rei" como Melhor Filme, ela premiou sim o conjunto da obra. Com cenas panorâmicas incríveis, um ser totalmente digital e uma história que mistura magia e mitologia, "O Senhor dos Anéis" se torna um clássico instantâneo do cinema, figurando ao lado de grandes filmes como "Star Wars".

1º Lugar: O Poderoso Chefão

Assim como o segundo lugar, "O Poderoso Chefão" também é a adptação de um livro. Saindo do mundo da fantasia de Tolkien e entrando no mundo real da obra escrita por Mario Puzo, Francis Ford Coppolla retrata com fidelidade e realismo surpreendente o cotidiano da máfia italiana nos Estados Unidos.

"O Poderoso Chefão" (The Godfather, 1972) conta a história de Don Vito Corleone (Marlon Brando) e sua família, composta principalmente pelos seus cinco filhos. Já no casamento de sua filha Connie (Talia Shire), Don Vito recebe visitas em seus escritório onde conhecidos e amigos vem lhe pedir favores. Já na primeira cena em que aparece o personagem de Brando, percebe-se o tom dado a ele, primeiro mostra-se o rosto do amigo e conforme a câmera avança surge o vulto do personagem filmado pelas costas. Somente depois de alguma palavras é mostrado ao espectador as feições de Don Vito. Simplesmente genial! Como todo mafioso ele utiliza métodos nada convencionais para conseguir aquilo que deseja. Alguns críticos veem Don Corleone como um vilão. Eu não interpreto dessa forma. Apesar de tudo ele valoriza, e muito, a fidelidade e amizade dos amigos e nada do que ele faz é em vão. Destaque para a atuação de Al Pacino como Michael, o filho mais novo de Don Vito, e virá a se tornar o novo "padrinho" após a morte de Don Vito. O filme foi e continua sendo um sucesso de crítica e público, com cenas memoráveis como o casamento de Connie, o assassinato de Sonny (James Caan), um dos filhos de Vito, e a cabeça do cavalo na cama de um produtor de cinema. O filme recebeu 11 indicações ao Oscar, vencendo nas categorias Melhor Filme, Melhor Roteiro e Melhor Ator para Marlon Brando. Brando se recusou a recebeu o prêmio e mandou uma falsa índia em seu lugar para protestar sobre como os nativos são tratados nos EUA. "O Poderoso Chefão" é um dos recordistas em indicações por atuação masculina. Além da indicação de Marlon Brando para Melhor Ator, o filme teve outras três indicações para Melhor Ator Coadjuvante: Al Pacino, James Caan e Robert Duvall, totalizando quatro indicações para atores. Como toda premiação, cometeram uma injustiça, ao invés de premiarem Al Pacino como Ator Coadjuvante, quem ganhou o Oscar foi Joel Gray por "Cabaret". Al Pacino foi indicado posteriormenteao Oscar de Melhor Ator por "O Poderoso Chefão Parte II" (1974), mas não venceu. A Academia só iria se redimir com Al Pacino em 1992, quando ele finalmente venceu por "Perfume de Mulher". Mas as suas atuações em qualquer filme da trilogia de "O Poderoso Chefão" é superior a de "Perfurme". Coisas da Academia...


Em "O Poderoso Chefão Parte II" (1974), Michael (Al Pacino) é o novo "padrinho". Interessante notar no primeiro filme a evolução do personagem até se tornar Don Michael. O filme é igualmente interessante ao primeiro e mantém o mesmo ritmo. Nessa sequência, Michael luta contra a perseguição de outras famílias mafiosas e contra o governo federal, que tenta incriminá-lo a qualquer preço. Paralela a história de Michael, há flashbacks contando a juventude de Vito Corleone na Itália e após a imigração para os Estados Unidos, interpretado brilhantemente por Robert De Niro, mantendo as características criadas por Brando para o persnagem. O filme vai mais fundo na personalidade de Michael, com difíceis escolhas a serem tomadas, como a morte encomendada de seu irmão Fredo (John Cazale), após uma traição. O filme teve 11 indicações ao Oscar, vencendo nas categorias Melhor Filme, Melhor Diretor para Francis Ford Coppola, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Ator Coadjuvante para Robert De Niro, Melhor Direção de Arte e Melhor Música. Também teve quatro indicações para as atuações masculinas: Al Pacino (indicado a Melhor Ator), Robert De Niro, Michael Gazzo e Lee Strasberg (indicados a Melhor Ator Coadjuvante).

"O Poderoso Chefão Parte III (1990)" mostra um Michael atormentado pelas atitudes do passado: divórcio, assassinato do irmão e o distanciamento dos filhos. Arrependido, Michael tenta legalizar os negócios da família com a ajuda da igreja e vê no sobrinho Vincent (Andy Garcia), filho de Sony, a chance de passar o bastão de "padrinho" e esperar por uma redenção. O filme não é tão bom quanto os dois primeiros, mas mantém o interesse do espectador ao longo das suas quase três horas de duração. A cena final da morte de Michael é belíssima, assim como a cena da morte de Vito Corleone na primeira fita. O único porém do filme é a atuação de Sofia Coppola como a filha Mary de Michael. É visível que ela está perdida em cena, mas não chega a danificar a obra com um todo. "O Poderoso Chefão Parte III" foi indicado a sete categorias no Oscar incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor para Coppola e Melhor Ator Coadjuvante para Andy Garcia.

Apesar de Coppola não considerar "O Poderoso Chefão" como uma trilogia (seriam dois filmes e um epílogo), o diretor fez a sua obra máxima e três obras clássicas e obrigatórias para se ver. "O Poderoso Chefão" conseguiu o que nenhum outro filme de Hollywood jamais conseguiu: ter duas partes das suas sequências premiadas com o Oscar de Melhor Filme. E não poderia ser diferente. Um verdadeiro clássico com personagens e cenas inesquecíveis. Definitivamente a melhor trilogia que eu já vi.

Bom, estas foram as minhas dicas. Escolha um final de semana e uma dessas cinco trilogias e boa sessão! Bons filmes!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Os 5 melhores filmes dirigidos por Steven Spielberg



Os Goonies, Gremlins, Tubarão, O Parque dos Dinossauros, ET - O Extraterrestre, Indiana Jones, Shrek, De volta para o futuro. O que esses filmes possuem em comum, além de serem clássicos do cinema (cada um a sua maneira)? Todos foram dirigidos ou produzidos por Steven Spielberg. Cinéfilo de longa data, Steven Spielberg cunhou o termo blockbuster quando dirigiu Tubarão (Jaws, 1975) levando milhões de pessoas ao cinema. Desde então, a maioria de seus filmes tem se tornado sucesso absoluto de bilheteria. Durante um bom tempo, ET - O Extraterrestre (1982) foi a maior bilheteria do mundo, sendo superado em 1993 por O Parque dos Dinossauros, também dirigido por Spielberg. Hoje a maior bilheteria do mundo é de Titanic (1997). Por levar multidões ao cinema, pode não ser visto como um diretor cult. Diferentes de ícones cults como Quentin Tarantino e Pedro Almodóvar, Spielberg consegue abarcar uma vasta diversidade de temas e estilos em sua filmografia. Enquanto os filmes de Tarantino são focados na violência urbana e os de Almodóvar em dramas femininos, Spielberg passeia por filmes de aventura, ficção científica, drama, guerra, comédia e até animação. Esse é o diferencial que o torna, pelo menos para mim, um dos maiores diretores de todos os tempos, além é claro de despertar o meu interesse por cinema (salve a Sessão da Tarde com Os Goonies e Indiana Jones). Esta é a minha pequena homenagem a Steven Spielberg, onde elegi os cinco melhores filmes dirigidos por ele.

5º Lugar: A Cor Púrpura (The Color Purple, 1985)


Centrado inteiramente dentro da cultura negra no antigo sul escravista dos Estados Unidos, A Cor Púrpura conta a história de Celie (Whoopi Goldberg). O filme começa com Celie aos 14 anos brincando com sua irmã mais nova Nettie (Akosua Busia) num campo florido da Geórgia. Contudo, conforme elas saem do meio das altas flores, percebe-se a gravidez de Celie. Grávida pela segunda vez do próprio pai, seu filho é arrancado de seus braços logo após o parto e doado a um casal. Tida como uma moça feia e por já ter sido "deflorada", Celie é entregue a Albert (Danny Glover) para viver como empregada e esposa. Apesar disso, Celie nunca chama o marido pelo nome, apenas por Mister, já que ela é tratada como uma empregada. O tempo passa e Nettie resolve fugir de casa, já que seu pai começa a demonstrar interesse por ela. Nettie vai morar com Mister e Celie. Contudo, o desejo inicial de Mister era se casar com Nettie, mas como o pai estava interessado nela, o pai entregou Celie. A amizade entre as duas irmãs é muito forte, e como Nettie não cede às investidas de Mister, este a expulsa de casa. A partir disso o filme é focado em Celie, em todo o mau trato causado pelo marido que a leva até a conviver com sua amante na própria casa. No decorrer da história, Celie evolui de uma mulher simples que esconde o sorriso com as mãos, descobre a sua sexualidade com Shug Avery (Margaret Avery), a amante, e por fim enfrenta Mister e se separa dele. Apesar de ser um drama, o filme tem cenas muito engraçadas, geralmente envolvendo o filho de Mister, Harpo (Willard Pugh) e sua esposa Sofia (Oprah Winfrey). Baseado no romance de Alice Walker, A Cor Púrpura recebeu 11 indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Atriz (Whoopi Goldberg), Melhor Atriz Coadjuvante (Oprah Winfrey e Margaret Avery) e Melhor Roteiro Adaptado. Contudo, não levou nenhuma estatueta. Um bom filme para se refletir sobre o racismo, machismo e a sexualidade. vale a pena conferir.

4º Lugar: Os Caçadores da Arca Perdida (Raiders of the Lost Ark, 1981)


O primeiro filme da agora quadrilogia de Indiana Jones apresentou ao mundo um herói não muito convencional. Indiana Jones (Harrison Ford) é um professor de arqueologia que não se detém em apenas transmitir conhecimento, mas busca constantemente estar o mais próximo possível dos seus objetos de estudo. As constantes buscas por objetos lendários são os temas de seus filmes. Esse, em particular, fala de uma suposta arca perdida onde estariam as tábuas originais com os dez mandamentos (Decálogo) que Moisés trouxe do Monte Sinai e cujos poderes poderiam acabar com regiões inteiras. Tais poderes despertam o interesse de Hitler, o qual envia alguns militares para o Cairo, no Egito, para encontrar a Arca. Vale lembrar que o filme se passa em 1936, em plena expansão nazista. A partir disso, o governo norte-americano contrata Jones para achar a Arca antes dos nazistas. O filme é repleto de ação do início ao fim, com pitadas exatas de humor e de romance, além de uma trilha sonora inesquecível. O personagem de Harrison Ford se tornou um ícone do cinema e seus filmes são parada obrigatória para quem gosta do gênero. Interessante notar que esse filme não leva o nome Indiana Jones no título, mas se encontra nos outros três filmes. Pura jogada de marketing diante do imenso sucesso do primeiro filme. Nada contra, afinal o cinema também é feito de marketing. E Spielberg sabe disso muito bem.

3º Lugar: O Resgate do Soldado Ryan (Saving Private Ryan, 1998)


Com um realismo surpreendente, poucas vezes visto no cinema, O Resgate do Soldado Ryan é centrado inteiramente nos campos de batalha durante a Segunda Guerra Mundial. O capitão John Miller (Tom Hanks) é incumbido da missão de resgatar o soldado James Francis Ryan (Matt Damon) e mandá-lo de volta para casa, já que seus três irmãos morreram em combate na mesma guerra. O enredo é simples, mas as sequências de batalhas são espetaculares. O telespectador, logo no início do filme, é jogado no confronto entre estadunidenses e franceses durante o desembarque na Normandia, uma sequência de quase 30 minutos de tirar o fôlego. Por ser rodado quase inteiramente em campos de batalha, há momentos mais leves durante o filme, onde geralmente a solidão dos soldados que acompanham o capitão Miller ganham destaque. É impossível não voltar ao realismo das cenas, tido como um dos filmes que melhor, senão o que melhor representou os confrontos vividos pelos soldados durante a Segunda Guerra. Talvez o patriotismo exagerado seja o maior defeito do filme. Tanto no início como no final do filme sempre há uma bandeira dos Estados Unidos e mesmo ao longo do filme é passada a falsa idéia de que morrer em batalha é uma glória, tanto para quem morre como para a família do soldado. Para dar suporte a essa idéia, sempre são citadas frases de Abraham Lincoln. Críticas a parte, esse filme consagrou Steven Spielberg como um dos melhores diretores da atualidade, dando a ele o seu segundo Oscar. O filme recebeu onze indicações ao Oscar, incluindo Melhor Filme (mas quem levou foi Shakespeare Apaixonado, embora eu prefira O Resgate) e Melhor Ator (Tom Hanks). Das onze indicações, levou cinco estatuetas (a maioria em categorias técnicas): Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Edição de Som e Melhor Som. Realmente vale a pena conferir.


2º Lugar: E.T., O Extra-terrestre (E.T., the extra-terrestrial, 1982)


O filme conta a história de Elliot (Henry Thomas) que durante uma noite encontra nos fundo de casa um ET deixado na Terra. Diante do encantamento e da curiosidade de Elliot sobre aquela estranha criatura, tem o início de uma forte amizade. Elliot e seus irmãos Michael (Robert MacNaughton) e Gertie (Drew Barrymore) tentam a todo custo manter o segredo da existência de ET dos adultos. O que no decorrer do filme acaba não sendo possível e ET, assim como Elliot, são examinados por médicos do governo. ET é insistente em voltar para casa (quem não se lembra da frase: "ET telefone minha casa"), e seus amigos vão fazer de tudo para ajudá-lo. Nessa tentativa, surge uma das cenas mais clássicas do cinema: a cena da bicicleta voando, a lua ao fundo e uma trilha sonora igualmente clássica. Essa cena inclusive se tornou o logotipo da Amblin Entertainment, produtora de Spielberg. O filme recebeu nove indicações, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor, mas levou apenas nas categorias técnicas: Melhor Trilha Sonora, Melhores Efeitos Especiais, Melhores Efeitos Sonoros e Melhor Som. Interessante notar que o foco do filme são as crianças, apesar de eu não considerar E.T. um filme infantil. Embora o extra-terrestre appresentado por Spielberg seja desengonçado, com um pescoço retrátil e uma cabeça chata ele é cativante e é prontamente aceitoe protegido pelas crianças. Talvez isso sirva de lição para nós adultos, para repensar certas atitudes antes de julgar as diferenças e apenas aceitarmos, como fizeram Elliot e as demais crianças do filme. Quem sabe o mundo seria melhor e mais tolerante com as diferenças.


1º Lugar: A Lista de Schindler (Schindler's List, 1993)


A obra-prima de Steven Spielberg. Ele que durante muito tempo foi reconhecido como um diretor de filmes de aventura e ficção se consagrou como um grande diretor quando resolveu adaptar o livro de Thomas Keneally, Schindler's Ark, para o cinema. O filme retrata, com incrível realismo, os horrores do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial, quando a Alemanha nazista invade a Polônia e pretende iniciar o extermínio do povo judeu. A história gira em torno de Oskar Schindler (Liam Neeson), membro do Partido Nazista e dono de uma fábrica de esmaltados que se instala na Polônia a fim de utilizar a mão-de-obra barata dos judeus para fins próprios. Ele em seguida enriquece, fornecendo materiais para o exército nazista. Quando a Alemanha decide "limpar" a Europa, os nazistas confinam todos os judeus em campos de concentração. Schindler assiste a boa parte das atrocidades cometidas contra o povo judeu: fuzilamentos, tiros na cabeça, crianças fugindo e todo tipo de horror psicológico utilizado pelos nazistas. A partir disso, ele começa a usar toda a sua influência dentro do Partido Nazista e o seu dinheiro para salvar o maior número de judeus possível. "Aquele que salva uma vida, salva o mundo inteiro" diz Schindler. Por fim, ele acaba pobre e fugindo do Partido Nazista, mas salva em torno de 1200 pessoas , as quais ele recrutou através de sua lista dos campos de concentração para trabalhar na sua fábrica. O filme foi filmado quase inteiramente em preto e branco, com exceção do início e do fim do filme, e de um "ponto" vermelho que aparece em somente duas cenas. Vale registrar o porquê do destaque desse "ponto" vermelho no filme. Na verdade, é a cor do vestido de uma menininha fugindo da perseguição nazista (ainda no começo da história). Perto do final, esse "ponto" reaparece dentro de um carrinho-de-mão, onde os judeus mortos são carregados para incineração. Triste...mas genial! A direção de arte e a fotografia do filme são perfeitas. Espetacular a cena em que as mulheres que Schindler contrata são desviadas para o campo de Auschwitz, têm as suas cabeças raspadas e são colocadas nuas dentro de um banheiro coletivo, onde as mulheres e o próprio telespectador pensam se tratar de uma câmara de gás. O pânico refletido em suas expressões diante da iminência da morte é no mínimo aterrorizante e comovente. Por fim, a cena termina, não com o gás saindo dos canos, mas com a água, a qual não lava somente o corpo, mas a alma de um povo discriminado e perseguido apenas por ser diferente. Indicado a 12 Oscar na premiação de 1994, ganhou sete: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro Adaptado. Apesar de triste e reflexivo, é um belíssimo filme, onde a compaixão e a fraternidade se sobressaem acima de qualquer coisa. Altamente recomendável.



quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Os 5 melhores filmes com Tom Hanks

Voltando as listas dos cinco melhores filmes, dessa vez resolvi homenagear um dos melhores atores de Hollywood, Tom Hanks. Ele começou a sua carreira nos anos 80, onde a maioria dos seu filmes eram de comédia (Meus Vizinhos São um Terror, um clássico da Sessão da Tarde) e comédia romântica (Splash – Uma Sereia em minha Vida). Sua primeira indicação ao Oscar como Melhor Ator foi pelo filme Quero Ser Grande (Big, 1988). Nos anos 90 começou a interpretar papéis mais sérios e densos. À primeira vista parece fácil selecionar cinco melhores filmes com Tom Hanks, mas a sua filmografia inclui aproximadamente 40 filmes. O objetivo desse Top 5, não é listar as suas cinco melhores atuações, mas os cinco melhores filmes que contaram com a presença dele. Pode-se dizer que a minha lista foi um tanto quanto clichê, mas se é clichê é porque deu certo.

5º Lugar: Náufrago (Cast Away, 2000)

Você sobreviveria sozinho em uma ilha deserta? Essa é a pergunta que pode ser feita ao assistir Náufrago. O filme conta a história de Chuck, um funcionário da empresa FedEx que devido a um acidente aéreo se vê completamente sozinho em uma ilha deserta. O filme desperta algumas curiosidades sobre o comportamento humano, como desde aprender a pescar apenas com uma lança (algo no mínimo inusitado para alguém tipicamente urbano) até a criação imaginária de um amigo (pra quem não lembra somos animais sociais). Quem não se lembra do Sr. Wilson, uma bola com rosto desenhada a mão e que acaba fazendo companhia para Chuck. A amizade entre os dois é tamanha que próximo ao final do filme quando Chuck constrói uma barca para deixar a ilha e voltar para a cidade, as fortes ondas acabam derrubando Wilson no oceano, mas mesmo sendo apenas uma bola, Chuck enfrenta os fortes ondas para resgatar o amigo. A idéia do filme deu tão certo, que até em Madagascar (2005) aparece um Wilson fazendo companhia para o leão narcisista Alex. Além dessas situações, o personagem de Tom Hanks vivencia a extração de um dente sem anestesia e feita por ele próprio.

Tom Hanks comprova ser um excelente ator, segurando praticamente sozinho a platéia durante mais de duas horas de filme. Foi indicado ao Oscar de Melhor Ator em 2000 pelo filme, mas acabou perdendo para Russel Crowe por Gladiador (Gladiator, 2000) Além da excelente atuação de Hanks, a história é bastante simples e comovente. Vale muito a pena ver e rever essa obra.


4º Lugar: Prenda-me se for Capaz (Catch me if you can, 2002)


Uma mesma pessoa ser professor, médico, advogado e co-piloto de avião. E tudo isso antes de completar 18 anos. Um gênio alguns dirão. Pode-se até chamá-lo assim, contando que ele não terminou o ensino médio e não pisou em nenhuma faculdade. Ele é na verdade um personagem real, Frank Abagnale Jr., vivido no filme por Leonardo DiCaprio. Frank com apenas 16 anos começa a praticar golpes milionários falsificando cheques e acaba despertando a ira de um agente do FBI, Carl Hanratty (Tom Hanks), que não pretende descansar enquanto não ver o golpista atrás das grades. Dirigido por Steven Spielberg, o filme traça um panorama da vida de Frank, desde o começo até a captura pelo agente do FBI (não se preocupem, esse não é o final do filme). As situações vividas por Frank e as artimanhas que ele utiliza para enganar as pessoas são os pontos altos do filme. O que fica é a intensa capacidade de sobrevivência do personagem de DiCaprio, capaz de reduzir qualquer um de nós a meras crianças inocentes. Altamente recomendável.



3º Lugar: Filadélfia (Philadelphia, 1993)


Em terceiro lugar está o filme que deu a Tom Hanks seu primeiro Oscar de Melhor Ator. Filadélfia conta a história do advogado Andrew (Tom Hanks), que trabalha numa famosa firma de advocacia na cidade de mesmo nome do filme. Andrew é homossexual e vive com seu parceiro Miguel (Antonio Banderas). Por medo do preconceito, Andrew esconde a sua opção sexual. No decorrer da história, Andrew descobre ser portador do vírus HIV, os sintomas começam a aparecer e a notícia rapidamente se espalha na empresa. Por puro preconceito, seus colegas de trabalho acabam sabotando seu trabalho e ele acaba sendo despedido. Inconformado com a situação, Andrew busca meios legais de processar a firma. Depois de muitos advogados recusarem a sua causa, ele se encontra com o advogado Joe Miller (Denzel Washington) que aceita o caso. O próprio Joe, na verdade é homofóbico, mas não deixa transparecer claramente. O que se segue no filme é a busca judicial por danos morais causados a Andrew, a exposição do preconceito da sociedade, tanto em relação aos homossexuais como aos portadores de HIV, e o constrangimento pela exposição de partes íntimas da sua vida pessoal. Além do Oscar de Melhor Ator, o filme também venceu na categoria Melhor Canção Original (Streets of Philadelphia de Bruce Springsteen). Mais um filme clássico de Tom Hanks. Recomendadíssimo.


2º Lugar: Forrest Gump, O Contador de Histórias ( Forrest Gump, 1994)


Os últimos quarenta anos da história dos Estados Unidos contadas por um homem que não é o típico herói americano. Esse é o pano de fundo de Forrest Gump, O Contador de Histórias. A história começa com Forrest (Tom Hanks) sentado num ponto de ônibus e começa a contar a sua história para quem senta ao seu lado. O filme traça um panorama desde a sua infância conturbada, onde ele tinha dificuldade para andar, mas mesmo assim ensinou a Elvis Presley a sua famosa dança, passando por sua adolescência, onde era alvo constante dos colegas até a sua vida adulta. O filme mostra a participação de Forrest nos principais acontecimentos históricos dos Estados Unidos, como a revolução hippie, a Guerra do Vietnã e o Caso Watergate, e mostra até um aperto de mãos entre Forrest Gump e o presidente Kennedy. Ele ainda se encontra com Nixon e John Lennon. O filme é memorável do começo ao fim, e poderia gastar muitas linhas falando sobre ele, mas, sobretudo o que fica é a busca pela realização dos seus sonhos. Quem não se lembra das várias cenas de Forrest correndo, tanto na rua como no time de futebol americano (“Go Forrest”, gritava a torcida). Apesar de ser considerado pouco inteligente, no decorrer da história ele é elevado a categoria de herói. O filme deu a Hanks o seu segundo Oscar de Melhor Ator, no ano seguinte após ter ganhado por Filadélfia. Somente Tom Hanks e Spencer Tray ganharam dois Oscar consecutivos. O filme ganhou seis Oscar das 13 categorias a que foi indicado: Melhor Filme, Melhor Diretor para Robert Zemeckis, Melhor Ator para Tom Hanks, Melhor Roteiro Adaptado, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Edição. Destaque para Sally Field, numa pequena participação como a mãe de Forrest Gump. Como diz Forrest ao longo do filme “Idiota é quem faz idiotice”. Então, não seja um idiota e veja ou reveja esse clássico!


1º Lugar: À Espera de um Milagre (The Green Mile, 1999)



Baseado no livro homônimo de Stephen King, À Espera de um Milagre conta a história de um corredor da morte chefiado por Paul Edgecomb (Tom Hanks) em 1935 em Louisiana. A história começa quando a prisão recebe um prisioneiro negro, John Coffey (Michael Clarke Duncan), acusado, pela morte e estupro de duas meninas. John Coffey [“Se fala como café, mas se escreve diferente”] possui estranhos poderes de cura e um comportamento que chega a ser infantil em determinados momentos. No decorrer do filme, os próprios homens que irão levá-lo para a cadeira elétrica acabam em dúvida da real culpa de Coffey. O filme humaniza alguns prisioneiros, o que faz com que cativem a platéia. Um dos pontos altos do filme é o ratinho Mr. Jingles, que acaba se tornando a mascote tantos dos prisioneiros como dos guardas. Foi um dos filmes que mais me emocionaram até hoje, mostrando personagens que vão desde a injustiça à mesquinharia e outros onde a amizade e a compaixão são os sentimentos de realmente importam. A cena em que Coffey é levado para a cadeira elétrica é no mínimo comovente. O filme mexe com sentimentos que vão da indignação a mais pura ternura pelos personagens. Realmente, um belo filme. O melhor filme de Tom Hanks, na minha opinião, não levou nenhuma estatueta, mas foi indicado nas categorias Melhor Filme (perdeu para Beleza Americana, realmente um páreo duro), Melhor Ator Coadjuvante para Michael Clarke Duncan, Melhor Som e Melhor Roteiro Adaptado. Altamente recomendável. Bom filme!