quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Os dez melhores filmes da década (2000-2009)


A década de 2000-2009 foi repleta de filmes de grandes bilheterias. Fazendo uma retrospectiva rápida e superficial pode-se dizer que o cinema girou basicamente em adaptações, tanto de quadrinhos como de livros. Nesta década tivemos quatro filmes sobre os X-Men e três sobre o Homem-Aranha. E ainda as adaptações literárias de Harry Potter, O Senhor dos Anéis, e mais recentemente a febre adolescente Crepúsculo (onde o segundo filme da série, Lua Nova, bateu o recorde de bilheteria no primeiro dia de exibição). Além das adaptações, tivemos o fenômeno dos filmes-catástrofes, onde os que mais se destacaram foram Guerra dos Mundos, O Dia Depois de Amanhã e o recente 2012. Deixando as grandes bilheterias de lado, pode-se dizer que o cinema mudou o seu enfoque. As nações estão mais interligadas. Hoje é mais fácil acessar qualquer filme de qualquer país. Mesmo Hollywood se entregou a influência estrangeira. Prova disso é o fato de que Quem Quer Ser um Milionário, produzido totalmente na Índia, levou o Oscar de Melhor Filme esse ano (o prêmio máximo da Academia).


Os filmes estão dando prioridade para situações mais reais, discutindo temas importantes como o preconceito (O Segredo de Brokeback Mountain e Distrito 9, são alguns exemplos), o tráfico de drogas e armas (Traffic, O Senhor das Armas) e questões políticas (Syriana, V de Vingança). Os romances ficaram em segundo plano, e as histórias que tratam dos relacionamentos amorosos de forma mais real ganharam destaque. Às vezes, órgãos públicos ou pessoas que deveriam defender o cidadão têm as suas fraquezas expostas e o tema é debatido entre a população (ver Tropa de Elite e O Jardineiro Fiel, por exemplo). Dessa forma, a reflexão (umas das funções do cinema)tem se tornado o elemento central para a atratividade do filme.


As relações humanas têm se tornado o grande foco do cinema atual (assista Pequena Miss Sunsinhe, Ensaio Sobre a Cegueira e Adeus Lênin!). O cinema nacional teve uma retomada excelente, produzindo desde comédias (Se Eu Fosse Você) até filmes de temática social (Carandiru) e excelentes dramas, como Lavoura Arcaica e Abril Despedaçado, ambos com uma direção de arte primorosa.
Diante da imensa quantidade e variedade de temas abordados nos filmes dessa década, foi muito difícil escolher os dez melhores. E ainda mais ranqueá-los.
Mas afinal, o que torna um filme bom? A história? O elenco? O diretor? Os efeitos especiais? O número de estatuetas? A forma de contar a história? O final? São muitas as variáveis, e poucos filmes conseguem englobar mais de dois ou três desses quesitos.

Segue abaixo a lista com os dez melhores filmes da década 2000-2009. Não foi uma seleção fácil, e provavelmente estarei sendo injusto com alguns filmes excelentes, mas busquei tornar a lista a mais representativa possível da produção cinematográfica da década e fugir ao máximo dos filmes premiados com o Oscar. Aí vai a lista:

10º Lugar: Closer - Perto Demais (Closer, 2004)


Com um excelente elenco e ótimas atuações, Closer mostra ao telespectador as idas e vindas de um quadrado amoroso. O filme começa quando Alice (Natalie Portman) conhece Daniel (Jude Law). Ele escreve obituários e é aspirante a escritor de livros e ela uma stripper recém-chegada dos Estados Unidos à Inglaterra. Após a apresentação formal dos dois, o filme dá um salto no tempo e Daniel, agora já com seu livro escrito sobre a vida de Alice, surge sendo fotografado por Ana (Julia Roberts). Dan se interessa por Ana, mas esta ao saber que ele já tem "dona", acaba se afastando. Após, como uma brincadeira, Dan entra em uma sala de bate-papo se passando por Ana e acaba marcando um encontro com Larry (Clive Owen). O que Dan não previra é que de fato Ana estaria no lugar marcado com Larry. Consequência: Larry e Ana iniciam um relacionamento. Durante a exposição fotográfica de Ana (com trilha sonora brasileira), os dois casais se encontram e Larry fica encantado com a beleza de Alice. O filme é contado em passagens rápidas de tempo, e nessas passagens as relações entre os dois casais se alternam. Destaque para os diálogos extremamente intensos, onde o principal é quando Larry descobre estar sendo traído por Ana. "Ele é melhor do que eu?", "Onde vocês fizeram?" são algumas das perguntas feitas por Larry à Ana. A realidade dos diálogos e das situações vividas pelos personagens, além das ótimas atuações (com destaque para Natalie Portman e Clive Owen, ambos indicados ao Oscar) é o que torna este um dos dez melhores filmes da década. Destaque também para a música tema do filme, Blower's Daughter de Damien Rice, que inicia e encerra o filme. Realmente um novo clássico. Vale a pena conferir.







9º Lugar: Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004)


Com um roteiro excelente e originalíssimo, Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças juntamente com Pequena Miss Sunshine foram umas das poucas gratas surpresas do cinema nesse período (interessante notar que ambos possuem o termo "sunshine" no título). A história do filme é sobre o casal Joel Barish (Jim Carrey) e Clementine Kruczynski (Kate Winslet). Após um tempo de relacionamento, Clementine não acredita que a relação com Joel durará por muito tempo, já que ambos possuem personalidades muito diferentes. Ele completamente introspectivo e ela absolutamente intensiva. Diante disso, Clementine resolve apagar de sua memória todas as lembranças de Joel, através de um tratamento experimental realizado pelo Dr. Howard (Tom Wilkinson). Quando descobre que Clementine se submeteu a tal tratamento, e inconformado com o fato de seu grande amor querer esquecê-lo, Joel também decide se submeter ao tratamento. À medida que suas lembranças de Clementine vão sendo apagadas, ele desiste do procedimento. E aí está a grande sacada do filme. Seu corpo está adormecido devido aos procedimentos médicos e a grande batalha para não esquecer Clementine é travada dentro de suas lembranças. Ele tenta a todo custo levá-la para lembranças onde ela não exista, para que dessa forma não se esqueça completamente dela. As suas memórias são alternadas, dentro da mesma cena, com diálogos passados e com diálogos presentes, onde ele discute com Clementine o que farão para um não esquecer o outro.
Realmente algo não visto com muita frequencia no cinema. O filme não segue uma ordem cronológica, e à primeira vista pode parecer confuso, mas na verdade é o que torna o filme ainda mais atraente. Brilho Eterno ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original e Kate Winslet teve a sua quarta indicação ao Oscar, mas perdeu para Hilary Swank por Menina de Ouro. Um belo filme contado de uma forma não muito convencial para o grande público. Com um roteiro brilhante, esse filme não poderia ficar de fora dos dez melhores da década. Vale a pena conferir.


8º Lugar: O Curioso Caso de Benjamim Button (The Curious Case of Benjamin Button, 2009)

Muita gente já se perguntou como seria se a história da nossa vida fosse ao contrário: nascermos velhos e morrermos jovens. Pois foi justamente essa a idéia do romance de F. Scott Fitzgerald adaptado para o cinema por David Fincher. O filme fala sobre o nascimento de uma criança. No entanto, essa criança não é como as outras recém-nascidas. Benjamin Button (Brad Pitt) nasce com o aspecto de um senhor de 80 anos. Com a morte da mãe após o parto e com tal fisionomia, Benjamin é rejeitado pelo pai que o abandona a frente de um asilo. Num corpo de criança, mas com todos os problemas de saúde típicos de pessoas com mais idade, Benjamin cresce em meio aos idosos do asilo e aprende a andar com dificuldade após muito tempo. Apesar do aspecto envelhecido, ele é uma criança, e como tal apronta algumas peripécias. Conforme cresce, seus problemas de saúde vão desaparecendo e ele vai se tornando mais novo. Um certo dia, quando deveria ter mais ou menos 15 anos, uma menina vem visitar a sua avó. Daisy (Cate Blanchet) se encanta com o menino com feições semelhantes a de sua avó. Os dois se tornam muito amigos, até o dia em que Benjamin resolve sair de casa e conhecer o mundo. Aparentando um vovô, ele consegue um emprego num barco, conhece a vida boêmia e as mulheres. Contudo, ele ainda possui a ingenuidade típica dos jovens. O tempo passa e ele fica cada vez mais jovem. Vinte anos mais tarde ele reencontra Daisy, agora uma famosa bailarina. Daisy se interessa por Benjamin, por quem sempre nutriu um grande afeto, mas ele vacila. Anos mais tarde, ele procura novamente Daisy, mas parece não gostar do estilo de vida dela. O tempo passa e Daisy sofre um acidente que a impede de dançar novamente, e a partir disso, a relação entre os dois tem início. Um aparente felizes para sempre! Entretanto, conforme o tempo passa, Benjamin se rejuvenesce e Daisy envelhece...
Com status de filme grandioso, tanto pelas cenas como pelo elenco, O Curioso Caso de Benjamin Button pode ser visto pelos mais influenciáveis pelo Oscar como aquele que era para ter sido e não foi. Indicado a 13 Oscars, levou somente três, apenas em categorias técnicas: Melhores Efeitos Especiais, Melhor Direção de Arte e Melhor Maquiagem. Foi indicado também a Melhor Filme e Melhor Ator para Brad Pitt. Aliás, Pitt demonstra ser capaz de interpretar papéis mais densos, mas os grandes destaques ficam mesmo para Cate Blanchet e Taraji Henson, a mãe adotiva de Benjamin. Com uma direção de arte e fotografia excelentes, o filme é exato ao retratar o convívio constante de Benjamin com a morte. A maioria das pessoas que ele conheceu quando jovem eram idosas, e naturalmente morreram antes dele. Uma bela reflexão sobre a vida e a morte, e como agimos durante a nossa vida. Como bem disse Benjamin: "As nossas vidas são definidas pelas oportunidades, mesmo aquelas que perdemos".





7º Lugar: Crash - No Limite (Crash, 2004)

Tentei fugir ao máximo dos ganhadores do Oscar de Melhor Filme, mas nesse caso não foi possível. Ambientado em Los Angeles, Crash trata das relações humanas entre pessoas de diferentes classes sociais, raças e etnias. O filme começa com o roubo do carro do casal Jean (Sandra Bullock) e Rick (Brendan Fraser) por uma dupla de negros. A partir disso, várias situações e pessoas se interligam, e tais fatos influenciam no cotidiano de outras pessoas. O filme aborda de forma contundente e extremamente real o preconceito, em suas mais variadas formas. Uma dessas situações é quando Cameron (Terrence Howard) e sua esposa Christine (Thandie Newton), ambos negros, são flagrados pelo oficial Ryan (Matt Dillon) em sua intimidade enquanto Cameron dirige. O oficial, aproveitando-se de sua condição de autoridade ao revistá-los, passa a mão pelo corpo de Christine na frente de Cameron, que por medo de ter sua vida íntima exposta, acaba por não proteger a sua esposa. Mais tarde, em outra cena, Christine sofre um acidente de carro e por coincidência quem vem resgatá-la é Ryan. Ela entra em desespero, já que a última pessoa que ela gostaria de ver naquele momento seria o policial que a molestou. Ryan se sente mal diante do trauma que causou àquela mulher e por fim consegue resgatá-la. Outro fato extremamente marcante é quando Daniel (Michael Pena) vai consertar a porta do estabelecimento de um comerciante árabe, cujo domicílio foi assaltado. Daniel sugere que a porta precisa ser trocada, mas o dono do estabelecimento desconfia e acha que Daniel está querendo lucrar com ele. A porta não é trocada, e o estabelecimento sofre um novo assalto. Convencido de que foi Daniel que tramou o assalto, o dono da loja árabe vai até a casa de Daniel com um revólver. Ambos chegam juntos, e nesse momento a filha de Daniel vai recepcioná-lo e se joga em seus braços, no exato momento em o árabe dispara o tiro. Uma das cenas mais emociantes do filme. E assim ele segue, explorando todo o tipo de preconceito: brancos com negros, negros com negros, latinos com estadunidenses, árabes com latinos...
Crash teve seis indicações ao Oscar e levou três: Melhor Filme (desbancou o favorito da época, O Segredo de Brokeback Mountain), Melhor Roteiro Original e Melhor Edição. Destaque para a atuação de Matt Dillon e para a canção tema do filme In the Deep, de Bird York. Dirigido por Paul Haggis (o mesmo produtor de Menina de Ouro), esse filme é passagem obrigatória para quem gosta de boas histórias. Haggis comprova que mesmo pessoas que se julgam livre de preconceitos, em alguma situação, ela terá uma atitude preconceituosa. O filme não pretende ser moralista, e está bem longe disso. O que faz, e muito bem, é despertar a reflexão sobre o nosso comportamente perante as diferentes culturas, credos e raças. Com essa temática, não podia deixar Crash de fora dessa lista.





6º Lugar: Shrek 2 (Shrek 2, 2004)

Sim, em sexto lugar está ele: Shrek, o ogro mais simpático da história do cinema. Em Shrek 2, Shrek (Mike Myers) vai conhecer os pais de Fiona (Cameron Diaz) no reino de Tão Tão Distante (Far Far Away). Contudo, Shrek não era exatamente o marido que Harold (John Cleese), o pai de Fiona, sonhara para a sua filha. Não bastasse isso, Harold ainda mantinha um trato com a Fada Madrinha (Jennifer Saunders), de que seu filho, o Príncipe Encantado (Rupert Everett), se casaria com Fiona. Disposto a se livrar de Shrek, Harold contrata o Gato de Botas (Antonio Banderas) para tal serviço. Mas nem tudo sai como planejado e o Gato de Botas se torna amigo de Shrek e de seu fiel companheiro, o Burro (Eddie Murphy). A Fada Madrinha faz com que Harold dê a Fiona uma poção mágica que a transformará em princesa novamente, e a convence que Shrek passará pela mesma transformação. No entanto, quem se apresenta como Shrek é o Príncipe Encantado. Muita confusão acontece até Shrek mostrar para Fiona que Encantado não é ele.
O filme é genial ao abordar as histórias de conto-de-fadas de forma completamente inversa ao que é de praxe nas histórias infantis. Todos os elementos do imaginário infantil estão lá: castelos, príncipes, reis, rainhas, princesas, ogros, dragões, torres isoladas, fadas madrinhas... A grande sacada do filme está justamente no caráter dos seus personagens. Historicamente, personagens feios como os ogros são criaturas abomináveis que peturbam a paz dos belos príncipes e assombram princesas indefesas. Em Shrek 2, os vilões da história são justamente a Fada Madrinha e o Príncipe Encantado, os quais não vão medir esforços para separar Shrek e Fiona.
Um filme repleto de referências cinematográficas, como Alien e Homem-Aranha, com uma excelente trilha sonora e que trabalha de forma extremamente lúdica e criativa as história infantis, tornando esse filme atraente não só para as crianças, mas para os adultos também. O final não poderia ser diferente: Shrek e Fiona estão fisicamente transformados em aquilo que o povo espera de um príncipe e de uma princesa, ambos esteticamente bonitos, mas optam por continuar com a forma de ogro. Uma prova de que aparência não é tudo. Embora a mídia atual faça de tudo para nos convencer do contrário. Shrek é realmente um marco, não só para os filmes de animação, mas para o cinema como um todo.





5º Lugar: Bastardos Inglórios (Inglorious Bastards, 2009)

Em quinto lugar está a mais nova obra-prima de Quentin Tarantino. Ambientado durante a Segunda Guerra Mundial, Bastardos Inglórios tem seu começo nos campos da França, onde Hanz Landa (Christoph Waltz), conhecido como "o caçador de judeus" mata a família de Shosana Dreyfus (Mélanie Laurent) que estava escondida no porão de um camponês. Shosana consegue fugir, e em Paris sob nova identidade, abre um cinema. Paralela a esta história, em outro lugar da Europa, Aldo Rayne (Brad Pitt) monta seu exército de judeus que busca caçar nazistas. Conhecidos como "os bastardos", o grupo de Aldo escalpela nazistas ou quebra as suas cabeças com bastões de baseball. O objetivo principal de Rayne é acabar com os líderes do Terceiro Reich. Para alcançar tal objetivo, seu grupo se junta à atriz alemã e espiã Bridget Von Hammersmark (Diane Kruger). De volta a história de Shosana, esta é constantemente galanteada pelo soldado alemão Fredrick Zoller (Daniel Bruhl), que devido às inúmeras mortes durante a guerra foi premiado com um filme sobre o seu desempenho nos campos de batalha. Para ficar mais próximo de Shosana ele pede ao seu superior que a estréia de seu filme seja no cinema de Shosana. Como todo o alto escalão do Terceiro Reich estará na estréia, incluindo Adolf Hitler (Martin Wuttke), Shosana planeja a sua vingança contra aqueles que assassinaram a sua família. O que ela não sabia, porém, é que o grupo de Rayne também viria infiltrado para a estréia a fim de explodir o cinema e todos os seus líderes nazistas.


Bastardos Inglórios
não é a representação de fatos reais, apesar de ter existido um grupo que tinha por objetivo matar nazistas. O que Tarantino faz é se valer de acontecimentos reais para criar uma história, que como nos seus outros filmes, é uma historia só dele. O filme apresenta todos os elementos típicos das suas obras: violência, humor, tiros...e uma trilha sonora ótima como sempre. Tal como em Kill Bill, o filme está dividido em capítulos, e tem alguns flashbacks para o telespectador compreender melhor a história. A mistura de idiomas é sensacional, com diálogos em inglês, francês, alemão e italiano. Brad Pitt está muito bem no papel de Aldo Rayne, mas o destaque maior fica para Christoph Waltz e seu caçador de judeus. Ele desperta uma mistura de emoções, em cenas que vão da raiva à comicidade. Se o grupo de Rayne e Shosana conseguem ou não atingir seus objetivos, fica para quem assistir o filme. De qualquer forma, a década não poderia fechar sem um filme de Tarantino em uma de suas melhores versões. Vale a pena conferir!




4º Lugar: Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road, 2008)

Foi Apenas um Sonho conta a história de um jovem casal apaixonado: Richard (Leonardo Dicaprio) e April (Kate Winslet). Eles se conhecem e se casam com a certeza de que seriam felizes para sempre e que teriam uma vida de sucesso. No entanto, April, que almejava ser atriz, acaba se tornando uma mera dona-de-casa após o fracasso de sua peça no teatro. Já Richard é infeliz no seu trabalho e acredita ter potencial muito maior do que o cargo que desempenha. O diálogo entre o casal após a apresentação da peça de April, ainda no início, dá o tom de como será o restante o filme. Uma sequencia de críticas ao modelo "American way" de ser. O casal reside na rua Revolutionary Road e é tido entre os vizinhos como um exemplo: ela uma dona-de-casa dedicada e ele um pai trabalhador, em especial para a corretora de imóveis Helen (Kathy Bates). Buscando fugir do marasmo que as suas vidas se tornaram, April e Richard planejam se mudar para Paris. "Um lugar onde as pessoas estão vivas", segundo Richard. O plano perfeito para reacender a chama da paixão entre eles. Tudo vai muito bem entre o casal até que Richard recebe a proposta de subir de cargo na empresa e April engravida. A partir disso, a relação entre os dois fica bastante conturbada, já que a almejada mudança de ares fica cada vez mais distante.

Dirigido por Sam Mendes (o mesmo diretor de Beleza Americana), o filme apresenta diálogos intensos e verdadeiros, o que nem sempre agradam aos ouvidos de quem ouve. O diálogo clímax é quando Helen, seu marido e seu filho John (Michael Shannon) vão almoçar na casa do jovem casal. Percebendo que algo estava errado entre April e Richard, John despeja toda a verdade sobre o que anda acontecendo com o relacionamento do casal. Frases perturbadores para os ouvidos de Richard, mas completamente verdadeiras e recheadas de crítica social. O filme juntou novamente a trinca de atores de Titanic: Kate Winslet, Leonardo DiCaprio e Kathy Bates. Diferente do romance vivido no transatlântico entre Rose e jack, o amor e o relacionamento entre April e Richard é mostrado apenas como uma bonita fachada para quem o vê de fora. Impossível não falar das atuações de Dicaprio e de Kate Winslet. Ele demonstra ser muito mais do que um rosto bonito na tela e está excelente no papel. Inclusive já recebeu três indicações ao Oscar. Kate se consagra como uma das melhores atrizes da nova geração, com uma atuação espetacular. Interessante notar que esse filme é contemporâneo de O Leitor (The Reader, 2008), filme pelo qual Kate Winslet levou, finalmente, o Oscar de Melhor Atriz. No entanto, a atuação dela em Foi Apenas um Sonho é muito superior à de O Leitor. Parece que a Academia gosta mesmo de personagens que mudam a fisionomia das atrizes [é só lembrar de Nicole Kidman (em As Horas, 2001) e Charlize Theron (em Moster - Desejo Assassino, 2002), ambas também levaram a estatueta de Melhor Atriz e mudaram suas aparências]. Com excelentes interpretações, uma ótima história recheada de crítica social, fotogafia e direção de arte sutis e impecáveis, Foi Apenas um Sonho é um filme intenso e reflexivo, e passagem obrigatória para quem gosta de bons filmes. Vale a pena conferir!





3º Lugar: Amores Brutos (Amores Perros, 2000)

O que um jovem suburbano, uma modelo e um mendigo possuem em comum? Com estilos de vida completamente diferentes, a história desses três personagens se cruza e vai modificar para sempre as suas vidas. Esse é o enredo central de Amores Brutos. O filme é contado em três partes, todas envolvendo cães e seus donos (daí o nome do filme, perro significa cachorro em espanhol) e um acidente de carro, que ocorre logo no início da história. A primeira parte retrata o cotidiano do jovem Octavio (Gael García Bernal) e de seu cachorro Cofi. Octavio é apaixonado pela sua cunhada Susana (Vanessa Bauche), a qual é maltratada pelo marido. Buscando viver esse amor com Susana, Octavio leva Cofi para apostadores de rinhas entre cães, a fim de consseguir dinheiro o suficiente para fugir com Susana. No entanto, a invencibilidade de Cofi, desperta a ira de Luis (Jorge Salinas), que sempre possuíra os melhores cães até então. Durante uma perseguição de carro entre Octavio e o grupo de Luis, acontece o acidente. Esse acidente é o acontecimento que "une" Octavio, a modelo Valeria (Goya Toledo) e o mendigo Chivo (Emilio Echevarría). Valeria, uma famosa modelo latino-americana engata um romance com Daniel (Alvaro Guerrero). Ela se fere gravemente durante o acidente e passa boa parte do tempo em uma cadeira de rodas sob a companhia de seu cão Richie e de Daniel. No apartamento novo comprado por Daniel para ela há um buraco no chão e Richie por acidente acaba entrando nesse buraco, para desespero de sua dona. A partir disso, a relação entre Valeria e Daniel fica bastante conturbada, já que seria muito difícil ela trabalhar como modelo novamente devido as cicatrizes do acidente. Durante o acidente, ainda, estava de passagem na rua o mendigo Chivo, um ex-guerrilheiro que agora trabalha como assassino de aluguel. Vendo que um cão, Cofi, estava envolvido no acidente ele o leva para casa e o cura. Mas Chivo não é um mendigo qualquer. No passado ele foi professor universitário, casado e teve uma filha. Contudo, no passado, acreditando em seus ideais políticos, deixou a família para se tornar guerrilheiro. Trabalhando como assassino de aluguel, ele busca uma forma de redenção com a sua filha, dando-lhe todo o dinheiro que juntou durante a vida.


Contundente e reflexiva história do diretor Alejandro González-Iñárritu, Amores Brutos foi o primeiro filme a abordar histórias aparentemente independentes, mas que estão intinamente relacionadas. São do mesmo diretor e utilizam esta mesma abordagem os excelentes 21 Gramas e Babel, ambos gravados nos Estados Unidos, após a ótima recepção de Amores Brutos no Festival de Cannes em 2000. 21 Gramas se assemelha muito ao primeiro filme da "trilogia", mas com um elenco mais hollywoodiano (Sean Penn e Naomi Watts estão no elenco). Já Babel segue a linha, dessa vez estrelado por Brad Pitt e Cate Blanchet. No entanto, as histórias de Babel não se conectam localmente como nos dois primeiros filmes, mas sim mundialmente, onde um acontecimento no Marrocos, tem consequências nos Estados Unidos e no Japão. Essa forma de contar histórias utilizada por González-Iñárritu, foi posteriormente utilizada por Paul Haggis em Crah - No Limite (ver 7º lugar). Até a Rede Globo copiou o formato em um de seus muitos seriados sem vida longa. Produzido no México, Amores Brutos possui um roteiro sensacional e imagens incrivelmente reais, sendo cada uma das três partes muito bem conduzidas (talvez a segunda parte destoe do restante). As cenas exibidas são fortes e o filme mexe com o telespectador, mas eu não sou capaz de descrever em palavras tal sensação. Talvez seja por isso que eu considere Amores Brutos o terceiro melhor filme da década. Se ainda não viu, vá até a locadora mais próxima ou até o site de downloads mais próximo.





2º Lugar: O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain, 2001)

Em segundo lugar está a produção francesa O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. O filme conta a história da jovem Amélie (Audrey Tautou), uma tímida garçonete, que no dia do acidente que vitimou Lady Di , encontra em sua casa uma pequena e antiga caixa que pertencera a uma criança, que residiu naquele mesmo apartamento há muito tempo atrás. Decidida a entregar a caixa para o seu dono, agora um senhor, ela parte em busca do endereço de Dominique (Maurice Bénichou). Após o encontrar, ela deixa a caixinha em uma cabine telefônica. Amélie, escondida, liga para aquele telefone no exato momento em que Dominique estava passando. Ao atender o telefone, ele encontra a sua antiga caixinha e lembra de todas as mémorias que os objetos contidos naquela caixa o remetem. Amélie assiste a tudo escondida e se encanta com a reação dele. A partir desse momento, sentindo uma sensação de dever cumprido, ela buscará ajudar a todos à sua volta, conhecidos ou não. Em alguns casos, ela verá a si mesma como uma justiceira, em cenas que ela se imagina com a máscara e a espada do Zorro. Contudo, ela ainda é muito solitária. Um certo dia, ela conhece Nino Quincampoix (Mathieu Kassovitz), por quem se apaixona. Nino trabalha em uma loja de artigos eróticos e coleciona fotos 3x4 de estranhos. Em uma confusão no metrô, ele esquece o seu álbum de desconhecidos. Quem o acha é Amélie, que vê nessa ocasião, além da possibilidade de entregar o álbum para o verdadeiro dono, se aproximar dele.


















Como podemos ver a história é simplíssima e pode até parecer boba para alguns. Mas por que ela está nessa lista? Amélie Poulain é uma belíssima homenagem às coisas simples da vida. No início do filme, ao apresentar os personagens, o narrador fala do que cada um gosta e do que não gosta. Por exemplo, Amélie adoraa afundar a mão no saco de cereais da feira, coleciona pedras achatadas para jogar nos lagos e rios...Prazeres tão pequenos e corriqueiros, mas que todo mundo possui. Alguns apenas ainda não perceberam. Como falei a história é muito simples, e é justamente a simplicidade que torna tão atraente e cativante. Efeitos especiais e atores hollywoodianos? Que nada...
O filme tem dois histórias que se destacam. Uma dela é o mistério do homem que tira fotos 3x4 numa cabine fotográfica, as rasga e as põe no lixo. Esse mistério irá render muitas suposições e despertará a curiosidade do telespectador. Outra parte interessante, é o anão do jardim do pai de Amélie. Um dia o anão desaparece, e em seguida seu pai recebe fotos do anão em diversas partes do filme. Isso tem um propósito, mas não cabe contar aqui. Com uma bela fotografia e direção de arte, o verde e o vermelho são as cores que se destacam nas cenas. Um recurso utilizado pelo diretor Jean-Pierre Jeunet para direcionar a atenção de expectador. O Fabuloso Destino de Amélie Poulain teve cinco indicações ao Oscar: Melhor Filme Estrangeiro, Melhor Direção de Arte, Melhor Fotografia, Melhor Som e Melhor Roteiro original. Contudo, não levou nenhuma estatueta. O filme passa uma mensagem clara: Quem sabe aproveitando as pequenas coisas cotidianas, as pessoas se importariam menos com problemas supérfluos e a vida seria bem melhor? E se ela [Amélie] mudasse a sua vida também? Vale a pena conferir!





1º Lugar: Cidade de Deus (2002)

A obra-prima de Fernando Meirelles. O filme conta a história de como surgiu o tráfico de cocaína na favela Cidade de Deus. Narrada por Buscapé (Alexandre Rodrigues), desde o início da formação da Cidade de Deus nos anos 60, onde o governo instalou várias famílias como uma política de remoção das favelas. O filme começa com Buscapé ainda criança (Luis Otávio) e o início das incursões policiais na favela. Nessa parte inicial se destaca a história do Trio Ternura, formado por Cabeleira (Jonathan Haagensen), Alicate (Jefechander Suplino) e Marreco (Renato de Souza), irmão de Buscapé. O Trio Ternura roubava estabelecimentos, mas tinha como premissa nunca matar ninguém. Com idade próxima a Buscapé, existiam ainda os amigos inseparáveis Dadinho (Douglas Silva) e Bené (Michel de Souza Gomes). O Trio Ternura se desfaz, os anos passam, a Cidade de Deus cresce, e Dadinho, agora auto-nominado Zé Pequeno (Leandro Firmino da Hora) se torna o principal traficante na favela ao lado de seu amigo Bené (Phellipe Haagensen). Percebendo que os donos das bocas-de-fumo de traficavam cocaína estavam ganhando muito mais dinheiro do que ele que traficava maconha, ele decide que será dono de quase todas as bocas-de-fumo na Cidade de Deus e começará a vender pó. Ele ganha a maioria dos pontos de venda à base de muito tiroteio e morte. Todo mundo na favela o respeita e é visto até como um "síndico" da favela. Qualquer problema é só falar com ele. Mas ele vai resolver à sua maneira. Enquanto isso, Buscapé busca fugir do crime: trabalhar, estudar... Contudo, se encanta com uma máquina fotográfica e decide que será fotógrafo. Terá que lutar bravamente contra o meio marginal e violento que o cerca.


Cidade de Deus é um filme direto e envolvente, representando um realismo poucas vezes visto no cinema nacional sobre a violência urbana. Ao mostrar como funciona o tráfico nas favelas, que envolve desde crianças de oito anos de idade até policiais, o filme apresenta um retrato nu e cru da vida na favela. Uma das cenas mais impressionantes e contundentes do filme é quando o bando de Zé Pequeno vai atrás de um grupo de crianças que cometem pequenos furtos. Para servir de exemplo as demais crianças, Zé Pequeno manda uma delas escolher onde ela quer levar um tiro: "Na mãozinha ou no pézinho?". Após o tiro no pé, e com as crianças em prantos, Zé Pequeno manda um pré-adolescente escolher uma das crianças para matar, e essa seria a sua iniciação no crime. Essa cena foi um soco no estômago de muita gente que vive confortavelmente em seu apartamento e não tinha a menor idéia do cotidiano em uma favela. Uma cena difícil de digerir.


As cenas possuem imagens rápidas, o que dá velocidade e ação ao filme. Uma das cenas mais interessantes visualmente é quando Bené é morto em uma danceteria ao som de música "quase" eletrônica e com uma luz branca piscando. O espectador visualiza a cena somente quando aparecem os flashs brancos, o que dá a impressão de um slow-motion. Espetacular. Além da estética do filme, vale ressaltar a riqueza de personagens: Mané Galinha (Seu Jorge), Cenoura (Matheus Nachtergaele), Bené, o próprio Trio Ternura, Buscapé, Zé Pequeno. Se fôssemos analisar cada um deles, daria uma tese. Aproveitando o gancho, a maior parte do elenco é de moradores da própria Cidade de Deus, e as interpretações não deixam a desejar em nenhum momento, pelo contrário são excelentes. Técnica posteriormente copiada por Danny Boyle em Quem Quer Ser um Milionário, para dar maior realismo as cenas.
Por fim, Cidade de Deus serviu para consolidar a ótima fase do cinema brasileiro, após a retomada com Central do Brasil. Aliás, poucos filmes brasileiros foram tão longe como o de Meirelles. Cidade de Deus recebeu quatro indicações ao Oscar: Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Diretor para Fernando Meirelles. Infelizmente não levou nenhuma estatueta, mas levou outros troféus em várias premiações pelo mundo. Recentemente foi escolhido como uma dos 100 Melhores Filmes de Todos os Tempos pela revista Time.

Acho que não preciso explicar mais porque Cidade de Deus é considerado por mim como o melhor filme da década. Um filme inesquecível e que deve ser revisto com frequencia.





Consideração final: Bom, essa foi a útlima postagem do ano com a minha lista sobre os 10 Melhores Filmes da Década. Com certeza não vou agradar a todos, mas como falei o início, tentei tornar a lista a mais representativa do que se produziu na época.
Interessante notar que os três primeiros lugares não são obras de Hollywood. Isso não foi planejado, mas comprova que há vida inteligente, e muito, fora dos Estados Unidos. Recomendo fortemente cada um desses dez filmes. Boa sessão e até o ano que vem!

10 comentários:

  1. não não não, brilho eterno de uma mente sem lembrança merece uma colocação melhor!! agora sim fiquei curiosa pra ver os próximos heheh

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  2. meu lindo, eu preciso ver todos os filmes que você vai postar aqui para poder criticar...rsrs
    Tudo bem, se você não quiser mostrar todos de uma vez, podemos ir vendo de acordo com a postagem no blog.
    Vamos ver o nono, que pra variar eu não vi?
    bjs de sua fã n°1!!!

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  3. tenho q ver ainda alguns da tua lista tipo esses inglorious bastards entao nao sei se concordo com a tua lisa ainda...mas so dez eh pouquinho hein?? nao pode faltar V de vinganca, o primeiro homem aranha...e ta, eu sei q tu eh fa, mas X-Men e o wolverine foram pessimos...e eu sou fa mas a adaptacao foi foda...tu7 viu anjos e demonios? seria um bom candidato tb...so to piorando a decisao dos ultimos 5 ne?? hahahhahaha

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  4. Pois é Daia, concordar com todos é difícil. Sempre alguém vai achar que faltou algum, assim como eu mesmo achei quando fui eliminando os prováveis candidatos, até chegar nos 10. Mas já te adianto que os que eu citei no começo da postagem não estão na lista. Talvez eu faça um Top 5 com os filmes de super-heróis...bjos

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  5. Po Marcelo, não sabia q vc tinha um blog sobre cinema...

    Concordo com quase todos os filmes da sua lista. Só discordo da posição de alguns deles. Tipo, colocaria Closer e Brilho Eterno em posições mais altas. Mas enfim, gosto é gosto...

    Maneiro isso aqui...

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  6. Cara, só não concordo com Shrek 2, e X-men.

    Acho que se tratando de animação como Shrek 2, deveria ter outra lista " As dez melhores animações".No lugar de Shrek 2 podia estar A Vida é Bela.
    E concordo totalmente com Cidade de Deus, Bastardos Inglorios, Benjamim Button.

    Mais uma vez parabéns pelo blog.

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  7. Oi Igor, se vc reparar bem X-Men não está na lista, só usei ele pra fazer o link no texto. "A Vida é Bela" é de 1997, então não poderia entrar nessa lista, mas estou preparando uma com os 10 melhores da década de 90, aí ele tem chance de entrar.

    Valeu pelo comentário.
    Abraço!

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  8. Se existe vida inteligente fora de Hollywood???
    Cara, eu consigo fazer um TOP 100 da década sem filmes americanos. Busque filmes no circuito alternativo, não se deixe levar pela grande midia dos blockbusters, ou premiações como Oscar, nem de longe os melhores filmes do ano estão lá.
    Arca Russa, Irreversível, A Fita Branca, O Segredo de Seus Olhos, Em Busca da Vida, Amor à Flor da Pele, Memórias de um Assassino, A Ponte das Artes, Amantes Constantes, A Criança, A Vidas dos Outros, A Questão Humana, Deixa ELa Entrar, Valsa com Bashir, Mother, Vencer, 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, A Morte do Sr. Lazarescu, Lavoura Arcaica, Mar Adentro, As Coisas Simples da Vida, A Hora da Religião, Oldboy, Fale com Ela, Dançando no Escuro. São só alguns que entraram numa lista de melhores da década fácil, que não são da terra do Tio Sam.

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  9. Diego S Luna ótima lista que vc de filmes não americanos, já vi Deixa ela entrar, Memorias de um assassino, Old Boy, e A vida dos outros, Sao filmes maravilhosos.Vou ver os outros que nao vi.

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  10. Brilho eterno de Una mente sem lembranças e Bastardos Inglórios, Crash - No limits e Cidade de Deus Sao ótimos filmes sim, os outros nao vi ainda por falta de interesse

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